Todo mundo um dia encontra o amor da sua vida, ele vem quando você não espera, quando se sente preparada para apenas viver, quando se sente completa sozinha, então o amor da sua vida aparece, pra fazer você se sentir mais, mais bonita, mais feliz, mais incrível e mais amada, eu sempre acreditei nisso, desde pequena, mas quando o amor da minha vida apareceu, eu não era nada disso.
Estou falando da minha filha, a razão da minha vida, quando ela me apareceu eu não era completa, eu era despedaçada, eu não era feliz, eu estava triste todos os dias por causa do pai dela, ela não podia me fazer ser feliz, bonita ou mais amada, ela me deixava feia, com olheiras enormes após noites mal dormidas, me deixava triste pela minha situação, e fazia eu me sentir uma mãe horrível por não dar um pai, uma casa e uma família a ela, mas isso durou pouco tempo, logo eu aprendi que ela não precisava de um pai pra ser feliz, ela me tinha, e eu não precisava me matar de trabalhar se um trabalho nos bancava, o que era mais importante para ela, era eu estar ali, todos os dias, eu à ensinei a andar, a falar, a comer, a contar, eu estava ali para ela todos os dias, eu era uma boa mãe, eu a amava, e ela me amava também. Então eu parei de pensar que eu estava errada, e me deixei ser feliz, ser feliz por ter ela, por ser saudável, por ter minha mãe ao meu lado.
Se Lavínia alguma vez sentiu que precisava de um pai, ela nunca me disse, mas ela sempre me encheu o saco para ter um cachorro, como fez essa toda, me encheu a paciência para eu deixar o cachorro ficar, ele fez xixi na casa toda, cagou uma blusa minha que tinha caído da cama, comeu meu chinelo e dormiu no sofá, hoje, sexta feira, eu já sem paciência e sem querer mais ouvir nem um "ai" sobre esse cachorro e dei um sumiço nele, de manhã quando fui trabalhar, ninguém deu falta do cachorro por que tinham saído mais cedo que eu, e agora eu estava de volta em casa me arrumando para sair com o Arthur.
Sim, nós ficamos a semana toda igual adolescentes falando por ligações todas as noites, ele me contou diversas coisas sobre a vida dele, ele tinha feito faculdade nos estados unidos e tinha voltado a mas de dois anos para cuidar dos pais que estão bem velhos, ele me disse que quando morou lá o que ele mais amava era a neve e Nova Iorque, ele me disse que amava video game e que gostava de assistir desenhos, fiquei revoltada quando ele disse que não gostava de series que não tinha paciência pra assistir.
Hoje nós dois iríamos para um Pub/Restaurante que ele disse que gostava muito, então procurei não me arrumar demais, coloquei uma jeans mom cintura alta que era meu estilo favorito de calça, uma T-shirt branca com um pequeno decote em V e um salto duas tiras não muito alto, esse era meu estilo, básico e elegante ao mesmo tempo, iria deixar meu cabelo loiro solto, mas mudei de ideia e prendi ele num rabo de cavalo, eu me sentia linda assim.
Escutei a porta da sala sendo aberta e vi que era minha mãe e Lavínia voltando da praia, passaram o dia todo lá e com certeza estavam pretas de ficar no sol.
-A farra foi boa?- perguntei indo ate elas
-Ta gatona ein- Lavínia falou passando por mim, me deu um beijo e foi em direção ao quarto
-A praia tava uma delicia filha, você devia ter ido- Minha mãe disse colocando sua bolsa em cima da mesa, Lavínia passou pela gente indo para a área de serviço.
-Eu tinha muita coisa pra fazer na loja, mas fico feliz que vocês tenham se divertido sem mim- Fiz drama e sorri
-Ah meu deus, olha minha filhinha que dramaticaa- minha mãe disse vindo me abraçar
-Epaaa, você esta cheia de areia e eu vou sairrr- disse me afastando rindo
-Com quem? Aquele bonitão que liga pra você todo dia?- Sorri e concordei com a cabeça, Lavinia passou pela gente de novo procurando por algo
-Lala o que você esta procurando tanto meu amor? - Minha mãe perguntou e eu segurei uma risada
-Ele sumiu, a nuvem sumiu- Ela falou chamando o cachorro pelo apelido que ela tinha dado por ele ser todo branquinho igual uma nuvem- Ele estava aqui quando a gente saiu...- e então ela parou e falar como se lembrasse de algo
-Calma ele deve estar se escondendo- Minha mãe falou olhando de baixo dos moveis
-Não Vó, foi a minha mãe que jogou ele fora- Ela disse e começou a chorar
-Euuu?- me fiz de sonsa- Eu nunca faria isso com um cachorrinho, nem mesmo se ele estragasse todas as minhas coisas- Revirei os olhos - Só se ele fugiu quando eu deixei a porta aperta e alguma garotinha de 5 anos tenha achado ele na rua...
-MÃE, COMO VOCÊ TEVE CORAGEM DE FAZER ISSO- Lavínia disse chorando
-Sem drama filha, eu disse que você teria um cachorro quando tivesse sua casa própria
-Eu odeio você- Ela disse e passou por mim igual um furacão quase me derrubando no chão
-De castigo pela pirraça, não vai sair de casa nesse final de semana- Falei autoritária e ela bateu a porta do quarto, eu sabia que aquilo não era muito legal, as quem pagava a conta daquela casa era eu então as regras eram minhas.
-Pra que isso, Mariana?- Minha mãe me perguntou me olhando e eu revirei os olhos
-Por que eu disse que não queria cachorro
-Mas ela estava tãao feliz, o cachorro era tão bonzinho
-Ah mãe faça me um favor, eu disse que não, é não, eu sou a mãe dela, se quiser compra um de pelúcia, adota um virtual, sei lá.
Fui para o meu quarto terminar de me arrumar para sair, Arthur me mandou uma mensagem falando que estava lá em baixo me esperando, peguei minhas coisas e desci para encontrar ele.
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Mariana - Agora é do meu jeito
RomansaEla tinha 17 anos quando engravidou Sofreu sozinha Criou sozinha Cresceu sozinha Agora as coisas vão ser do jeito dela.