Blooming Day

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Jongdae pulou da cama vinte minutos antes do despertador tocar. Uma bela de uma sorte para o número vinte e nove, que passou por aquele amanhecer ileso, e também para o rapaz, que teria um tempinho a mais para se arrumar. Mal podia acreditar que estaria num encontro depois de tanto tempo! E, apesar de ainda não conhecer Byun Baekhyun muito bem, sentia cócegas no estômago ao lembrar da noite anterior e de como ele parecia doce, carismático e até meio descarado.

– Byun. – disse em frente ao espelho do banheiro, testando como o sobrenome sairia através de sua voz, e não conseguiu conter uma risadinha. "Baekhyun" era um nome bonito, sem dúvidas, mas "Byun" soava como aegyo, como o nome de um coelhinho macio ou um doce coberto de açúcar. Era a cara dele.

Jongdae imaginava o florista como o personagem de um daqueles mangás shoujo jogados no criado-mudo ao lado de sua cama, sempre cercado de flores e de uma aura meio angelical. Suspeitava que partículas brilhantes poderiam se elevar ao redor dele a qualquer momento, ou que os ponteiros do relógio se arrastariam preguiçosamente só para obrigá-lo a se mover em câmera lenta, tão graciosos eram os seus trejeitos. E sabia que era perigoso pensar em alguém dessa forma, tão perfeito, mas de que servem os inícios de relacionamento senão para sonhar? Ele estava pronto para aceitar os defeitos de Baekhyun se e quando o momento chegasse, mas naquela manhã só desejava sentir a ansiedade boa atípica de uma terça-feira procurando um espacinho em seu coração.

Tomou banho, vestiu o melhor de seus ternos monótonos e andou com o máximo de honra que conseguiu reunir, o que significava se movimentar duas vezes mais rápido do que o normal sem tropeçar. Com sorte, encontraria o florista um pouco mais cedo, prolongando em alguns minutos o que seria um cafezinho rápido. Infelizmente, ele ainda não estava lá. Com um beicinho involuntário nos lábios, sentou-se na mesa mais próxima e abraçou a bolsa de trabalho como um nerd da escola com medo de levar um bolo, mesmo que estivesse bem adiantado no horário.

Dois minutos e trinta e sete segundos depois (ele contou), a porta se abriu e Jongdae ponderou se o universo estava realmente atendendo aos seus chamados. Baekhyun entrou na cafeteria trazendo a luz primaveril em torno de seus cabelos claros como se fossem pó de estrelas. O florista usava uma roupa muito larga e clara, como sempre, o que lhe conferia uma aparência inocente, porém um par de óculos de sol parecido com olhos de um gato se equilibrava na pontinha de seu nariz, de um jeito sutilmente sexy. Nas suas mãos, uma cesta gigante de onde pulavam vários ramos de diferentes flores. O rapaz levantou os óculos até os cabelos enquanto olhava ao redor e logo encontrou quem procurava. Dirigiu a Jongdae um sorriso tímido, porém sincero, que foi retribuído na mesma medida.

– Ei, você – disse a Jongdae de longe, logo acrescentando ao vê-lo tentando se levantar de onde estava. – Não se mexa! Já chego aí.

Jongdae fez uma carinha abobalhada adorável aos olhos de Byun, que foi direto ao balcão e permaneceu lá por um tempo até retornar à mesa com duas bebidas e uma pequena cesta repleta de pãezinhos variados.

Frapuccino, certo? – perguntou ao outro, empurrando um dos copos para o lado oposto da mesa.

– Sim, obrigado. – Jongdae acenou, tentando não corar. Ainda não imaginava como ele sabia qual era sua bebida preferida.

Baekhyun tomou um longo gole em seu latte, liberando um sonzinho apreciativo antes de retomar a conversa.

– Agora sim. Bom dia, Kim Jongdae!

– Bom dia – respondeu, sorrindo largo ao ponto de seu rosto parecer um emoji. – Vai trabalhar hoje? – apontou a cesta de flores que Baekhyun havia deixado ao lado da mesa. – Pensei que tinha dito que seu sócio ficaria na loja.

Blooming DaysWhere stories live. Discover now