Jamille Vitória é conhecida como "A louca" porque várias pessoas disseram que ela fala sozinha por ai. E o que dizem é verdade, ela realmente fala sozinha. O motivo? Ela não tem ninguém para conversar, nem com seus pais, seus irmãos, nem com ninguém...
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Eu estava começando a gostar dela, de verdade. A mina é linda, e não tem a atenção que merece. Ela entrou na escola com a cara de sempre, triste e sozinha.
Não mais.
Passei a manhã inteira observando ela na escola, as vezes ela olhava em volta, talvez a minha procura, mas eu não apareci.
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Quanto mais o tempo passava, mas triste ela ficava sem a minha presença.
— Sam, cadê você? - Gritou.
— Que isso garota? Cê gritando porque? E quem é Sam? - Disse sua mãe que acabou de entrar no quarto.
— Sam é meu amigo, mãe! Ele sumiu! - Disse assustada.
— Você não tem amigos Jamille, isso daí é da sua cabeça. - Respondeu.
— Você não entende mãe!
— Não entendo mesmo, tchau. - Disse e saiu.
Menina Jamille, não fica assim, espera só mais um pouquinho. - Pensei.
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Jamille estava sentada na escrivaninha de seu quarto desenhando em um papel com toda a tranquilidade do mundo. eu decidi me aproximar para ver o que ela estava fazendo, e me surpreendi ao ver o meu rosto no papel branco. O desenho estava perfeito, ela não me disse que sabia desenhar tão bem desse jeito.
- Eita mainha que desenho lindo Jamille! - Falei.
- Sam! - Gritou e tentou me dar um abraço.
Mas não deu certo.
- Isso não importa, o que realmente importa é que você tá aqui comigo. Achei que nunca mais cê ia aparecer pra mim. E em relação ao desenho, eu fiz pra sempre me lembrar de você, a única pessoa que se importa comigo de verdade. - Sorriu.
- Eu queria tanto tocar em você direito, desse jeito você não se preocuparia se eu iria sumir ou não. Seria muito mais fácil.
Ela pegou em minha mão, era a única parte do corpo que ele conseguia tocar direito, tirando hoje que ela se esbarrou em mim.
- Um dia isso será possível Sam. - Disse e seus cabelos começaram a voar como se tivesse uma onda de vento dentro de seu quarto.
Senti um arrepio no corpo.
De repente a maçaneta da porta começou a girar e uma mulher com uma cara furiosa apareceu. Era a sua mainha novamente.
- Jamille! Dá pra você parar de falar sozinha? Se eu pegar você mais uma vez fazendo isso, eu vou internar você! - Gritou.
- Mãe, eu não tô falando sozinha, eu tô falando com o Sam, meu amigo. - Disse.
- Você de novo com esse tal de Sam, não tem ninguém aqui e você... - Parou de falar e começou a olhar em minha direção.
- Mãe! O que foi? - Jamille perguntou quando percebeu que sua mainha estava paralisada.
- Quem.. quem é esse? - Apontou para mim.
Ela estava me vendo? Não é possível!
- Cê tá vendo ele? É o Sam mãe! Não acredito, Sam você tá realmente aqui.
Agora sim, ela conseguiu me dar um abraço e tanto.
- Eu não sei o que aconteceu menina Jamille. - Falei assustado.
- Cê é mais louca do que eu imaginava, eu vou tirar você daqui agora! - Disse sua mãe.
- Deixa ela em paz agora! - Gritei e a porta onde ela estava se fechou com força.
Jamille estava perplexa.
- Como você fez isso? - Perguntou assustada.
- Eu não sei. Eu quero saber como eu vim parar aqui de verdade.
Me lembrei do que aconteceu a minutos atrás.
- "Um dia isso será possível Sam". Foi o que eu falei Sam, meu desejo se realizou, igual aquele dia com você no jantar. - Falou.
- Bem, que eu percebi que seu cabelo voou de um jeito estranho. - Respondi.
- É agora temos que resolver o problema da minha mãe.
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Foi difícil, mas conseguimos convencer a família dela que o amigo irmão de Jamille, no caso eu, apareci do nada, e que também Jamille não é louca.
No dia seguinte a tarde, fomos a biblioteca da escola de Jamille, ela se sentou no mesmo lugar que nos conhecemos.
- Sabia que antes de você aparecer aquele dia, eu iria procurar um livro aqui chamado "De Repente Você Apareceu". Agora que eu me lembrei que esse nome tem tudo haver com você. - Disse.
- Ôxe! Tem algo errado nesse nome aê, se fosse o meu caso, o nome seria "De Repente Ela Apareceu e Eu Me Apaixonei". - Sorri.
- Tá na hora disso se tornar realidade. - Falou.
Eu me aproximei devagar e dei um beijo nela, como eu queria há dias, e parece que ela também.
