Capítulo 5

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Ainda eram 6:15 da noite e meu acompanhante só iria bater na minha porta as 6:30 como ele mesmo havia dito e eu fiquei no sofá pensando em umas coisas ao som da música Sofazinho de Luan Santana meu cantor favorito, estava baixo porque minha mãe estava assistindo no quarto dela.
Me veio tanta coisa na mente, várias lembranças boas de mim e Nanda quando éramos pequenas e quando nos conhecemos aos 8 anos, éramos da mesma idade e eu era mais velha por causa de um mês e desde desse dia nos tornamos inseparáveis, passamos a fazer tudo juntas, lembrei também de Ricardo e de como éramos felizes só no começo e depois virou um caos

"Eu só queria uma pessoa diferente do Ricardo, que não me prendesse e sim me amasse de verdade" - pensei

Alguém bate na porta me tirando dos meus pensamentos e eu presumo que seja Gustavo, desligo o som e vou até a mesma e a abro e lá estava ele do mesmo jeito que minha mãe havia descrevido pra mim, ele estava lindo

-Uau!

-O que? Estou feia?

-Não, você está linda

-Obrigada - falei morrendo de vergonha

-Vamos?

-Vamos

Fechei a porta e formos pro elevador. Chegamos no térreo e formos logo pro estacionamento e ele abriu gentilmente a porta do carro pra mim, foi a primeira vez que alguém fez isso pra mim na minha vida, entrei e o esperei ansiosa

-Onde fica essa festa? - fala ele já dentro do carro

-Aqui - lhe entreguei um papel onde tinha o endereço

-Ok, vamos

Formos o caminho quase todo calados, nenhum dos dois abriu a boca e eu só pensava na voz feminina que ouvi em seu apartamento

-Tem certeza que você não namora Gustavo?

-Tenho sim, porque?

-Eu ouvi uma voz feminina no seu apartamento hoje

-Está me espionando? - disse ele em tom de brincadeira

-Talvez - retribui seu tom

-A voz que você ouviu foi da minha melhor amiga Larissa, ela vai casar e veio me convidar pra ser padrinho

-Nossa que máximo

-Aliás, eu queria te fazer uma pergunta

-Faça sua pergunta

Nós já tíamos chegado no salão que estava bem movimentado e estávamos parados quase em frente

-Depois eu faço, vamos aproveitar essa noite

-Certo

Ele estacionou o carro, saiu do mesmo, abriu a porta pra mim novamente e estendeu sua mão, peguei na mesma hora sem pensar duas vezes e saí do carro rumo ao salão. Estava tocando uma música alta, na verdade era uma batida de balada, e nós dois formos direto pra mesa de aperitivos e bebidas na qual peguei um coquetel de morango e ele de limão, avistei Fernanda já na pista de dança com seu acompanhante, não fiquei surpresa até porque ela amava dançar assim como eu, puxei Gustavo pra pista de dança e o mesmo me seguiu sem dizer nada, apenas me seguiu, e ficamos dançando várias músicas, nós estávamos com muita energia pra dançar e depois de muito tempo nos cansamos e formos nos sentar em um banco que tinha fora da festa

-Se eu soubesse que você dançava daquele jeito eu que tinha te convidado

-Que bom que gostou

-Você ia me fazer uma pergunta lembra?

-Lembro sim

-To curiosa

-Você aceitaria ir no casamento da minha amiga comigo?

Nunca que ia passar pela minha cabeça que era isso, me senti lisonjeada

-Claro que aceito, quando vai ser?

-Sábado da próxima semana
-Eu já vou estar com meu carro, vou pegar segunda

-Não, vamos no meu assim você pode me contar mais sobre você

-O que você quer saber?

-A sua história

-Ta, sábado eu conto o que você quiser saber

-Ta bom

Entramos de volta e passamos a noite inteira comendo, dançando, bebendo mas com controle, rindo e conversando assuntos aleatórios tipo sobre filmes, séries e sobre algumas pessoas da festa
Gustavo era uma pessoa bem extrovertida, sabia manter uma boa conversa, era legal e uma ótima companhia
Ainda flagrei ele me olhando as vezes com um olhar diferente, era isso ou eu estava vendo coisa aonde não tinha

"Até parece que ele iria querer alguma coisa comigo, mesmo que eu quisesse" - pensei

Ficamos lá até 11:50 da noite e depois formos embora pra casa. Ele parou no estacionamento do prédio e desligou o carro

-Gostei da sua companhia Gustavo

-Obrigado

-Obrigada você por me aturar, essa criatura feia, desengonçada e atrapalhada

-Não acho isso, achei você incrível, Cuidadosa e muito linda, principalmente de vermelho

-Que gentil, obrigada - falei quase tendo um troço de tanta vergonha

-Vamos subir?

-Sim

Saímos do carro em direção ao elevador, eu só queria chegar em casa, tirar o vestido e o salto, tirar essa maquiagem, tomar um banho e dormir muito, comer não até porque eu e Gustavo quase zeramos os aperitivos e aquilo me deixou estufada
Chegando no décimo andar, nos despedimos com um abraço um pouco demorado e entrei em casa, eu realmente estava morta
Tirei tudo, inclusive a maquiagem, tomei um banho quente um pouco demorado, vesti meu pijama e praticamente me joguei na cama, eu realmente precisava dormir

O vizinho do apartamento ao lado (CONCLUÍDO) Onde histórias criam vida. Descubra agora