Lazy

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Beep Beep.

Beep Beep.

Beep Beep.

O barulhinho agudo e irritante reverberou pelo quarto antes que Jongdae se desse conta se já estava desperto ou não. Afinal, por que diabos estava sendo acordado àquela hora em pleno domingo? Cogitou seriamente sacrificar a vida do despertador número trinta e cinco, o sobrevivente dos tempos em que tinha um emprego formalmente chato na Nature Republic. Tinha sido um feito e tanto para um simples alarme perdurar tanto, mas ele não hesitaria em parti-lo ao meio caso continuasse perturbando sua paz dominical. Então, acabou sendo uma bênção dos céus sentir o tronco de Baekhyun passando por cima de suas costas para alcançar a fonte dos ruídos incessantes, uma vez que o que apitava não era bem o despertador, mas sim seu celular.

Argh, eu não acredito... — Baekhyun murmurou, os olhos ainda semicerrados fitando o aparelho com frustração. — É o Kyungsoo...

Ah, não... — soltou um gemido reclamão. — O que ele quer a essa hora?

— Eu queria dizer que ele gentilmente nos convidou pra tomar café lá embaixo com Jongin, mas você já conhece o Soo...

Jongdae suspirou, sentindo-se cansado sem motivo aparente. Provavelmente era só preguiça.

— Infelizmente, sim. Me dá isso aqui, amor — pediu gentilmente, segurando o telefone para abrir o bate-papo e apertar o botão de gravar mensagem de áudio. — Kyungsoo, meu anjo. Se você olhar com bastante cuidado pro celular que está na sua mão, vai reparar que ainda são sete da manhã de domingo. Então, pelo amor de todos os deuses, só me chame de novo se for pra trazer o café da manhã aqui na minha porta, obrigado — fez uma breve pausa, na qual o tom de sua voz se tornou bem mais ameno, permitindo que as risadas de Baekhyun fossem ouvidas ao fundo. — E Jongin, querido, tenha um bom dia de trabalho! Amanhã descemos pra tomar café com vocês. Beijos!

O aparelho voou para cima do criado-mudo, empurrando o despertador trinta e cinco e fazendo-o cair sem muito cuidado no chão. Bom, até que tinha sido uma vida longa e produtiva.

E, com o corpo ainda anestesiado de sono, Jongdae virou-se para o lado de Baekhyun, afundando o rosto na curva do pescoço de Baekhyun e tornando a relaxar debaixo das cobertas.

❀❀❀

O sol forte do finalzinho da manhã anunciava que a primavera estava quase no fim e deixava o quarto todo iluminado de bege como numa fotografia antiga. Foi um pouco difícil ignorar o chamado do dia para que acordasse da segunda vez, ainda mais com o cheirinho gostoso invadindo seu olfato. Ele conhecia bem aquele aroma em específico, pois ele não emanava só dos deliciosos grãos moídos com os quais Jongin sempre os presenteava, mas também do perfume floral do sabonete preferido de Baekhyun, tão familiar ao seu olfato. Virou-se no colchão languidamente apenas para encontrá-lo sentado sobre a pilha de almofadas ao lado da cama, numa luta silenciosa com a gatinha siamesa que haviam adotado e que, estranhamente, amava mais café do que os próprios pais, mesmo que eles nunca a deixassem provar da bebida.

– Segure aqui, baby – disse a Jongdae, entregando a ele uma das canecas fumegantes que segurava – antes que a Eri me assassine.

Jongdae se arrastou da cama para o chão, ainda sentindo o corpo todo molinho. Aninhou-se entre as almofadas, entrelaçando as pernas às do namorado assim que Eri se enroscou em seu colo. Baekhyun tinha, ao lado, uma caixa com dois bagels recheados com queijo e dois pedaços de bolo que pareciam bem apetitosos.

– De onde veio o banquete?

– Acho que Jongin levou a sério o seu pedido de trazer o café da manhã na nossa porta. Deve ter se sentido culpado pelo Soo ter atrapalhado nosso sono de beleza, tadinho. Nini é um bebê mesmo.

Blooming DaysWhere stories live. Discover now