Capítulo 9

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Julie

As coisas não estão saindo como eu queria

Definitivamente.

Primeiro que eu não deveria estar no apartamento de Simon de novo. Na minha imaginação, quando eu dissesse que não queria mais seguir em frente com aquela história de transarmos, Simon me largaria em casa e seria o fim. Pelo menos no que diz respeito ao minha insana ideia de ir para cama com ele. Seria triste e realmente uma pena, ainda mais depois da amostra grátis que Simon tinha me dado com seu beijo que, diferentemente do que eu tinha dito, fora espetacular. Se fechasse os olhos ainda podia ouvir fogos de artificio sob as minhas pálpebras.

E é justamente por isso que eu não posso transar com ele. Tenho uma forte desconfiança de que depois de passar pela cama de Simon nada mais vai ser o mesmo. Minha vida sexual será definida como antes de Simon e depois de Simon. E provavelmente os pobres coitados que dormirem comigo depois dele serão muito prejudicados, porque Simon será sempre minha fonte de comparação. E vamos combinar, se eu arranjar um outro Simon nessa vida, será praticamente um milagre. Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar.

Agora enquanto entramos em seu apartamento, me pergunto se Simon aceitaria que eu dormisse na lavanderia. Mas ele está me fitando com um olhar estranho desde que entramos no carro. E eu tinha até tentado me safar, dizendo que era melhor me levar pra casa, mas ele fora enfático em negar. E a mim não restou alternativa a não ser aquiescer e rezar para que a família dele acreditasse quando eu dissesse que minha religião não permitia que eu dormisse com meu noivo. Mas infelizmente nem tive tempo de fazer meu discurso cristão sobre o fogo do inferno que aguardava as garotas que perdiam a virgindade antes do casamento, pois todos deram boa noite e seguiram para seus respectivos quartos de hóspede.

— Por acaso você tem mais um quarto de hóspede sobrando? — arrisco perguntar me virando para Simon. E lá está, aquele olhar feroz e quase demoníaco. Minha nossa, o que estava se passando com ele?

— Eu não tenho mais nenhum quarto de hóspede, você terá que dividir o quarto comigo. — E sem mais vai em direção ao quarto.

Ai merda.

Sem alternativa eu o sigo para o quarto.

Simon para a porta e faz sinal para que eu passe. Hesito, como se o diabo estivesse me convidando para uma festa.

Ou para sua cama.

Mas entro toda corajosa, afinal, Simon não pode me obrigar a fazer nada.

— Só estou vendo uma cama aqui... — Insisto, cruzando os braços em frente ao peito.

— Vamos dividi-la — Ele diz calmamente enquanto entra no quarto e fecha a porta atrás de si.

Meu coração dispara no peito, nem sei se é de medo ou de expectativa.

— Espera, tudo bem dividir o quarto, mas porque dividir a cama? Você deveria ser cavalheiro e dormir, sei-la, no chão!

Ele ri, dando um passo a frente e começando a abrir a camisa.

O que? Arregalo os olhos, meu rosto esquentando, enquanto o peito de estátua grega de Simon se revela aos meus olhos.

— Que porra está fazendo?

— Tirando a roupa para dormir. Devia fazer o mesmo.

A camisa vai para o chão e eu tento tirar os olhos de cima dele, mas porra, porque ele tem que ser tão perfeito?

É como uma estátua viva de David.

E, espera, ele está tirando a calça?

Abro a boca, estupefata, meu corpo inteiro esquentando agora, ao vê-lo surgir na minha frente apenas de cueca box preta.

Uma noiva de natalOnde histórias criam vida. Descubra agora