IX

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- Jeff The Killer's P.O.V. -

- Jeff? - Minha pequena chama baixinho e vou até ela rápidinho - É para você...

Sorrio quando ela me entrega um cartão com desenho de coração e um adesivo fofinho prendendo as páginas juntas, tirei o adesivo com cuidado e abri para ler o que ela havia escrito, era um poema sem rima mas muito bonitinho e que acabou com uma fraze que me deixou um pouco assustado: "Quem sabe você também me ama?" Eu me sinto na obrigação de abraçá-la e aconchegá-la em meus braços ainda mais enchendo-a de carinhos, eu havia acabado de tirar a virgindade dela e ela ainda não tem certesa se eu a amo? Me sinto um pouco errado por ter feito isso com ela...

- Quem sabe se eu também te amo? Eu sei meu amor, eu te amo, te amo muito... - Dou a ela um beijo intenso e faço carinho em seus cabelos envolvendo seu corpo pequenino com o meu - ... Não duvide disso nunca mais my angel of music...
- ... Sim my phantom of the forest... Eu também te amo muito, muito, muito...

Demos um selinho demorado e calmo e a minha pequena se aconchegou mais no meu peito, eu podia sentir seu sorriso doce e sua respiração morninha em meu pescoço, ficamos em um silêncio calmo e trocando alguns carinhos doces por alguns bons minutos até eu perceber a amiga dela apoiada no batente da porta com um sorriso meigo como se quisesse nos apertar, olho para ela com aquele olhar de "Não se atreva" e ela dá um sorrisinho e sussurra um "O almoço está quase pronto" a respondo um "Só para você, vou levá-la para comer fora hoje." Levantei com cuidado do sofá e a levei no colo até o quarto dela, a coloquei sentadinha na cama e minha pequenina sorriu meio confusa, sorri de volta e a abracei.

- Querida, acha que consegue andar?
- Acho que sim... Por quê?...
- Eu vou te levar para um lugar especial, quero que se arrume enquanto eu vou buscar uma roupa para mim, consegue?
- Vou tentar...
- Vem, tenta andar um pouquinho.

Eu a apoiei no meu ombro e ela desceu da cama se apoiando em mim, as pernas dela estavam meio bambas mas ela conseguiu ficar de pé sozinha sem apoio, beijei a bochecha dela e avisei que logo estaria de volta antes de sair pela janela do quarto dela mesmo. Fui andando para casa calmamente, nossas casas eram próximas mesmo então não demoraria muito para voltar. Abri a porta da casa e logo recebi o olhar assustado da minha mais nova "empregada", eu a sequestrei dois ou três dias depois que eu cheguei na cidade e a garota tem um medo mortal de mim, me faz sentir um pouco de dó dela... Mas mesmo assim não sinto vontade de deixá-la ir.

- Ei, dormiu comigo foi? - Chamo a atenção dela depois de alguns minutos - Bom dia criatura.
- B-B-Bom dia...

Ela fala baixinho num tom assustado e eu rio comigo mesmo, subo em silêncio, o único som da casa são os meus passos, entro no quarto e escolho uma roupa mais arrumadinha, o mesmo moletom branco e uma calça jeans preta, nada demais, mas essas eram novas e ainda estavam sem manchas de sangue por ai. Tomei um banho direito antes de me vestir já que eu ainda estava com cheiro de sangue, minhas costas arderam um monte quando a água quente começou a descer por elas e eu vi um pouco de sangue misturado na água, é, minha gatinha deixou umas belas marcas nas minhas costas... Deixei a água correr até que ela saisse completamente limpa e me enrolei em uma toalha deixando minhas costas expostas, tentei olhar sozinho as minhas costas no espelho mas não consegui ver nada então coloquei a parte de baixo da minha roupa, eu queria ter certesa que não estava mais sangrando antes de colocar a camiseta então decidi pedir ajuda.

- Daisy! - Chamo a garota e entrego um espelho pequeno para ela assim que ela aparece - Segura para mim, eu quero ver se estou sangrando.

Ela concorda e entra um pouco mais no banheiro com as mãos tremendo, observo enquanto ela posiciona o espelho para que eu pudesse ver, os cortes eram bem superficiais mas dava para idêntificar as formas das unhas da minha queridinha, ela realmente levou a sério quando eu disse que ela podia me apertar o quanto quisesse... Ri baixinho com o meu próprio pensamento e a pobre garota quase deixou o espelho cair com o susto, ignorei e só vesti a minha blusa e o moletom por cima, minha pequena estava esperando por mim e não se deixa uma dama esperando.
Peguei o carro que estava na garagem, um civic preto maravilhoso e que eu não sabia se era um carro ou um avião de tantos botões que tinha no painel. Mas sim, eu sabia dirigir aquela nave voadora e na verdade era mais fácil que um carro normal. Dirigi até a porta da casa dela, parei o caro na beirada da calçada e buzinei, ela apareceu na porta e eu abaixei a janela para que ela pudesse me ver.

- E ai, gostou da carruagem? - Sorrio apoiando meu braço na janela e a olho de cima a baixo - Você está linda...
- Obrigada... - Ela sorri e cora, abro a porta do carro por dentro para ela e minha princesa se acomodou no banco do passageiro e travou o cinto o que fez o painel apitar e acender uma luzinha verde, é, definitivamente esse carro é uma nave espacial. - ... Aonde nós vamos?...
- Um restaurante, nada demais, mas o lugar é divertidinho...
- Ah... Tá...

Minha princesa se apoiou na porta do carro com uma carinha pensativa, ela está me escondendo alguma coisa... Ponho o cinto de segurança antes de começar a dirigir em direção ao restaurante e aproveito o fato de que as ruas estão quase vazias para olhar melhor a minha garotinha: O seu cabelo negro como a noite estava preso em marias-chiquinhas, ela estava com um vestido azul bem escuro com uma camiseta branca por baixo e uma boina fofinha com uma rosa bem clarinha presa nela, estava quieta e pensativa o que era bem estranho, mas ela deve só estar com um pouco de vergonha depois do que fizemos, eu sabia que isso iria acontecer... Continuamos em silêncio mesmo quando já estávamos acomodados em uma mesa no restaurante, ela não parava de observar as crianças que estavam correndo e brincando numa área destinada para elas, o que será que ela está pensando?...

- Querida? - Chamei baixinho e ela me olhou sorrindo e meio corada - Está tão quietinha e dispersa, tem algo errado?...
- Desculpa, só estou pensando um pouco... - Ela suspira - Acho que vou no banheiro, você escolhe os pedidos?
- Claro...

Ela levantou da mesa como se tivesse tido a melhor idéia do mundo e agora me parecia tão animada... Peguei o cardápio para escolher alguma coisa para comermos enquanto ela foi até uma garçonete, elas estavam meio longe então não consegui ouvir o que estavam falando e fiquei mais confuso ainda quando a garçonete a guiou por uma porta aonde estava escrito "Apenas funcionários", o que será que a minha garotinha está planejando?
Pedi alguns pratos que eu já sabia que ela adorava, batata frita, lasanha, algumas gordices que todo mundo ama sabe? Os pedidos chegaram e a minha menina ainda não havia voltado, alguma coisa ela estava planejando... Ela chegou logo depois da comida e parecia animada, mesmo assim comemos em silêncio e quando teeminamos ela chamou a mesma garçonete e sussurrou alguma coisa para ela, observei a cena meio desconfiado, toda aquela situação estava muito estranha... A garçonete se afastou com um sorriso meigo e a minha pequena se inclinou e pegou minha mão, eu já estava confuso então só fui na dela e sorri.

- Jeff, nós podemos ficar mais um pouco? Eu não quero ir para casa ainda...
- Claro, não tem problema... Eu vou te levar num outro lugar depois daqui de qualquer forma...
- Um lugar?
- É... Eu quero te apresentar para a minha "família"... Quero que eles te conheçam...
- Sério?
- Claro, se eu enrolar mais o poste vai vir ele mesmo te conhecer e eu tenho medo do que ele pode fazer se vocês se encontrarem sozinhos...
- ... Tudo bem...

Eu percebi que ela ficou com vergonha então levantei e sentei ao lado dela para poder passar um braço em volta da cintura dela, minha querida suspirou e deitou a cabeça no meu ombro com uma carinha fofa, tão lindinha... A mesma garçonete voltou com uma caixinha esquisita, uma caixa quadrada preta e envolvida com um laço branco, minha pequena disse que eu deveria abrir então peguei a caixinha e a abri: Era um bolo mais ou menos grande com o desenho de sapatinhos de bebê e escrito um "Parabéns papai" com chantilly. Fiquei olhando para o bolo por uns bons minutos até a ficha finalmente cair e eu simplesmente deixei a caixa na mesa e peguei a mão da minha pequena, eu estava literalmente tremendo de nervoso, mas não era uma notícia ruim, eu só não esperava que acontecesse logo na primeira vez...

- É-É de verdade?... - Foram as unicas três palavras que eu consegui formular.
- É... Eu fiz o teste algumas vezes...
- Ah meu... Certo, sem desespero, vem comigo um minutinho?

Ela concordou parecendo anciosa, eu fechei a caixinha, paguei a conta, a levei até o carro e assim que estavamos sozinhos no estacionamento eu a abraçei e a girei no meu colo, eu não queria fazer aquilo em público por que eu sabia que ela ia ficar com vergonha mas eu estava feliz demais para me aguentar. Minha pequena riu e me abraçou de volta, ela também parecia alegre e bem mais feliz, coloquei minha pequena no banco do carro com todo o cuidado, eu não queria deixá-la andar nem um pouco pelo simples motivo de que mesmo que seja cedo para caramba eu não queria correr o risco de que ela sofresse um aborto ou qualquer coisa do tipo...     Me chame de paranóico, eu sou mesmo.

Jeff the killer - Um amor assassinoOnde histórias criam vida. Descubra agora