Capítulo 2-"O início da jornada"

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 *Marjory Rose*

 "Fui indicada para aulas com a professora de ballet, Lee Thomas."--respondi à rececionista que preenchia vários dados meus no computador enquanto a minha mãe se mantinha ao meu lado impaciente.

 "Está tudo confirmado, querida. A professora Lee está agora com os bailarinos do segundo ano de ballet profissional, mas podes ir para o dormitório arrumar as coisas."--a rececionista disse com um sorriso--"O teu quarto vai ser partilhado com uma aluna que estuda teatro. É no bloco D, no segundo andar, a porta D209, se tiveres dúvidas volta aqui."

 Agradeci à simpática rececionista analisando o mapa dos pavilhões juntamente com a minha mãe. Tinha estudado o local com meses de antecedência para não correr mal no dia, mas mesmo assim não estava a correr conforme planeado.

 "Precisas de ajuda?"--uma miúda com um top rendado e cabelo verde perguntou com um pequeno sorriso. A minha mãe tentava esconder o seu terror enquanto eu conversava com a jovem.

"Sabes onde é o pavilhão D?"-- inquiri apontando para imensos blocos da mesma cor e forma.

 Ela deu uma pequena gargalhada e puxou-me pela mão.

 "Estás no sítio errado, aqui são os gabinetes administrativos e onde existem reuniões ou eventos."--a minha mãe conversava ao telemóvel com uma colega de trabalho olhando aterrorizada para os diferentes tipos de pessoas que percorriam trajetos idênticos ao nosso.

 Enquanto caminhávamos a miúda de cabelo verde abordava alguns assuntos como competividade, invejas e maldade que era inevitável não sofrermos e aconselhava-me a habituar-me à ideia.

 "Uma vez esconderam o amuleto de uma colega minha no dia da atuação e mancharam o fato que ela ia exibir em tons de vermelho sangue."-- ela contou-me e eu arregalei os olhos começando a assustar-me.

 "Não fazem nada contra isso aqui?"-- perguntei estupefacta encarando-a.

 "Simplesmente não conseguem. Quem o faz não é burro, sabe o que está a fazer e normalmente estão aqui há vários anos, sabem bem como escapar."

 "Quem são os dançarinos que tu conheces?"-- inquiri observando-a percebendo que a minha mãe nos acompanhava ao longe.

 "Existem imensos e eu conheço vários. Lembra-te que alguns dançarinos dançam através da dor e são pessoas complicadas. Os atores são conhecidos por serem mais normais, dentro da anormalidade que nos rodeia."--ela retorquiu.

 "Ainda falta muito?"--perguntei começando a sentir o meu braço dormente de carregar uma das bagagens.

 (...)

"Olá!"--cumprimentei as cincos pessoas que se encontravam no meu quarto.

 No pequeno dormitório encontravam-se três miúdas e dois rapazes a ouvir Rock e o quarto tinha algumas garrafas de cerveja e alguns pacotes de cigarros no chão.

 "Ei, tu deves ser a bailarinazinha nova com quem tenho de partilhar o quarto. De certeza que vais desitir na primeira semana"--uma jovem de cabelos negros, com roupas justas e provocantes troçou e a outra sorriu ironicamente analisando-me com uma máquina de fazer raios X.

 "Bom dia, eu sou a Marjory!"-- apresentei-me educadamente tentando fazê-las aceitar-me no grupo.

 "Olha só, acabámos de gozar com ela, mas ela apresenta-se na mesma."-- um rapaz com um corpo esguio e com um cigarro riu sarcasticamente enchendo o pequeno compartimento com fumo desagradável.

"Marjory?"-- chamou a minha mãe aproximando-se.

 "Olhem só, ela é uma menina da mamã." --todos riram e eu encolhi-me perto de uma das minhas bagagens.

 A minha mãe correu até mim e de forma curiosa entrou para o dormitório onde eu passaria as minhas noites. Ao ver o cenário, arregalou os olhos olhando-me com aflição. Recompôs-se e olhou para eles friamente.

 "Quem é Brittany Jacobs?"--a minha mãe perguntou lendo o nome num papel.

 A jovem de cabelos negros levantou a mão sorrindo sarcasticamente.

 "Quero-vos daqui para fora, exceto Brittany. Que eu saiba o quarto é apenas para duas pessoas."--a minha mãe ajudou-me a trazer as bagagens para dentro do minúsculo quarto e a minha colega revirou os olhos acendendo um cigarro.

 "Que seja..."--Brittany saiu do quarto de forma desinteressada com um cigarro na boca e a minha mãe olhou-me apavorada.

 "Marjory, vem comigo para casa, olha para o ambiente em teu redor..."--a minha mãe pegou delicadamente na minha mão e afagou-a olhando-me fixamente.

 "Mãe, eu esforcei-me durante anos e finalmente estou aqui, deixa-me viver o meu sonho..."--pedi imaginando como seria dançar um lindo tema e fazer a minha mãe orgulhosa. Eu daria tudo para esse momento acontecer!

 "Querida, promete-me que se acontecer alguma coisa dizes-me. Telefona-me todos os dias, ok?"--ela pediu e eu assenti começando a arrumar os meus pertences com o seu auxílio.

 Organizámos as roupas, os sapatos, a roupa interior e a roupa de balé durante vários minutos, dialogando sobre a escola.

 Na despedida a minha mãe abraçou-me com força começando a chorar de forma desesperada, limpando as lágrimas rapidamente e desejando-me sucesso. Algums lágrimas romperam pelo meu rosto enquanto a via descer pelas escadas do bloco acenando-me.

 Teria muitas saudades dela, ela sempre foi tudo para mim, mas eu agora preciso de mostrar que sou boa a dançar e que mereço o orgulho da minha mãe. Essa jornada começaria amanhã e daria tudo de mim.

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Espero que tenham gostado do capítulo!

É apenas o segundo mas adoraria ter voto e comentários!

Muito obrigada a quem leu o capítulo!

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