Jamille Vitória é conhecida como "A louca" porque várias pessoas disseram que ela fala sozinha por ai. E o que dizem é verdade, ela realmente fala sozinha. O motivo? Ela não tem ninguém para conversar, nem com seus pais, seus irmãos, nem com ninguém...
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Eu estava pingando de sono, e acabei dormindo. Quando eu acordei, Sam já não estava em meu quarto.
Decidi que iria sair do quarto e ir direto para a sala.
- Ei, você mesma Jamille! Onde a senhorita estava que ficou sumida o dia todo? - Minha mãe disse, me pegando de surpresa.
- Estava no meu quarto o dia todo, mãe. - Respondi.
Ela se aproximou.
- Você só fica nesse trem desse quarto o dia todo também né Jamille. Aposto que estava falando sozinha que nem uma louca de novo.
- Olha mãe, pra que eu ficaria aqui? Ninguém conversa comigo nessa casa, o que me resta é meu quarto.
- Ninguém quer conversar com uma menina louca. Agora se arrume para o jantar, seus irmãos estão chegando! - Disse e saiu.
O motivo da minha "loucura" é que ninguém conversava comigo antes, será que ela não entende isso?
Minha irmã e meu irmão são os filhos preferidos da minha mãe, porque eu não sou louca igual eles, isso são palavras da própria.
De repente, meu amigo apareceu.
- Comecei a odiar sua mainha nesse momento, Jamille. Ela é uma abestalhada. - Disse o baiano.
- E com razão, Sam.
- Você vai se arrumar? - Perguntou.
- Vou, você me espera aqui?
- Claro, eu sempre vou esperar você Jamille.
- Espera só um tiquim, já volto. - Sorri.
Peguei uma roupa simples, e uma sapatilha preta e voltei para onde Sam estava.
Ele estava olhando a decoração da minha casa.
- Que massa! - Disse.
- O que?
- Eu gostei da decoração de sua casa, e de você também, tá maravilhosa! - Sorriu.
- Obrigada Sam. Acho que você apareceu pra mim só pra ficar elogiando.
- Ôxe, que nada! Agora menina bonita, posso levar tu para a mesa de jantar? - Estendeu a mão.
- Eu aceito, mas eu não consigo te tocar.
- Tenta.
Sam fechou os olhos e continuou com a mão estendida para mim. Eu fui me aproximando devagar e coloquei minha mão em cima da sua, e um arrepio percorreu o meu corpo.
Eu toquei em Sam.
- Que trem é esse? - Perguntei assustada.
- Um desejo meu. Agora vamos?
Sua mão é macia.
- Parece que você tá aqui de verdade.
- Na verdade eu estou, eu sou real pra você.
O jantar foi como sempre, eles sempre conversando e rindo, e eu lá acompanhando tudo com Sam ao meu lado.
🎈🎈🎈🎈
× Dois dias depois ×
Estou a caminho de mais um dia de aula, pelo o menos hoje não vai cair um pé d'água, e vai ser muito melhor.
Peguei meu celular para olhar o relógio e acabei esbarrando em alguém.
- Me desculpa eu...
- ÔxeJamille, sou eu! Sam.
Eu toquei nele de novo.
- Quase morri do coração. Achei que cê fosse me xingar.
- Nunca iria xingar você moça. Vamos pra escola?
- Claro.
Quando estávamos andando, eu mostrava algumas partes de beagápara ele. Até que chegamos na porta da escola.
- Se você é meu amigo imaginário, como eu consigo tocar em você? - Perguntei.
- Não sei menina Jamille, acho que é porque nós dois queremos isso. - Sorriu.
- Que pena. Então Sam, eu já vou entrando. - Me virei e saí andando, mas ele parou na minha frente.
- Eu sei que não faz nem uma semana que a gente é amigo irmão, mas eu queria tanto de dar um beijo Jamille. Não foi a toa que eu apareci de repente pra tu.
