Capítulo 5 - Comemoração

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Mais um capítulo pra vocês. Vou ficar postando dois por semana. ♥

A tempestade durou mais dois dias e uma noite e, no final do quarto dia, a chuva, finalmente, parou dando lugar ao sol quente e brilhante. O vento forte havia mudado a rota do navio, fazendo com que o Siren fosse mais para o norte do que devia. O que os faria acrescentar dois dias a mais na viagem aos Estados Unidos.

Assim que as nuvens densas se dissiparam e a chuva cessou, a tripulação se alvoroçou, animados, por terem sobrevivido a mais uma tempestade e, como sempre, quando a noite caísse, haveria comemoração.

Naquela noite, todos os homens se juntaram no salão onde eles se reuniam para as refeições e abriram um novo barril de rum. Alguns homens começaram a cantar e a beber, sem se importarem em estar ou não afinados.

A Condessa apenas escutava a cacofonia, que indicava que os homens estavam se divertindo, havia decidido não se juntar a eles. Preferia manter uma distância mais apropriada entre ela e a comemoração. Muitos homens bebendo juntos sempre terminava em confusão e, apesar de não ter ninguém ali lhe dizendo se era ou não correto uma mulher participar daquela algazarra, ela se sentia mais à vontade longe da festa.

Por esse motivo, em vez de estar lá embaixo com os marinheiros, a Condessa estava na proa do navio, observando o mar e o céu, sozinha com seus pensamentos.

― Vejo que decidiu não se juntar à festa. ― A voz grave do Capitão a tirou dos pensamentos, e ela sentiu um calafrio percorrer seu corpo.

Não o tinha visto desde a noite em que ele encontrara Lia, mas não conseguiu tirá-lo de seus pensamentos nem um só momento. O desejo de beijá-lo não tinha lhe abandonado e isso a preocupava. Estaria, pela primeira vez, depois de anos, desejando um homem?

― Sim. Optei por ficar aqui e manter o decoro, não é o tipo de festa apropriada para uma dama ― ela respondeu, sem se virar. Preferia manter seus olhos longe dele ou poderia acabar cedendo ao desejo.

― Realmente, não é nem de longe o tipo de festa apropriada para uma dama. Claro que não há ninguém aqui para julgá-la, caso decida festejar conosco.

― Não é só por isso ― Margaery explicou. Não queria que o Capitão pensasse que ela não participava, por achar que a comemoração era indigna dela. ― Eu também passei tanto tempo lá embaixo, que prefiro aproveitar a noite sem nuvens.

O Capitão deu passos para mais perto da Condessa. O fato de a mulher sequer olhar para ele, o intrigava. Ele tinha esperado que Margaery se juntasse a eles na comemoração, agora que tinha ficado mais à vontade com a tripulação, mas quando não a viu na festa, decidiu procurá-la. Ansiava por estar perto dela, e, além disso, a desejava.

― E eu também não me sentiria confortável perto de tanta animação masculina ― ela completou sua explicação.

― Prefere ficar sozinha? ― o Capitão perguntou e torceu para que ela negasse.

Tinha passado dois dias tomando aquela decisão, já estava mais do que na hora de deixar o luto no passado, ainda que, por apenas uma aventura.

― Não, claro que não. Sua companhia pode ser agradável ― Margaery respondeu. Sabia que devia ter mandado aquele homem embora, mas parte dela gostava realmente da companhia dele, nem que fosse para brigar.

― Fico aliviado em ouvir isso. ― O Capitão ficou ao lado dela na proa e ambos admiraram o céu, em silêncio, por alguns minutos. ― Eu gostaria de perguntar uma coisa...

O Capitão olhou para a Condessa e esperou que ela também fizesse o mesmo.

― Minha nossa! ― Ela se surpreendeu ao olhar para ele pela primeira vez naquela noite. ― Você está diferente.

Como se aventurar com uma Condessa (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora