Capítulo 3 - Navio

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Capítulo fresquinho pra vocês. ♥
Boa leitura.

***

A primeira noite no mar foi calma. Os homens cantavam canções de marinheiros e contavam fábulas sobre monstros dos sete mares, navios fantasmas, Triângulo das Bermudas, e o Capitão apenas observava seus homens se divertirem.

Era sempre assim, na primeira noite após a partida eles abriam um barril de rum, e sempre que sobreviviam a alguma intempérie, festejavam com outra rodada de bebida barata.

Margaery permaneceu em seu quarto, ela não se sentia confortável em ficar na companhia daqueles homens bárbaros, ainda mais, desacompanhada. E, talvez, nem fosse bem-vinda no meio deles.

Pediu apenas que lhe providenciassem algo para comer e se trancou no quarto.

Quando o barulho do lado de fora cessou, algumas horas depois, e sem conseguir dormir, Margaery decidiu sair do quarto que parecia afugentar seu sono.

O navio estava em completo silêncio, mas não vazio. Os homens apenas estavam tranquilos em seus postos, assim como a noite que parecia calma e silenciosa. O único barulho que chegava aos ouvidos da Condessa era o marulhar das ondas sendo cortadas pelo navio.

O brilho da lua cheia iluminava a noite como um farol. E deixava tudo em um tom levemente prateado.

― É uma bela noite. Sem nuvem, sem perigo. Começá uma viagem assim é sempre bom ― um marinheiro, que regulava as cordas do mastro da proa, comentou. O sotaque interiorano mostrava que ele não tinha a mesma educação que a Lady, mas aquilo não lhe incomodou. Ela já tinha visto aquele homem antes, o marinheiro lhe tinha indicado o caminho para a cabine do Capitão.

― É uma bela noite mesmo ― a Condessa respondeu, alegre, por ter uma vivalma com quem podia conversar. ― Eu já o vi antes, como se chama mesmo?

― Bartholomew Jones, Milady, mas todo mundo me chama de Barry ― o homem respondeu, lhe dando um sorriso animado. ― Bartholomew é um nome grandão. Então, pode me chamá de Barry também.

― Claro. Diga-me, Barry, quantos dias até chegarmos à América?

― Se o mar continuá bom assim e não fizer a gente mudar a rota, então, deve levá pôco mais de uma semana pra gente em solo americano ― ele respondeu, animado.

― Ah, isso é uma ótima notícia, pensei que levaria mais tempo ― a Condessa comentou, sorrindo.

― O Siren é muito veloz sinhora, as velas são forte e ele sempre navegô muito bem. É um bom navio. Já aguentô fortes tempestades e continua de pé.

A Condessa sorriu com aquilo, orgulhosa de ter sido ela a comprar o navio.

― Se me permite, sinhora, o que foi que a sinhora fez com o Capitão pra ele odiá a sinhora tanto? ― Barry perguntou, curioso.

― Ele não me odeia. Apenas não se agradou com a minha presença.

A Condessa olhou para Barry e sorriu, se lembrando de quando informou ao Capitão que iria embarcar, mas ao recordar o que ele tinha falado sobre serem inimigos, o sorriso se esvaiu de seu rosto. Eles estavam empatados. Não gostava de estar em discórdia com o homem que poderia facilmente estragar a sua viagem. E ela queria que aquela viagem fosse perfeita. Talvez devesse tentar uma trégua, ao menos, até retornarem a Londres. Ele não devia ser um homem tão ruim assim, talvez, se ela fosse a primeira a dar o braço a torcer, ele deixasse de ser tão inescrupuloso com ela. Realizar seu sonho era mais importante do que seu orgulho.

Como se aventurar com uma Condessa (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora