Capítulo 57

6.1K 465 1
                                    

Mia

Depois de descobrir aquilo fiquei sem chão, meu pai realmente não é pai de Manuele e ele sabia desde sempre. Sai do hotel e não avisei nada para os dois, a parte externa era a coisa mais linda, tinha um jardim enorme e uma piscina 10x maior e foi pra lá que fui, o clima estava bem gostoso estava próximo à piscina viajando nos meus pensamentos e olhando para as estrelas que brilhavam forte, ouço passos mas não me movo nada vai me tirar dali até uma voz familiar surgir. 

Mia: para, tu aqui. 

Teo: Olá Mia – ele disse com um sotaque estrangeiro bem engraçadinho –.

Mia: saudades desse sotaque – falei rindo e nos abraçamos – o que está fazendo aqui? 

Teo: vim para uma reunião de negócios, saudades de ti carioca – rimos –.

Quando menos esperei Henrique apareceu ali entre nós e sua cara não foi uma das melhores, ciúmes sinto cheiro de longe. 

Mia: Teo, esse é o Rique. Meu amor – olhei para Henrique que segurou para não revirar os olhos – amor, esse é o Teo um dos sócios do escritório de advocacia de Orlando.

Rique: E aí, tudo bem – cumprimentaram com um aperto de mão –.

Teo: bom te ver Mia, precisava conversar com você sobre esse assunto que vim tratar hoje. É do seu interesse – ele deu um sorrisinho –.

Mia: tenho audiência amanhã às 9h, me encontra depois aqui e nós almoçamos, que tal? 

Teo: combinado – olhou para Rique – prazer Henrique.

Rique deu apenas um sorrisinho bem sínico e prendi o riso. Teo é lindo, um Deus grego loiro dos olhos azuis, mas não, não faz o meu tipo. E acho que Henrique não se deu conta disso ainda, voltamos para nosso quarto enquanto o silêncio reinava entre nós.

Mia: tu não vai falar comigo? 

Rique: falar o que? Tu precisa descansar pra amanhã – falou seco –.

Mia: ah claro, você não está? 

Rique: não estou nada Mia – ele olha em meus olhos depois desvia o olhar para a TV – nós só precisamos descansar. 

Mia: O Teo, ele...

Rique: é melhor que eu? É um advogado fodido de Orlando? É que negócio ele quer contigo? Que tu volte para lá? 

Mia: Não Henrique – falei calma – não é nada disso. O Teo não sabia até eu descobrir que ele amava o Brasil e assistia notícias, e sua família, sua loja é conhecida tu sabe. Ele me perguntou e fui sincera mas nunca questionou nada e sempre soube que eu voltaria pra cá, meu Deus – caminho até a cama onde ele está – ele sabe da Manu, ele sabe do Enzo. Ele sabe que eu te amo – olho nos olhos dele que está longe – você não pode simplesmente agir assim por ciúmes – levo uma mão em teu rosto e acaricio, ele fecha os olhos por alguns segundos e abre novamente para me olhar –.

Rique: te amo, desculpa – ele me puxa para perto – vem cá – enterra seu rosto em meus cabelos –.

Mia: Eu te amo – digo baixinho –.

Consegui dormir depois de tudo aquilo foi difícil, era quase certeza de que meu pai não iria conseguir a guarda de Manuele, Barbara não escondeu, ele sabia e assumiu ela mesmo assim. Levantei bem cedo e tomei um banho, Rique estava dormindo e não quis atrapalhar, consegui horário no salão antes da audiência e fui. 
Quando retornei para o hotel ele já estava de pé e lindo todo de social, caminhei até ele e o mesmo envolveu os braços em minha cintura iniciando um beijo calmo e gostoso.

Mia: é melhor a gente parar antes que eu troque tudo para ficar aqui – rimos baixinho –.

Rique: vai se arrumar, hoje fiquei pronto primeiro que você.

Mia: só hoje em.

Me soltei dele e fui me trocar, estava pronta quando meu pai bateu na porta, Rique abriu e vi o mesmo olhando para trás e seus olhos me encontraram. 

Mia: o que foi?

Rique: melhor tu ir conversar com ele.

Quando apareci na porta do quarto meu pai estava pálido, e não estava vestido dei espaço na porta e ele entrou, Rique saiu rapidamente para ir sacar um dinheiro que precisava. 

Mia: o que houve?

Mauricio: cancela tudo, tá bom? – ele diz rápido demais –.

Mia: Oi? É sério isso? Cancelar porque? Tu não quer mais a guarda da Manuele? 

Mauricio: Eu não posso, não posso. 

Mia: o que você não pode? Tu precisa me contar, sou a tua advogada nesse caso – falei firme –.

Mauricio: é minha filha e eu não quero falar. 

Mia: não haja como se fosse uma criança, eu preciso saber. Se eu for até la e cancelar tudo... – respirei fundo antes de dizer aquilo –.

Maurício: eu tenho câncer.

Mia: você, o que? – senti meu rosto ficando pálido, não consegui disfarçar e me sentei na cama –.

Mauricio: tenho câncer, fase terminal. Esta muito avançado, meu médico acabou de me ligar. 

Mia: E quando você iria me contar isso? – deixo as suas mãos caírem em minha perna –.

Mauricio: filha olha pra mim, por favor – ele se abaixa –.

Mia: tu está normal, não está doente não – falei rindo sem acreditar e senti meus olhos ficando marejados –.

Mauricio: eu sabia que estava doente mas não sabia a gravidade. 

Mia: A Barbara sabia? 

Mauricio: em partes, ela sabia do câncer mas não do estagio em que ele esta. Não é justo com a Manuele, Mia, eu não posso – ele coloca as mãos sobre as minhas, elas estão geladas como pedra e aperto elas em seguida –.

Mia: eu vou cancelar, ta bom? – olho em teus olhos e engulo o choro –.

Mauricio: obrigada filha, obrigada. 

Após cancelar tudo meu corpo estava exausto, aliás o meu psicológico estava abalado. Rique me acompanhou o tempo todo, só queria voltar para o Rio e dar início ao tratamento do meu pai mas antes precisava avisar para o Téo e enviei uma mensagem “Téo é a Mia, preciso cancelar nosso almoço, problemas de saúde com o meu pai. Volto a te ligar, desculpa”. Ele respondeu logo em seguida e sorri ao ver que ele entendeu o errado. Não deixei meu pai fazer mais esforço, ajudei nas malas junto com o Rique, ele percebeu a minha preocupação e não quis debater nada.

Coração de açoOnde histórias criam vida. Descubra agora