Isso tudo não faz sentido

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Suho olhou em silêncio seu irmão menor carregar a mulher para dentro da pequena casa que haviam alugado para o fim de semana de caça. Parecia frágil e pelo cheiro com dor, mesmo que dormida. Kyungsoo trazia a bebê que incrivelmente não chorava. Suho sabia que seria questão de tempo, a minúscula humana logo faria uma tempestade, afinal todos os bebês recém-nascidos choravam muito, suas experiências com os filhotes provava isso, ele não tinha chegado aonde chegou se não tivesse acompanhado seu pai em cada nascimento ocorrido das manadas agora sob sua proteção. Ser alfa era ser o supervisor perfeito e às vezes isso o deixava louco, mas não agora, agora ele questionava a insanidade do destino por colocá-los naquela situação. Agora o louco era o destino. Insanamente maluco.

Kai veio por último carregando as poucas coisas que as duas tinham naquela lata velha, se fosse um jogador apostaria que os deuses estavam se divertindo muito agora, afinal o que mais de ruim aconteceria? Um marido apaixonado?

— Algum problema mano?

— Muitos — Respondeu evitando rosnar, só o que tinha feito na última meia hora era rosnar como um cão raivoso. Kai por sua vez sorria de orelha a orelha, o que o deixava ainda mais furioso — Devia parar de agir como se tivesse ganhado a aposta do ano, se não percebeu a fêmea acaba de parir e por alguma maldição dos deuses estava dirigindo em uma estrada perigosa no meio do nada. Se isso não bastasse ela tem uma aliança dourada imensa e quase teve uma parada cardiorrespiratória quando caímos sobre aquela lata branca. E por último é uma frágil humana comum.

— Podia ser pior.

E seu irmão, irritantemente animadinho, escorou na cerca onde ele estava, quase destruindo a madeira apodrecida. O lugar estava caindo aos pedaços e até agora tinha sido um plano perfeito, iriam passar despercebidos ali.

Meia hora atrás tudo estava mudado e Suho não gostava de alterações de última hora. Tinham acabado de chegar, estavam patrulhando a área por segurança, era para ser apenas uma patrulha rápida de reconhecimento, agora era uma catástrofe anunciada. Malditos instintos lycans!

— Ei irmão, isso é bom, não o fim do mundo ok? Encontramos nossa companheira, é motivo de celebração.

— Ela é casada Jongin!

Rosnou, chamando seu irmão pelo nome de batismo.

— Matamos o marido oras.

Seu irmão deu de ombros e foi impossível não rir. Droga, seu irmão era um idiota. Assim como a raiva veio, ela passou, não concordava com ele, mas não podia dar as costas ao que houve essa noite, encontraram a companheira deles e um lycan jamais deixava sua companheira e os seus para trás.

— E o bebê?

—  A garota é nossa, as duas são, se é parte da nossa companheira é nossa parte, e no fundo eu sempre tive uma quedinha por filhotinhas de rostinho rosado.

— Aquele bebê não é um filhote, é completamente humana.

— Que seja, é filha da nossa mulher, então é nossa filha.

— De todos nós você é quem deveria estar mais furioso. Já pensou no que vai fazer com a horda de lobas com quem você andou nos últimos tempos?

Sete lycans e um destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora