Capítulo 4 - Identidade

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Axel se levantou antes do sol nascer, ele não costumava dormir muito e seu sono era leve

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Axel se levantou antes do sol nascer, ele não costumava dormir muito e seu sono era leve. Ligou a cafeteira e olhou para fora, a neve havia parado de cair, finalmente; mas duvidava que a garota fosse embora tão cedo.

Sua cabana ficava aos pés das montanhas mais altas da Romênia, a dez quilômetros da vila mais próxima, e a estrada onde ocorrera o acidente com a garota era secundária, não ligava cidades importantes. Por isso não acreditava que as autoridades mandariam máquinas até lá para desbloqueá-la, provavelmente esperariam que a neve derretesse sozinha. O que poderia levar dias, se continuasse frio como estava. Colocou o café fumegante em uma caneca e inspirou o aroma, bebendo-o em seguida.

Assim que terminou o café, vestiu seu casaco, as botas e saiu, indo até a garagem. Afastou a neve da frente da porta, abriu-a e acendeu a luz. Havia dois veículos lá dentro, uma caminhonete e uma moto potente. Foi até o fundo e tirou um trenó de um gancho na parede, pegou algumas cordas e deixou a garagem, afastando-se da casa.

Liz acordou com um pouco de dor de cabeça, não tinha conseguido dormir direito. Seu sono havia sido agitado e acordara várias vezes durante a madrugada, sempre com os batimentos cardíacos acelerados e respiração ofegante. Talvez estivesse tendo pesadelos, mas nem disso ela se lembrava. Só sabia que estava cansada, mesmo sem ter feito nada. Não queria se levantar, não queria se encontrar com aquele chato de olhos dourados; estava certa de que não era bem vinda naquela casa, que era apenas um incômodo. Queria apenas dormir de novo, queria dormir para sempre...

Algum tempo depois escutou um barulho na cozinha. O chato devia estar fazendo café, pensou irritada. Relutou em sair da cama e não teria saído se não fosse a necessidade fisiológica de ir ao banheiro, estava com fome também. Não teria jeito, teria que encarar o rapaz. No banheiro, olhou-se no espelho. Já havia passado vários minutos se olhando no dia anterior, sem se reconhecer; era uma estranha para ela mesma. E agora, parecia uma bruxa descabelada.

Havia achado diferente o cabelo platinado de Axel, mas o dela também não era normal, por que será que estavam com as pontas pintadas de rosa? Era moda? Olhou as unhas com esmalte preto descascado, que tipo de pessoa ela era? Do que gostava? Qual era o seu nome? Queria respostas desesperadamente, precisava delas. Tentou ajeitar os cabelos com os dedos e foi para a cozinha.

A mesa estava posta e desta vez o cheiro que vinha do forno era maravilhoso.

— Oi... — disse sem muito ânimo. — Está cheirando bem, o que é?

— Torta — respondeu Axel pegando uma bolsa no canto da pia e colocando em frente à garota.

— O que é isso? — perguntou ela olhando para o objeto sem entender.

— Sua bolsa... as malas estão ali — apontou para o canto da sala. — Não sabia qual era a sua, então trouxe todas.

Liz olhou para onde ele apontava. Havia duas malas, uma grande preta e uma menor roxa. Devia ser a roxa, pensou. Voltou-se, então, para a sua bolsa. Certamente algumas respostas estariam ali. Sentiu seu coração acelerar.

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