DEGUSTAÇÃO - Vikings - Um Reino... Uma Nação...

Capítulo 1 - Século XXI

Século XXI

Ingrid

Erick está muito abalado com a morte de sua mãe. Eu não consigo fazer com que ele se anime de jeito nenhum. Está passando um período bastante depressivo e se culpa todo o tempo. Hoje faz dois meses que ela faleceu e eu acabei deixando a vaga da Secrets para outro momento. Erick é minha única família e eu não o abandonarei num momento tão difícil. Eu tenho vinte e quatro anos e ele vinte e oito anos. Somos novos, mas somos um para o outro.

Justamente hoje fomos convidados para um cocktail no Castelo de Leeds. Foram convidados vários jornalistas de todas as áreas e mídias mundiais. O Sr. Barac Haugen, um importante empresário que fabrica aviões, quer dar uma coletiva para a imprensa mundial. Qual o assunto? É o que todos querem descobrir, mas teremos que esperar. Eu e Erick mais ainda, já que meu primo não sai do quarto para nada. Estou pensando em como tirá-lo do quarto quando ouço sua voz e quase caio da cadeira de susto.

- Ainda está desse jeito Ingrid?

- Você quer me matar de susto Erick?

- Não, mas se você não se arrumar logo não chegaremos a tempo para o pronunciamento do Sr. Barac.

- E eu sequer imaginei que você iria querer ir já que não sai do quarto a dois meses? - observo-o e vejo o quanto está abatido e magro.

- Obrigada por não me abandonar Ingrid. Eu preciso reagir e será hoje.

Vou até onde ele está parado e dou-lhe um forte abraço. Ficamos uns cinco minutos nessa posição quando ele me apressa novamente.

- Anda madame. Vocês mulheres demoram muito para se arrumar.

Dou-lhe um tapa no ombro e caminho em direção ao meu quarto. A minha sorte é que tinha ido ao salão no dia anterior. Tinha uma leve esperança de que ele reagisse e nesse momento agradeço a Deus pelo desejo concedido. É muito triste ver meu primo naquele estado.

*******

Estamos circulando pelo salão de festas do castelo já algum tempo. Meu primo é muito lindo e várias mulheres olham em sua direção cobiçando-o.

- Parece que vou voltar para casa sozinha - digo rindo para ele.

- Como se isso fosse uma opção. - responde sem nem dar ao trabalho de olhar-me.

- Muitas mulheres estão lhe cobiçando priminho. Aliás, se não fosse tão mais velho do que eu, acho que estaria também pensando nessa hipótese. - dou uma risada.

- Como se nossa diferença fosse tão grande assim. - responde sarcasticamente - Se estivesse mais atenta repararia que os homens também estão te devorando com o olhar. Ainda não parti nenhum deles ao meio porque não tiveram a ousadia de chegar mais perto.

Nesse momento parei de andar e o encarei. Arqueio minha sobrancelha esquerda fazendo de conta que estou muito irritada.

- É sério isso, senhor Erick Hummel?

- Seríssimo. - responde arqueando as duas sobrancelhas no mesmo tom sarcástico.

Não pude retrucar mais nada, pois fomos interrompidos pelo assessor do Sr. Barac Haugen solicitando a todos que chegassem mais perto para ouvir o pronunciamento.

Ele aproxima-se de um palanque que está montado no final do salão. Observo-o e meus pensamentos voam no tempo, mais precisamente há dois anos. Lembro-me de quando meu pai foi conversar com ele após ter sido vítima de um golpe do sócio. Ele sempre teve muito apreço pelo Sr. Barac Haugen, mas quando precisou de ajuda financeira, meu pai descobriu da pior forma que no mundo onde o dinheiro rola solto são poucos os amigos e a constatação foi que ninguém estendeu a mão para ele. Se esse homem a minha frente tivesse estendido a mão para meu pai...