Anjo da guarda.

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"A noite acendeu as estrelas, pois tinha medo da própria escuridão"

Silêncio? A boate podia ser qualquer coisa, menos silenciosa.
O salão era escuro, mas as belíssimas luzes coloridas dançavam ao ritmo animado da música, conduzindo homens e mulheres à melodia.
As pessoas bebiam, gargalhavam, dançavam e se divertiam, esquecendo todas as suas preocupações.
Um odor estranho de cigarros e bebidas alcoólicas estava impregnado no local, mas isso não era considerado um problema.

Era quente, uma balada extremamente conhecida, e estava lotada, as pessoas precisavam se apertar para caminhar.

Perto da pista de dança, um grupo de sete pessoas se destacava, dentre eles estavam cinco homens e duas mulheres.

Meliodas encarava a tela iluminada do celular, provavelmente o único alarmado com o horário.
Passava os olhos esmeraldinos por cada ser vivo daquele lugar, na sua visão, um mais patético que o outro.

"Este lugar é feito de otários e malditos, infestado de vermes!"

Não havia um detalhe que o loiro já não tivesse reparado, cada pequeno canto, mulher ou homem, bêbado ou sóbrio.
Desviando o olhar para os seus companheiros, via o ápice da insanidade, haviam perdido os sentidos, esquecido as consequências, se importavam apenas com o momento.

"Idiotas..."

Revirou as orbes verdes, guardando o aparelho no bolso da calça jeans, pronto para ir embora daquele local.

_ Capitão! _ Ban o chamou. _ Onde vai?
_ Dar o fora daqui. _ respondeu sem emoção.
_ Oh, já? _ Diane se intrometeu.
_ Sim, é muito tarde e eu não aguento mais olhar para esse bando de hipócritas.
_ Meliodas e seu temperamento explosivo... _ a morena cruzou os braços, emburrada.

O loiro simplesmente ignorou, despedindo-se do pessoal e dando as costas, em direção a saída da boate, na intenção de "fugir" o mais rápido possível.
Algumas mulheres lhe mandavam piscadelas, davam gritinhos extridentes e faziam pequenos corações com as mãos, tentando seduzi-lô.

"Incrível, como a noite pode pertencer tanto aos poetas, como às putas."

Por outro lado, os homem apenas abriam caminho em silêncio, abaixando a cabeça em sinal de respeito.
O loiro foi até o estacionamento, dirigindo-se até o belo Lamborghini Veneno e destrancando o carro, se acomodando no assento do motorista.
Arrancou com o veículo, passando a dirigir pelo asfalto movimentado de Lionessy.
A cidade era grande, e como o esperado, um engarrafamento estava se formando.
Droga! Assim iria demorar para chegar ao seu destino!
Bufando, teve uma ideia inteligente, porém insana, e numa manobra perigosa – que provavelmente o renderia algumas multas –, o loiro fez a curva e seguiu pela estrada de terra, por meio a floresta.

O matagal era completamente quieto e deserto, além de bastante escuro, mas isso não era algo que incomodava o loiro, nunca sentiu medo deste tipo de coisa.
Tudo o que almejava era chegar em casa, tomar um bom banho de espuma e cair na cama.
Percebendo que a gasolina poderia terminar a qualquer momento, se viu em uma necessidade de encontrar um posto.

Bingo! Havia um bem no final da estrada.

Estacionou a carro, abaixando o vidro e encarando o frentista.

_ Boa madrugada, meu jovem. _ disse o velhote, tentando esconder a expressão sonolenta.
_ Boa noite. _ cumprimentou educadamente, retirando uma nota de cinquenta do bolso. _ Encha o tanque, por favor.

O velhote assentiu, iniciando o seu trabalho.
Meliodas o encarava: era um idoso baixinho, de cabelos brancos, bigode, olhos cerrados, magrelo e desdentado.
"Chutando" o sono para longe, Cain – qual Meliodas descobriu ser o nome do frentista – tagarelava sem parar, nem era capaz de perceber que Meliodas não prestava a mínima atenção nas suas palavras.
Contava sobre as aventuras com a falecida esposa, as três filhas já crescidas e formadas, o sobrinho travesso e o neto que estava à caminho, fazendo com que o cliente quase adormecesse com o tédio.
Após o pagamento, Meliodas estava pronto para ir embora, não aguentava mais o papo sem graça de Cain, mas algo lhe chamou a atenção.

Little CatOnde histórias criam vida. Descubra agora