new life

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O barulho daquele ônibus velho era intrigante, o pneu batia contra as pedras que continham na estrada de terra que aquele pequeno ônibus seguia, e eu já podia sentir a diferença no ar. Eu observava todos os lados daquela estrada a procura de prédios, buzinas e uma movimentação que fosse, mas nada existia. Tudo era ocupado por plantações e barulhos de insetos, a calmaria era presente ali.

Por uns instantes aquilo me pareceu estranho, eu nasci e cresci em Nova York, nunca fui de passar as férias em lugares calmos, minha família nunca pensou em ter sítios ou fazendas, o objetivo deles era outro: prédios, empresas, poder e luxo.

Pela janela daquele ônibus eu observava o céu que ainda estava escuro e repleto de inúmeras estrelas, se fosse em Nova York seria impossível observa-las, me permiti a pensar no que havia feito e torci mentalmente para não me arrepender dessa decisão que iria mudar minha vida para sempre.

Enquanto eu me mantive disfarçado e um pouco distante do local, tive o privilégio de ver um por um a chegar no meu "velório". Talvez essa seja uma das maiores curiosidades do ser humano, ver quem iria prestar homenagem a sua morte, quem iria chorar ou quem iria pra fazer fofocas. Eu ainda podia escutar os soluços de minha mãe que pareciam até verdadeiros se eu não a conhecesse bem, ela poderia ter enganado aquele bando de paparazzi sedentos por notícias, mas a mim não. As declarações de Lori sobre o quanto eu era um bom noivo, o marido esplêndido que seria e o que seria da vida dela agora até me comoveram por um instante. Estávamos tão perto do casamento que eu mal podia acreditar que havia a abandonado antes que ela pudesse realizar seu sonho de usar um luxuoso vestido de noiva e entrar na igreja.

— Hey, moleque! - escutei uma voz grossa me chamar e sai de meus devaneios procurando de onde vinha. Encarei o motorista do ônibus que me olhava com desdém — Onde você está com essa cabeça? Já chegamos! Estou te chamando a 10 minutos.

— Desculpa! - disse me levantando daquela poltrona velha puxando uma pequena mala que Harry havia comprado a horas atrás. Desci as escadas do ônibus que rangeu assim que coloquei meus pés nela, talvez velha o suficiente para não aguentar meu peso, assim que pisei meus pés no chão duro e seco me virei para o motorista que ainda me encarava com uma cara nada boa, talvez por eu ter lhe atrasado um pouco.

— Obrigada! - agradeci ao motorista que simplesmente acelerou o ônibus saindo e me deixando ali sozinho.

Soltei um suspiro frustrado passando a mão nos bolsos de minha calça jeans a procura de meu novo celular, tirei o mesmo do bolso vendo se havia alguma ligação de Harry. Ele era o único que sabia da verdade, ele é meu melhor amigo e mesmo odiando a idéia, resolveu me ajudar. Pedi que ele me deixasse por dentro de todas as novidades, sendo elas sobre minha mãe, Lori e até da empresa. Estava completa curioso para saber como seria a vida deles sem eu por perto no comando, eles vão enlouquecer.

Não havia nenhuma ligação, o que não era estranho já que o lugar mal pegava sinal e não era pra menos já que me encontrava no interior da Geórgia. Guardei o celular no bolso olhando em seguida para meus novos documentos, o local que antes meu nome era ocupado por Zachary Miller, agora estava sendo ocupado por outro, nem eu mesmo me reconhecia mais, minha data de nascimento e até o nome dos meus pais não era o mesmo, parece até que toda a minha história foi apagada de uma noite pra outra diante daquele pequeno pedaço de papel plastificado.

Guardei o documento no bolso, olhando pra frente vendo um pouco distante dali uma casa grande, bonita toda de madeira era a única perto dali  a outra eu só conseguia a enxergar a km de distância, isso sim é isolamento.

Comecei a caminhar pelo pequeno caminho feito de terra que provavelmente me levaria até a casa. O sol já começava a nascer e clareava o caminho, o barulhos dos pássaros se tornava presente pelo local.

Assim que cheguei, subi os degraus de madeira escutando a mesma ranger com meu peso, parei em frente a porta. O cheiro de café fresquinho fez com que meu estômago revirasse de fome, soltei um breve suspiro e dei duas batidas na porta. Estava nervoso e sem saber o porquê, talvez com medo do que pudesse encontrar atrás daquela porta, desde que tive a ideia de forjar minha morte, Hershel, o dono daquelas terras foi um dos homens que procurei pra ver se poderia me hospedar.

Quando a porta se abriu, ele estava me esperando com um meio sorriso no rosto, fiz o mesmo tentando controlar o máximo meu nervosismo.

— Senhor Greene, bom dia! — disse esticando meu braço e lhe dando um aperto de mão.

— Bom dia, entre! — ele disse, dando espaço para que pudesse entrar enquanto segurava minha mala. — Chegou agora?

— Sim, o ônibus me deixou ali na entrada da fazenda. — disse antes dele fechar a porta e então ele assentiu.

— Já tomou café da manhã?

— Hum, ainda não. — respondi lhe acompanhando pela casa.

— Junte-se a nós então. — ele falou enquanto seguia para a copa da casa.

Aquilo era enorme, tentei não me prender aos detalhes mas era quase impossível. Uma mesa enorme estava posta no local, continha bolos, chá, suco, café, pães e frutas. Uma mulher bonita terminava de por a mesa e assim que Hershel colocou a mão sobre sua cintura, tive certeza de que ela era sua mulher.

— sente-se, Patrícia — ele disse calmo, ela virou com um sorriso nos lábios e me fitou esticando o braço em seguida.

— Olá — ela disse animada — Seja bem-vindo.

— Obrigada! — respondi lhe dando um breve sorriso.

— Junte-se a nós, você deve este faminto — ela riu e eu assenti puxando uma cadeira para que pudesse me sentar.

— Onde está Maggie? — Hershel perguntou se direcionando a sua mulher.

— Ela desce em instantes, querido — Patrícia lhe respondeu com um sorriso nos lábios logo se sentando a mesa também — O que está achando do lugar?  — ela me fitou e eu me senti um pouco perdido, rindo fraco.

— Eu acabei de chegar, mais vejo que é um bom lugar, bem calmo.

— Você vai adorar — ela falou — De onde você veio?

— Hum... — fechei meus olhos por uns instantes tentando me concentrar — Interior da Virgínia. — menti, não poderia dizer que era de Nova York.

— Oh sim, ouvi dizer que Virgínia é um bom lugar para se viver — ela disse enquanto enchia sua caneca de café — Aceita?

— Sim, obrigada! — respondi vendo ela encher a minha também.

Patrícia estava prestes a fazer mais uma pergunta quando passos sob a escada se instalou no ar. O meu olhar curioso se direcionou ao local e eu senti meu corpo todo se enrijecer vendo a garota descer. Ela tinha uma pele tão branca quanto a neve, os olhos mais esverdeados que ja havia visto e seus cabelos em um tom claro com uma trança feita de lado, seu rosto angelical e seu vestido delicado. Ela se aproximou da mesa dando um beijo na bochecha de Hershel e Patrícia recebendo um 'bom dia' em troca e antes que ela se sentasse, seu olhar pairou sobre o meu.

— Hum, oi — ela disse um pouco tímida abrindo um sorriso.

Me levantei da mesa limpando minha boca com o guardanapo o colocando de volta ao lado do prato, em seguida esticando meu braço apertando a mão da garota.

— Eu sou a Megan, Megan Greener. — ela disse delicada, o seu olhar estava grudado em meu rosto e ela parecia curiosa — e o seu?

— Eu sou Zac... — dei uma pausa, engolindo a seco sentindo o nervoso tomar conta de mim, olhei mais uma vez para a mão de Megan que segurava a minha, sorri de canto — Eu sou Zayn Malik.

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Então galerinha, é isso! Espero que vocês tenha gostado, não se esqueça de votar, comentar e adicionar a sua biblioteca.

all the love, barbie hembrow.

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