Capítulo 3 - A cabana

1K 205 384
                                    

Já fazia algumas horas que Liz havia conhecido seu anfitrião, entretanto ele parecia não querer interagir com ela

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Já fazia algumas horas que Liz havia conhecido seu anfitrião, entretanto ele parecia não querer interagir com ela. Desde o café da manhã Axel mantinha a cara enfiada no livro e não lhe dirigia a palavra. Achou melhor, então, voltar para o quarto e se deitar, ainda estava com dor de cabeça e esperava que ela passasse logo.

Acabou adormecendo novamente e quando acordou, um cheiro gostoso de comida invadiu suas narinas. Estava com fome, que horas seriam? Levantou-se com cuidado para não sentir tontura e foi até a sala; Axel terminava de colocar dois belos bifes sobre a mesa e algumas batatas assadas. Liz salivou com aquela visão e sentou-se, inspirando o aroma da comida. Foi quando se deu conta de que a dor de cabeça havia passado; suspirou, sentindo-se aliviada.

O rapaz sentou-se também e começou a comer, Liz seguiu-o e terminaram a refeição tão mudos quanto a iniciaram. Ela queria fazer algumas perguntas, estava arrasada, perdida e angustiada com sua situação. Suas memórias eram um grande vazio, porém sua cabeça fervilhava de pensamentos. Axel, no entanto, não abria espaço para diálogos, nem mesmo olhava para ela. A garota começou a ficar com a impressão de estar sendo um incômodo ali.

— Obrigada... — disse ela tentando estabelecer alguma comunicação, enquanto Axel retirava a mesa. — Por ter me salvado... e por cuidar de mim... — agradeceu em tom hesitante.

Como não obteve resposta, levantou-se.

— Deixe que eu lavo a louça, posso fazer isso — falou, aproximando-se dele na frente da pia e sentindo um pouco de frustração em não ser notada.

Axel a olhou de canto de olho e saiu do caminho, voltando ao seu lugar no sofá da sala. Não estava mais irritado, mas também não sabia como lidar com a garota, então era melhor não falar nada e deixar ela fazer o que quisesse.

Assim que terminou com a louça, Liz foi se sentar na poltrona perto da lareira, ficando quase de frente para o rapaz. Observou-o com certa ansiedade, ela sentia a necessidade de conversar e queria saber mais sobre tudo. Sua falta de memória deixava-a angustiada, com sede de informação. Axel estava lendo novamente, era um livro estranho e Liz não reconhecia as letras, pareciam símbolos.

— O que está lendo? — perguntou.

— História antiga do Japão — respondeu ele sem tirar os olhos do livro.

— Ah! Sim... — Pelo menos lembrava-se que japonês usava um alfabeto próprio, só não o tinha reconhecido. — Você lê japonês?

— Não, só estou olhando as figuras... — respondeu ele com uma ruga entre as sobrancelhas e ironia na voz.

Liz, ao perceber que tinha feito uma pergunta idiota, sentiu o sangue subir pelo rosto e queimar suas orelhas. Era óbvio que, se ele estava lendo, era porque sabia japonês. Embora estivesse envergonhada, também irritou-se com a falta de atenção com que o rapaz a estava tratando, mas não desistiu.

WARG - Natureza Indomável - DEGUSTAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora