Capítulo I (Parte 1)

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[Música aconselhável para escutar:

Happier - Marshmellow]

A azulada acordou em um pulo, assustada. Teve o mesmo pesadelo de sempre. Sentou-se na cama observando o reflexo no espelho deixando o suspiro escapar. Aquela já era a terceira "família" que a adotava só em seis meses. Aquilo mexia com o psicológico de qualquer um, mudar várias vezes de cidade, ou país, era cansativo e estressante. Não compreendia porque as pessoas adotavam crianças se as desenvolveriam alguns meses depois.

Respirou fundo assim que se lembrou de que aquela tortura acabaria, pois amanhã completaria seus 18 anos e seria responsável por si mesma. Deixou um sorriso escapar de seus lábios. Só de pensar que estaria em Paris de novo seus olhos voltaram, mesmo que por poucos segundos, a ter aquele brilho de quando era uma garotinha. Ela veria sua verdadeira família de novo, e isso era tudo que ela mais queria desde o acontecimento de 13 anos atrás.

Foi em direção ao banheiro, fez a higiene matinal e saiu apressada, se trocou e começou a fazer as malas. Assim que terminou, o ligo o notebook e ficou umas duas horas tentando encontrar uma passagem de avião barata que saísse à meia-noite. Em seguida revirou todas as gavetas tentando achar suas economias, a qual começara a guardar desde os 11 anos, que por sinal estavam bem escondidos. Ela diria que teriam no mínimo uns 10 mil reais. Pode até parecer muito, mas para quem começou a trabalhar bem cedo não era nem o mínimo....

Depois de organizar tudo, escondeu as malas debaixo da cama, pegou sua bolsa e saiu para trabalhar, já que ela estava morando com uma drogada e um bêbado. A única que sustentava a casa era ela, e mesmo que não gostasse deles nenhum pouco, sentia pena, afinal depois que fosse embora, tinha certeza de que seriam jogados na rua.

Marinette chegou em casa exausta, entretanto, conseguiu reunir energia para subir até seu "quarto", o sótão da casa, a fim de imprimir a passagem e checar se tinha guardado todas as suas coisas. Faltando 40 minutos para seu voo, a menina pegou as malas e a bolsinha cor de rosa, a qual nunca andava sem, dando uma última olhada para o cômodo, avistou um borrão preto em cima do guarda-roupa.... Noir.... como poderia esquecê-lo?! Era a única coisa que tinha de seus pais. Ela deu uma corridinha rápida, subiu na ponta dos pés esticando-se ao máximo, se xingando mentalmente por ter 1,62. Pegou a pelúcia e as malas e desceu as escadas com cuidado. Agradeceu pelos Harters não estarem presentes, caso o contrário tentariam pará-la de todas as maneiras possíveis.

Chamou um táxi e assim que terminou de explicar para onde queria ir, pegou seus fones, conectou em seu celular e colocou sua playlist preferida. Já dentro do avião, observou sua cidade ficar cada vez menor, até desaparecer por completo, por conta das nuvens. Decidiu dormir um pouco, teria quase 12 horas para isso, já que estava morando em um país quase do outro lado do mundo....

A azulada desembarcou, pegou suas coisas e saiu do aeroporto. Já dentro de um táxi, pegou o celular e fez algumas ligações. Ela esperava tanto por aquele momento, o organizou em sua cabeça milhares de vezes. Primeiro ela almoçaria, já que seu voo chegou ao meio dia, segundo ela tentaria arrumar um emprego, terceiro iria para o apartamento que tinha conseguido há três anos atrás com uma velha amiga que fazia bico de corretora, e por último, no dia seguinte faria uma visita a seus irmãos e pais.

Outro sorriso involuntário.

Ela pediu ao motorista que a levasse a um restaurante barato e distante da cidade. Minutos depois se deparou com um aconchegante chalé, desceu com as malas e entrou no estabelecimento. Era mais encantador por dentro do que por fora, mesmo que no começo achasse isso impossível. Sentou-se em uma mesa no fundo, perto da janela. Suspirou, parece que a sua organização mental não era tão brilhante quanto pensava, seria bem mais inteligente deixar primeiro as coisas no apartamento e depois ir almoçar, mas a fome atrapalhou o raciocínio brilhante da mesma.

Deixou seus pensamentos de lado assim que notou um senhor se aproximando, ela julgou que ele teria mais de 70 anos, mas mesmo assim seu sorriso parecia bem jovem e cheio de vida.

???: Olá minha jovem, o que gostaria de pedir? - Ela fica pensativa por alguns rápidos segundos, o cardápio já tinha sido explorado e tinha algo em mente que sempre sonhou em comer.

Marinette: Vou querer uma porção de panquecas e uma jarra de suco se laranja, por favor - Ele assentiu e se afastou. Mesmo que panquecas (doces) não fossem algo aconselhável para comer naquele horário, a garota tinha decidido que se começaria uma vida nova, uma das primeiras coisas que faria seria comer algo que sempre teve vontade.

Ela é tirada de seus devaneios assim que ouve os sinos da porta.

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Caso haja a presença de erros ortográficos por favor me avisem!

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