4 O bicho papão de Molly

1.2K 103 30
                                    

Depois de algumas semanas muito tensas por causa da reunião  do Harry no ministério, finalmente chegou o dia, nos não podemos o acompanhar, mas nós despedimos dele e desejamos sorte. Enquanto esperávamos ansiosas no quarto, uma coruja pousou na janela, Anne e Mione me olharam meio irritadas ao perceberem de quem era a coruja

-Vão me olhar assim sempre que essa coruja aparecer? Nos correspondemos as férias inteiras -As duas reviraram os olhos

-É só que... -Eu interrompi

-Vai falar que ele é mau? Que ele o Harry se odeiam? Que o pai dele é uma pessoa horrível? -Revirei os olhos -Falaram isso todas as outras vezes, e olha... Eu amo as duas mas ele também é meu melhor amigo e não vou parar de falar com ele -Peguei a carta da coruja e dei a ela um biscoitinho logo ela saiu voando, sem a minha resposta, eu ia precisar de outra coruja -Agora eu posso responder a minha carta ou vão brigar comigo?

-Queremos brigar mas tudo bem... -As duas se sentaram e eu abri a carta para ler

"Kate! Mais uma carta... Pois é! Na verdade eu queria falar que soube sobre a audiência do Potter no ministério... Não vou mentir e falar que sinto muito, mas sei que (infelizmente) se importa com ele então espero que dê tudo certo só para não ficar mal -Eu sorri ao ler aquilo, mas garotas podiam odiar o Draco mas ele era o melhor amigo que eu podia ter -Meu pai comentou sobre o Potter e tudo isso isso outro dia, parece que estão falando das mentiras dele não é? -Revirei os olhos -Bom... Não acredito nele e sabe disso, mas acredito em você... Espero que esteja bem e aproveite o resto das férias. Até Hogwarts. Draco Malfoy"  -Eu terminei de ler e sorri, Draco era a pior e a melhor pessoa ao mesmo tempo

-O que falava? -Anne perguntou se virando para mim, Mione fez o mesmo

-Nada demais... -As duas me encararam -Apenas que ele sabe sobre A audiência do Harry

-Aposto que ele quer que Harry seja expulso -Mione falou

-Talvez queira, mas não cabe a ele decidir e a opinião dele não muda nada -Dei de ombros -Alem disso, quando fala comigo, ele tenta ser gentil

-Tudo bem! Vamos parar de reclamar -Anne disse e eu sorri

-Obrigada! -Segui para a mesinha que tinha no quarto e peguei um pergaminho, uma pena e um tinteiro e escrevi para ele uma carta agradecendo o apoio. Depois segui para fora do quarto, até o quarto do Carlinhos eu bati na porta duas vezes e ouvi uma voz me pedindo para entrar

-Kate... O que faz aqui? -Eu sorri meio sem graça

-Queria pedir sua coruja emprestada... De novo -Ele riu

-Não tem problema... Pode pegar, acho que a Athena vai adorar... Eu raramente tenho cartas para mandar então ela fica sempre parada -Ele riu -Acho que minha coruja gosta mais de você do que de mim de qualquer forma -Eu ri também

-Obrigada -Ele sorriu  -Juro que vou devolvê-la -Ele concordou

-Tudo bem! -Eu sorri mais uma vez e entreguei a carta para a coruja que piou para mim antes de sair voando

-Obrigada de novo -Ele riu -Vou tentar não pedir mais sua coruja, para não incomodar mais

-Não incomoda -Ele riu -É sério, é melhor que minha coruja saia de casa ou ela vai me odiar -Eu ri

-Tudo bem... -Ouvimos a senhora Weasley nos chamando para tomar café então saímos do quarto dele e seguimos juntos até a mesa

-Chegaram juntos -Rony sorriu de lado -O que faziam juntos?

-É da sua conta? -Carlinhos respondeu rindo

-Se não querem falar -Revirei os olhos, Ronald é um idiota

-Ele me emprestou a coruja dele... Meu Merlim o que acha que fazíamos? -Perguntei levantando a sobrancelha

-Não sei -Ronald disse e Mione deu um tapa no braço dele, que reclamou

Nos sentamos para tomar café, a comida estava deliciosa como sempre, depois Molly pediu ao Moody que visse o armário que fazia barulho a alguns dias, ele falou que era um bicho papão então Molly foi cuidar disso, eu, Anne e Harry terminamos de tomar café e seguimos andando pela casa

-Por que o ministério não aceita a volta do Voldemort? Tudo bem que Sírius falou que o ministro tem medo de Dumbledore assumir seu lugar mas... O que isso tem a ver? Um perigo eminente e eles não assumem -Eu ri baixo e Harry me encarou, assim como Anne

-Harry a resposta é bastante óbvia -Dei de ombros enquanto continuava a andar -O quê é mais fácil para o ministério, falar para todo mundo que você é um garoto mentiroso que quer chamar atenção ou falar que Voldemort voltou e está agindo sob seus narizes e eles não sabem o que fazer? -Harry suspirou

-Eles arriscam muito mais assim -Eu dei de ombros de novo

-Mas é mais fácil, alem disso, talvez a maioria deles saibam que Voldemort está de volta, só não querem admitir, não tínhamos consciência na época que Voldemort reinava, mas todos sabem o caos que ele causou, matando pessoas e o ministério não sabia o que fazer... -Harry suspirou

-É melhor que para o mundo bruxo Voldemort não exista... Assim eles tem um problema a menos para lidar -Anne concluiu meu raciocínio -Isso é lógico

-Na cabeça deles é mais fácil mas e a realidade? Quantas pessoas podem morrer por estarem desprotegidas? -Ele estava se irritando

-É por isso que fundaram a ordem... Para convencer os outros que Voldemort é uma ameaça real, que ele está de volta e é perigoso -Continuei -Não criaram uma ordem secreta apenas para te proteger, precisamos de aliados contra ele, mas não iremos conseguir se as pessoas não acreditam em sua existência -Harry concordou,

Ele ia falar mais alguma coisa mas ouvimos um choro baixo e decidimos ver quem era, chegamos em um quarto com a porta meio aberta, quando vimos era a Molly que chorava, ela estava de joelhos no chão chorando, virei meu olhar para o corpo na sua frente, era o Jorge, depois foi para o Fred, Rony, Ginny, Arthur, eu, Anne, Harry...
Ficava mudando toda hora para uma pessoa diferente, todas mortas.

Foi então que percebi, era para Molly estar cuidando de um bicho papão  então todas aquelas pessoas mortas eram o maior medo dela... Ela tinha medo de nos perder, medo que não voltássemos mais, medo de ficar só,  de que morressemos, me virei para An e Harry, ele estava pálido e minha irmã já estava chorando, eu queria saber o que ela pensava, mas como era de se esperar estava impossível invadir sua mente
Escutei passos e puxei os dois para um canto, Harry ainda estava chocado, mas eu sabia o que ele pensava, Molly era como uma mãe para ele e vê-la assim estava deixando ele triste, era o que ele pensava, eu pensava exatamente a mesma coisa, em como fazê-la ficar melhor, e An se encolhia cada vez mais enquanto eu a abraçava
Eu queria correr até a senhora Weasley e abraça-la falar que estava tudo bem, mas outras pessoas chegaram antes que eu o fizesse. Era Remus, Sírius, Arthur e o Moody

-Senhora Weasley -Ela olhou para mim, assim como os outros ali, eu não havia soltado Anne -Não é real... Lembre-se que não é real.... Eles estão bem... Estamos todos bem -A mulher ruiva concordou enxugando algumas lágrimas e então, meio gaguejando falou o feitiço

-Riddikulus -E então o corpo de Ginny se transformou em várias molas e o bicho papão sumiu

-Molly -O senhor Weasley chegou na esposa e a abraçou

-Eu fui uma boba... Sabendo que aquilo não é real.... Eu acreditei -Ela ainda estava abraçada com ele e soluçava

-Não foi bobo -Era a voz do Lupin -Você é uma mulher e uma mãe incrível Molly -Ela sorriu fraco -Sabe disso, seus filhos estão bem.... E eles vão ficar bem! São todos fortes

-Como você os criou -Arthur complementou -Eu te amo -A mulher abraçou ele mais uma vez, eles ficaram conversando então achamos melhor irmos, não deveríamos interromper a privacidade dela mais do que já fizemos.

Fomos até o quarto e nos sentamos, Rony e Mione chegaram um pouco depois, nós três decidimos não falar nada sobre o ocorrido na outra sala, se a Molly quisesse falar, seria com ela, mas não era sobre nós então não falamos, ficamos conversando ate irmos dormir, no dia seguinte Harry devia acordar cedo para ir a audiência

Black SistersOnde histórias criam vida. Descubra agora