But i hate you.

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Fui a andar com as malas até a estação de comboios, já tinha um quarto de hotel reservado, o quarto onde eu ficaria durante uns dias para tomar uma decisão. Entrei no comboio e quando vi que ele chegou a paragem que eu queria, saí. Não era muito longe da minha casa mas o suficiente para estar protegida. Chamei um táxi e quando vi ele a chegar, entrei, indiquei a morada do hotel onde ele levou-me , era um hotel de 3 estrelas, nada do outro mundo mas não era dada a grandes luxos o que para mim era suficiente. Paguei ao taxista e saí , fiz o check-in e entrei no meu quarto. Tinha uma cama de casal, uma televisão e uma janela enorme com uma vista espantosa. Melhor que eu imaginara. O cheiro era agradável , encostei as malas a um canto do quarto e deitei-me na cama , liguei a televisão, estava a dar o telejornal e soube de imediato que era hora de almoço. Ouvi a minha barriga roncar, sai do quarto e fui ao restaurante , comi batatas com peixe e legumes e bebi ice tea , o restaurante havia muitos casais com filhos felizes, via-se que estavam de férias, apressei-me a comer e subi de novo para o meu quarto, vesti uma roupa confortável e deitei-me na cama adormecendo. Acordei com o toque do meu telemovel, olhei e vi marcado no ecrã o nome do meu pai, já tinha chegado a casa, desliguei a chamada e vi a mensagem que ele tinha deixado, estava nela escrito: Melissa se por acaso fugiste volta para casa!!!!! Sabes que eu tenho os meus contactos e mais tarde ou mais cedo encontrarei-te. Senti arrepios em todo o corpo, eu sabia que era verdade, mas eu odiava aquele homem, odiava mesmo, só queria que ele morresse e ficar sozinha. Respirei fundo e olhei para as horas, eram 20:50 , dormi imenso, fui tomar um banho e vesti -me, estava decidida a ir sair. Vesti um vestido justo e preto, uns saltos-altos, fiz um penteado girissimo e maquilhei-me. Agarrei na minha bolsa e fui ao restaurante jantar, vi imensa gente a olhar para mim mas ignorei. Comi qualquer coisa e chamei um taxi, fui para uma discoteca ali perto, quando lá cheguei já eram 00:00 o ambiente era bom, havia muita gente da minha idade comecei a descontrair e pedi uma bebida, começou a dar a musica ' Summer' do Calvin Harris e decidi ir dançar, vi um rapaz meter-se comigo e começou a dançar, comecei a entender o que ele queria dizer com isso e deixei ele por as maos na minha cintura , dancei imenso até a musica acabar e eu reparar de imediato na cara do rapaz, tinha o cabelo castanho claro e os olhos verdes, era super bonito, quando a musica acabou decidi sorrir-lhe.
-Posso oferecer-te uma bebida? - Ele perguntou-me com uma voz rouca.       . -Sim, acho que podes ahah. Sentei-me numa das cadeiras altas ao pé do balcão.
-Como te chamas? - Perguntei-lhe olhando para a bebida que ele já tinha pedido. - Chamo-me Andersen , e tu ? - Melissa. - Tens que idade? És muito bonita. - Tenho 17 anos , muito obrigada ahah - Tenho 19, mas não te assustes não faço mal. - Confio que não - Vives aqui perto? Nunca te vi por cá... Eu sabia que não queria responder aquela pergunta, mas fiz um esforço. - Fugi de casa, estou num hotel, cheguei hoje. - Vivo com o meu pai , mas ele está fora se quiseres ir la dormir .. - Não, obrigado. - Queres ir dançar esta? - Huuum , vou aceitar, só porque danças extremamente bem Sorri-lhe e puxei -lhe para a pista, ficámos a dançar até a noite cair , quando cheguei ao quarto de hotel tirei os saltos e cai na cama. Acordei de manha , vi a maquilhagem toda borrada, despi o vestido e fui tomar um banho gelado pois doia-me a cabeça do alcool, vesti uma roupa confortavel e fui tomar o pequeno-almoço, pedi uma torrada e um sumo de laranja natural , quando sentei-me na mesa senti alguem a puxar-me, olhei e vi tudo o que eu menos queria ver, era ele, o meu PAI. - O que estás aqui a fazer? - Perguntei-lhe. Senti a minha bochecha esquerda a doer e reparei que ele tinha-me dado um estalo, os olhos dele estavam cheios de raiva. - Sobe já aquelas escadas para ires buscar a merda das tuas malas e vamos para casa. - Eu não quero ir. - Tu és menor e fazes o que eu quiser. Não havia solução, ele sabia onde eu estava e eu tinha que obedecer-lhe porque eu sou menor, mas eu sou menor e se a policia descobre que ele abusava de mim ele vai preso, mas ele ainda não entendeu isso. Fui buscar as minhas malas e entrei no carro, ele não falou durante o caminho todo, sabia que iriamos discutir quando chegassemos a casa. Mal parou o carro sai, não levei nenhuma mala, um dos seguranças faria isso, entrei lá para dentro e vi a Eva com as lagrimas nos olhos, o meu pai entrou de seguida. - Tu nunca mais voltas a fazer o que fizeste Melissa. - Ainda não compreendeste que eu odeio-te? Tu és meu pai, mas eu quero que tu morras, eu odeio-te mais do que alguma vez odiei alguem, não tenho qualquer tipo de carinho ou afeto por ti, quero que sofras, quero que vás a falencia, quero que chores tanto quanto me fazes chorar e que sofras tanto quanto eu ando a sofrer, quero sair daqui, quero desaparecer, fazes-me sentir morta, és a pior pessoa do mundo. Senti de novo a minha bochecha arder. Aquilo não me doia, doia-me mais o facto de saber que era o meu pai que o estava a fazer, doia mais o facto de estar sozinha, sem ninguem.

I've got a chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora