Prólogo

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— Olha isso — Estico um sapo na frente dela.

— Que nojo! Tira isso daqui, essas coisas têm veneno. — Ela empurra meu braço tentando evitar tocar no animal que parecia já está desconfortável.

— Esse não tem, eu vi num livro de anfíbios. — O sapo pulou desesperado de minhas mãos. — Você fez ele fugir.

— Que? Você que tava apertando o coitado, quer dizer, por que não apertou mais forte?

— Certeza que ele fugiu por culpa do que você disse pra ele, — Falo com tom sarcástico — e você deveria pedir desculpa pro sapinho, ele não te fez nada. — Eu vou pôr a mão no ombro da Kinana mas ela se afasta.

— Nem pense em encostar um dedo em mim com essas mãozinhas.

*

— To falando, ele estava aqui na sala, tenho quase certeza que ele pegou alguma coisa.

— E você tem alguma prova?

— Não mesmo, por isso que eu vou pegá-lo no flagra hoje.

Nos escondemos debaixo da mesa e esperamos o garoto entrar na sala, ele foi ate os fundos e mexeu na minha mochila.

— Eu não disse. — Quando ele saio da sala fui ate a mochila — Meu deus, ele pegou meu livro, eu vou mate ele.

— Tá falando desse livro? — Ela aponta para o livro em cima da mesa enquanto coloca a outra mão na cara como desaprovação — Para de ler essas coisas de investigação, você tá ficando paranoica.

— Espera, se ele não pegou nada, por que ele tava mexendo na minha mochila? — Continuo vasculhando até encontrar um pedaço de papel — O que é isso?

— É uma cartinha sua boba.

— Sério? Tudo pra isso?

— Não vai abrir?

— Não mesmo. — jogo a cartinha no lixo.

*

— Ju-chan, eu não posso ir, a Kinana é minha melhor amiga, eu não vou conseguir viver sem ela, quem vai fazer trabalhos da escola comigo?

— Juvia tem certeza de que Levy fara novos amigos por lá, e conseguirá fazer os trabalhos sozinha.

— Você não entende, como vou fazer qualquer coisa sabendo que minha melhor amiga não está lá?

— Pare de exagerar, talvez seja melhor Levy ir mesmo embora, não deveria se apegar demais as pessoas.

*

Encontro Ki-chan chorando aos pés da nossa "base secreta", — que não passava de uma casinha de madeira nos fundos do quintal — será que ela já sabe? Me sento ao seu lado.

— Desculpa.

— Não é sua culpa.

— Espero que a gente consiga se virar sozinhas.

— O que Juvia te falou?

— O que?

— Espera, eu não entendi, do que você tá falando?

— Minha mãe foi transferida no trabalho, então a gente vai se mudar semana que vem, eu deveria ter te falado antes mas fiquei com medo.

— Nossa, eu tinha vindo pra falar a mesma coisa, a minha irmã foi aceita em um colégio muito bom, mas a gente vai ter que se mudar.

— Imagina se a gente for parar no mesmo lugar, seria bem engraçado.

*

Também queria que isso tivesse acontecido, com certeza seria mais uma das muitas peripécias do destino, mas, não foi bem assim, na verdade foi justo o oposto fomos morar nos lugares mais distantes possíveis, confesso que por um momento pensei que realmente não era mais pra nos falarmos e nem nos vermos nunca mais, naquela época eu ainda acreditava em coisas como destino e forças superiores, hoje vejo como algo bonito mas inalcançável, é sempre mais divertido quando tem algum mistério.

*

— um dia vamos nos ver de novo, promete?

— com certeza — cruzo meu mindinho com o dela.

*

Parece que o dia é hoje.

Best Verão EverOnde histórias criam vida. Descubra agora