Capítulo 3

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Camila POV

-Senhorita Cabello, a paciente das 15h acabou de chegar. - Falou, Ally ao telefone.

-Pode pedir pra ela entrar, Ally. E já disse que pode me chamar de Camila.

-Ok, senh...Camila.

Desliguei o telefone e segundos depois a porta se abriu. Uma mulher linda entrou na sala. Seus cabelos pretos soltos combinavam perfeitamente com sua pele branquinha e seus olhos verdes.

E que olhos são esses? Eles me fitaram esperando minha apresentação e só então percebi que já fazia quase um minuto que ela entrara na sala e eu a fiquei analisando.

-Olá, senhorita...

-Lauren, Lauren Jauregui. - Falou ainda me encarando.

-Prazer, Lauren. - Disse estendendo minha mão. - Sente-se por favor, poderia me dar seus exames pra eu analisá-los?

Falei tentando sair do transe que aqueles olhos verdes me proporcionavam.

-Sim, claro. Eles estão aqui. 

Me entregou um envelope com uns papéis e um raio x.

-Seu ombro direito então está com uma síndrome do manguito rotator. Pratica algum esporte que força o braço?

-Sim, eu joguei vôlei durante todo o final de semana. Achei que ainda ainda pudesse ser uma atleta de auto nível. Acho que me enganei.

Riu me apresentando seu sorriso lindo. Não consegui resistir e ri junto com ela.

-Então você está sentindo essa dor há cinco dias?

Concordou com a cabeça.

-Tomou algum remédio? Está utilizando alguma tipóia?

-Tomei um remédio pra dor nos últimos 3 dias, somente.

-Teremos que fazer 3 semanas de fisioterapia, isso pode ajudar a restaurar flexibilidade e força para o seu ombro após a lesão. Às vezes é possível eliminar a dor e restaurar a função sem cirurgia. 

-Então, ainda existe a possibilidade da cirurgia?

-Infelizmente sim. Mas faremos o impossível pra não chegarmos nesse extremo.

-Sei que escolhi o melhor lugar para o tratamento.

Disse olhando pra mim com um sorriso. Eu poderia chamá-la pra sair naquele momento. Mas isso não seria nada ético. Faria isso numa outra hora sem dúvida. Talvez no final do tratamento, quando não teríamos mais nenhum contado.

Já fiquei com uma paciente e não foi das melhores experiências. Ela queria repetir a dose em todas as consultas, isso era excitante mas quebrava uma das minhas regras principais. 

-Não se arrependerá, senhorita Jauregui.

A consulta seguiu e eu tentei manter a postura mais profissional possível. Ao final, marcamos as próximas e a indiquei o uso de uma tipóia pra manter o ombro imobilizado.

-Obrigada, senhora Cabello. 

-Não há de que. Estarei ansiosa para o nosso próximo encontro.

Não sorri de lado para não ficar tão óbvio, mas se ela conseguisse ler meus pensamentos veria o meu desejo por tê-la para mim o quanto antes.

-Até mais.

Falou e saiu da sala.

Dinah POV

O relógio marcava 15:15. O meu próximo paciente só seria 15:30. Resolvi ir a recepção conversar um pouco com Ally. A baixinha tinha virado nossa amiga já que trabalhava conosco desde o início da minha sociedade com Camila.

-Oi,Ally! Como está sendo seu dia?

Falei me aproximando da mesma e cumprimentando uma paciente que devia estar esperando Camila.

-Hoje está bastante movimentado. Fico muito feliz com o sucesso de vocês. 

-Você é uma amor, Ally. Vou fazer um chaveirinho de você pra colocar no carro e me dar sorte.

Falei a fazendo rir da minha brincadeira. Todos a zoavam por ela ter 1m e 30cm.... ok, não é tão baixa assim, mas é quase.

-Você e suas piadinhas, Dinah.

-Você as ama que eu sei. 

E naquele momento minha atenção foi direcionada para um baralho de passos as minhas costas. Virei-me por reflexo e me deparei com seus olhos negros.

Era ela, a morena linda que me tirava o sono nas últimas semanas. Nosso olhar se conectou da mesma forma que se conectava sempre que nos víamos. Era algo inexplicável, ela me deixava sem reação, sem fala. 

Eu sempre me resolvi tão bem com as mulheres. Não que eu tivesse a atitude que Camila tem nessa sua nova fase, mas timidamente eu conseguia me resolver uma hora. Mas com ela é diferente. Ela é especial.

-Vamos, Mani.

A voz da sua amiga nos tirou do transe, ficamos mais alguns segundos conectadas. Ela sorriu pra mim. Não um sorriso normal, mas aquele que alimentará meus sonhos nos próximos dias. Uma pequena dose de tudo que quero dela. 

-Vamos.

Ela se foi, olhou pra trás pra se certificar que eu estaria esperando por ela. E lá estava eu, paralisada. Eperando por ela.



Quebrando as barreirasOnde histórias criam vida. Descubra agora