perfect photograph

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twogaysts

❄️
Resumo: Homens sábios dizem
Que só os tolos se apaixonam
Eu encontrei um amor para mim
Amar pode doer às vezes
Mas é a única coisa que eu sei
Quando fica difícil
É a única coisa que nos faz sentir vivos
Pegue minha mão
Tome minha vida inteira também
Porque eu não consigo evitar
Me apaixonar por você
Eu não mereço isso
Querido, você está tão perfeito esta noite.
❄️

Harry olhava pela janela do trem as árvores cobertas por neve passarem rapidamente pelos seus olhos, em suas mãos, uma foto. Dois belos jovens entrelaçados em um forte abraço e em seus rostos, um enorme sorriso combinava com o brilho dos olhos. Atrás, um recado que era visto por ele todos os dias, como uma forma de amenizar a dor causada pela distância que os impediam de repetir aquela cena sempre que sentiam vontade. Ela fora tirada em ocasião de seu último aniversário naquela cidade, pois logo era hora de entrar em um trem e partir em busca de seus sonhos. E agora, anos depois, ele estava novamente nele, de volta para o que ele realmente poderia chamar de casa.

Anos atrás

" - Isso é para você. - o pequeno garoto o entregava, tímido, uma fotografia. - Não é grande coisa, mas é uma forma de você me guardar no bolso do seu jeans rasgado. Quando a saudade for tão grande a ponto de transbordar por seus olhos, você pode abraça-la, deixe-a bem perto de seu rosto. - ele pousa suas mãos nas bochechas do outro e as alisa com os dedos. - Assim, até nossos olhos se encontrarem. Dessa forma, você nunca estará sozinho. Nosso amor estará sempre mantido nesta fotografia, onde nossos olhos nunca se fecham, nossos corações nunca estiveram partidos. Onde o tempo estará para sempre congelado e nele, você nunca estará indo embora.

- Partidas são necessárias. Mas não importa o quão longe eu vá, eu sempre retornarei, porque aqui eu tenho minha casa. - Harry coloca suas mãos no rosto de Louis, fazendo-os ficarem mais próximos e deixa um singelo beijo em seus lábios. - Quando eu estiver do outro lado, me lembrarei de como você me beijou pela primeira vez naquela casa que achamos no meio da floresta, quero que também lembre-se disso como cada pedaço seu.

Ambos sorriram, mas não houve tempo de dar uma resposta, o barulho estrondoso do trem ecoou por toda rodovia. Era hora de partir. Ali, naquela frígida e cinzenta manhã, dois corações eram partidos.

No trem, acomodado em seu lugar, Harry secava as lágrimas que passeavam por sua bochecha, finalmente dando atenção para o retrato que lhe fora dado. Em seu verso, a primeira declaração que recebera na vida.

Sempre em meu coração, sinceramente, seu Louis. "

- Já estou aqui. - era tamanha felicidade de estar ali de novo que o outro a podia sentir do outro lado da linha, mesmo a ligação estando falha por conta do mau tempo.

- Chegarei o mais rápido que puder. - ele encerrou a ligação e passou com toda a pressa que tinha por cima das pernas de seus colegas que estavam esparramados no chão da sala.

- Leva junto! - Zayn o provoca após ter sua cabeça chutada.

- Para onde vai com toda essa pressa? - Niall o pergunta entediado, sem tirar os olhos da TV.

- Ele vai salvar sua donzela do perigo, esqueceu? - Liam disse sarcástico, também sem tirar os olhos da TV.

- E acha que não vamos acompanhar o resgate? - Zayn se levantou de onde estava, indo em direção ao amigo que pegava suas chaves e se preparava para sair em mais uma fria e cinzenta manhã, mas aquela seria diferente, não teria despedidas. Era dia de reencontros.

- Vocês são os piores amigos que alguém poderia ter. - dito isso, saiu correndo para fora enquanto os outros gritavam por sua espera. Não tinha como, seu amor tinha pressa.

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Harry tentava aquecer seus dedos em uma caneca de chá que pediu em uma das poucas lojinhas típicas de rodovia. Assim como no dia de sua despedida, ela estava vazia, por isso, quando um grupo de amigos adentrou o local fazendo algazarra, se assustou, mas quando viu de quem se tratava, a sensação de estar de volta ao lugar que sempre pertenceu o preencheu. O coração sempre sabe o verdadeiro significado de lar.

- Senhores cavalheiros, aqui está a donzela. Abram espaço para que o herói a possa salvar - Liam e os outros formaram uma fileira deixando Louis visível para Harry.

- Desculpa, você sabe que não consigo contê-los. - diz com os braços abertos, dando passos largos para chegar até o outro.

- Eu não me importo. - finalmente os seus braços estavam ao redor dele. De quem amou, de quem sentiu saudades, de por quem, por tantas vezes chorou. Não tivera vontade de sair dali, nunca teve. Porque a melhor volta que se pode dar, é a dos braços pelo corpo de quem se ama.

- Você não tem noção de como doeu não te ter aqui todos os dias. - Louis sussurrava no peito do outro, os anos haviam se passado mas a diferença de altura se mantinha.

- Amar pode doer às vezes. Mas é o que nos mantém vivos. - ele sentiu o corpo do outro relaxar no seu.

- Então, será que podemos ir para o bar? - Zayn entra no meio dos dois, deixando suas mãos em seus ombros.

- Bar? Mas é cedo. - Harry dizia confuso.

- Sim, é cedo. Não foi o que combinamos.

- Ah, sim. O herói deseja levar sua princesa para esquiar, tinha me esquecido.

- Toma. - Liam joga a chave do carro para Harry que a pega no ar. - Agora você dirige.

E todos saíram dali, deixando os dois que se olhavam e sorriam. Harry entrelaçou seus dedos nos de Louis que sentiu seu corpo arrepiar com o toque. O coração sempre sabe o verdadeiro significado de lar.

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- Eles vão fazer aquilo. - Louis dizia empolgado ao lado de Harry, que sabia o que aquilo significava.

O restante dos meninos estavam mais a frente se preparando, nas postas de seus bastões colocavam sinalizadores vermelhos. Já havia anoitecido e o espetáculo iria começar. Logo estavam descendo sob os monte de neves, de onde os dois estavam, apenas as suas risadas e as luzes dançando eram vistas. Harry sentiu tanta falta daquilo.

- Quando eu me via sozinho, em todas noites, seu coração era a única coisa que eu tinha. E eu ficava me lembrando de seus olhos e em como eu vejo meu futuro neles. Porque eu encontrei um amor para carregar mais do que apenas meus segredos, para carregar meu amor e quem sabe, um dia, carregar nossos filhos.

Ambos sorriram com aquela declaração.

- Vem comigo. - Louis se levantou, estendendo a mão para ajudá-lo. - Eu planejei uma coisa.

- Mas nós não iríamos ao bar?

- Eles podem ir sem nós.

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A cidade inteira estava enfeitada com as luzes natalinas, algumas crianças brincavam nas ruas com bonecos de neve. Louis voltou da pizzaria que havia parado e tinha voltado ao volante.

- O que você está aprontando? - Harry o perguntou curioso enquanto segurava a pizza em seu colo, agradecendo pelo calor que ela emanava para suas mãos que a cada hora pareciam estar mais geladas. - Espero que seja algo bom.

- E será! - ele diz ligando o rádio, logo a voz grave Elvis Presley cantando Can't Help Falling in love invadiu o carro e ele não hesitou em cantarolar junto a ele. - Wise men say, only fools rush in, but I can't help falling in love with you.

- Shall I stay? Would it be a sin If I can't help Falling in love with you? - Harry canta junto. - Eu lembro que éramos apenas crianças quando nos apaixonamos, nós nem sabíamos o que era.

- Bom, eu sabia que era com você que eu queria passar o resto da minha vida. - fala sem jeito. - Nós chegamos, ou quase. Tem uma pequena caminhada pela frente.

- Reconheço a entrada dessa floresta, é para lá que está me levando, não é?

- Não sei, é? - Louis diz sorrindo. Claro que era.

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Louis teve muito trabalho para conseguir arrumar a casa como queria, senão fosse por Niall, não teria conseguido nem metade do que havia feito. Ela era um pequeno quadrado, no lado leste, uma árvore de natal com bolinhas e uma estrela na ponta, do lado oeste, um colchão de ar com travesseiros e lençóis. O restante ficava por conta de luminárias, velas e meias penduradas.

- É como antigamente. - Harry falava observando cada detalhe. - Dois corações em um lar.

Louis sorriu satisfeito. Tudo vale a pena quando se trata de Harry.

- Me deixe terminar a canção que estamos cantando no carro. - Harry estende a mão para ele que a pega, e os encaminham para fora dali. - Posso tira-lo para dançar?

- Acho que isso você já fez. - disse rindo.

- Like a river flows Surely to the sea Darling, so it goes Some things are meant to be. Take my hand Take my whole life too For I can't help Falling in love with you. - Harry cantava baixinho, apenas para Louis, os dois se balançam devagar, de um lado para o outro. Sem nenhuma pressa.

- É bom estar dançando com você no escuro, entre seus braços, ao som da nossa música preferida. - Louis sussurrava. - É como se nada tivesse mudado.

- Mas nada mudou. Tudo está como era antes. Eu, nosso amor e...você, você está perfeito essa noite.

- Eu te amo, H.

Ele sabia o significado que aquela letra tinha, não era apenas a inicial de seu nome.

Home.

- Eu também te amo, Louis.

O pequeno se aconchegou mais em seu peito, ele sabia que era como Harry havia dito mais cedo, amar pode doer às vezes, quando as coisas ficam difíceis - você sabe que pode ficar difícil às vezes - ele é a única coisa que nos mantém vivos.


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