Capítulo 8

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— Quando é que seu castigo vai acabar? — Perguntei fazendo desenhos invisíveis em sua barriga por cima da blusa.

— Ainda não sei... — Suspirou.

Lisa estava nesse castigo fazia três semanas. A gente se via duas ou até mesmo uma vez na semana quando dava certo, já que seu pai estava pegando em seu pé.

Quando descobri que ela tinha fugido de casa para ir na festa e que continuou fazendo isso para ir me ver no meio da noite a fiz parar imediatamente. Era errado, eu não podia deixá-la levar a bronca sozinha.

— Você acha que... — Olhei em seus olhos. — Ele sabe da gente? Por isso está te deixando de castigo?

— Não acho que tem a ver conosco, Nini. — Alisou minha bochecha.

— E como sabe disso? — Me aconcheguei melhor em seu corpo.

— Tenho certeza que quando ele te conhecer, vai te amar logo de primeira. — Sorriu sem parar de alisar meu rosto. Sorri tímida enquanto deslizava as pontas de meus dedos em sua clavícula.

— Você... Já apresentou alguma menina para eles? — Perguntei receosa.

— Já.

— E como foi?

Ela me olhou apenas divagando seus olhos por cada centímetro de meu rosto, ela sorriu com seus castanhos brilhando para mim. Eu poderia passar cada momento de minha vida apenas tendo aquela imagem, de Lalisa me olhando como se eu fosse a única do mundo.

Ela pigarreou umedecendo seus lábios, piscando algumas vezes e assim voltando a nossa conversa.

— Nada bom. — Engoli em seco. — Mas não foi por ser uma menina e sim por quê ela era uma má influência. Estava tão cega por ser a primeira namorada, que eu não enxergava a verdadeira pessoa que ela era. Papa falou que o comportamento e o linguajar dela era estranho, eu disse que eles não a conheciam e que talvez eles só não aceitavam a filha lésbica que eles tinham... — Lalisa respirou fundo me apertando em seus braços, enquanto eu apenas a ouvia. — Mas quando ela começou a me proibir de sair ou até mesmo de conversar com as minhas amigas que eu percebi que meu papa tinha razão. Certo dia estávamos discutindo sobre eu ter saído com as meninas e quando mamãe foi perguntar o que estava acontecendo, ela a desrespeitou bem na minha frente, falando que gente velha da idade dela não deveria se meter onde não era chamado. No mesmo instante a expulsei de casa e pedi que nunca mais chegasse perto de mim e de meus amigos. Mamãe sempre foi uma pessoa gentil, tratou ela como filha e não pensei duas vezes em fazê-la pedir desculpa e para se retirar da minha casa.

Permaneci quieta e fiquei pensando sobre aquele assunto e foi ali que cheguei a pensar... Será que o pai de Lalisa acha que sou uma má influência? Por isso ela está de castigo? Para tentar nos afastar?

— Papa não sabe da gente... — Falou me tirando de meus pensamentos. — Mas conversei com mamãe sobre uma tal garota que tinha roubado meu coração desde que chegamos aqui. — Sorriu deixando um selinho em meus lábios.

Corei instantaneamente. Céus, eu tenho que me acostumar com Lalisa falando daquele jeito.

Mas é impossível! Foram Quatro meses esperando por esse momento!

— Mamãe também sabe de você, até perguntou quando irei te apresentar. — Lalisa engoliu em seco me fazendo rir.

— Oh...

Foi a única coisa que ela falou quando sua porta foi aberta pelo seu pai nada feliz. Senti um calafrio subir por todo meu corpo, levantei assim que Lisa ficou em pé, segurou em minha mão e senti que elas começaram a ficar suadas. Eu me encolhi atrás dela como se ela fosse me proteger de seja lá o que fosse acontecer.

UM ROMANCE SIMPLES E CLICHÊOnde histórias criam vida. Descubra agora