Inesperadamente reconfortante

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O choro baixinho a despertou. Mia abriu os olhos temporariamente confusa ao se ver deitada em uma cama de casal, sozinha e em um quarto bem iluminado. Levou alguns segundos para que toda a noite anterior voltasse a sua lembrança. Ela tinha tentado passar pelo cara alto, recém-chegado e aparentemente conhecido dos seus quatro sequestradores para fugir no carro dele, uma tentativa frustrada já que ele a barrou com seu próprio corpo e com um sorriso imenso e divertido que a deixou furiosa. Então ela voltou para o carro praticamente bufando enquanto o caos imperava lá fora. Ela ignorou completamente, não queria saber da conversa, ou dos três estranhos, muito menos do tipo alto de sorriso fácil que escorou no seu vidro rindo constantemente enquanto os outros falavam em uma língua que ela não entedia. Por fim Kai entrou no carro dizendo que os planos tinham mudado e que iam parar no próximo hotel que encontrassem. Ela duvidou, mas para seu assombro, foi exatamente o que fizeram. Ela foi levada por um Kyungsoo sombrio ao quarto e então deixada sozinha com sua filha. Eles estavam estranhos, ainda mais do que já eram, entretanto ela não ia reclamar de poder dormir sobre uma cama macia e em paz. Contudo, agora sua filha já não estava mais ali, só que pela primeira vez ela não entrou em desespero. O som estava próximo, um deles estava vindo com ela.

Seu palpite estava certo dois segundos depois quando viu a porta abrir e Kyungsoo entrar com Vivi no colo. Ele a balançava suave e o chorinho terminou em um ruído que lembrava um risinho.

— Dormiu bem?

A pergunta dele soou tranquila. Mia assentiu. Não via mais razões para brigar com eles por enquanto, afinal fugir parecia bem impossível agora e estava aprendendo que criar conflitos com eles, era só mais um jeito de deixar Suho mais bravo e ele bravo era aterrorizador, mesmo que jamais admitisse isso em voz alta outra vez. Ela estava cansada daquilo, da situação e deles, mas sabia que se fingisse cooperar, as coisas seriam mais fáceis e apesar dos pesares, estava indo para longe do marido, com quatro guardas costas que ela sabia serem perigosos, pelo menos aquilo era um bom sinal. O fato de que naquele pesadelo ela seria o brinquedinho deles ao menos uma vez por mês a deixava louca de raiva, também a fazia ter coragem para arrumar briga quando fosse necessário, mas não era agora, embora as ameaças do tal alfa fossem assustadoras e bem reais na noite anterior, eles ainda não tentaram nada, então ela também se daria um tempo para se acalmar, ou ao menos que pudesse fazer para se tranquilizar diante das circunstâncias desfavoráveis.

— Aqui, ela já está de banho tomado.

Ele a entregou em seus braços e Mia o encarou curiosa.

— Você deu banho nela dessa vez? Onde está o Baek?

— Ele está com nossos primos no quarto da frente. Estão em reunião desde essa manhã.

— Primos? Aqueles três...

— Sim, são nossos primos distantes, trabalhavam para o nosso rei até semana passada, agora desertaram para vir atrás de nós. Fiquei surpreso, Chen é sempre tão correto.

Kyungsoo sorriu e ela evitou rolar os olhos diante do sorriso suave e doce. Ele era bonito, como todos os irmãos, mas sempre via seu semblante sério. Sorrindo ele parecia diferente, quase humano... Então ela interrompeu seus pensamentos apressada. Ele era o inimigo, não podia facilitar para eles, nunca.

— Se são seus primos, também são cães.

Perguntou não perguntando. Ela já sabia a resposta antes dele assentir, depois ele balançou a cabeça ficando frustrado. Ela sorriu internamente, um a zero, D.O.

Sete lycans e um destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora