Capítulo 1- Por Amy

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          Acordei bem cedo naquele dia mais empolgada que nunca, mas em pensamento, pois um resfriado me dominava me impedindo de levantar.

— Mãnheeeee !!! — com o pouco de força que ainda me resta grito desesperada minha mãe que está no andar de baixo provavelmente preparando o café da manhã.

— Pare de gritar! O que quer a essa hora da manhã Amélia?

—Preciso de um remédio diferente, esses não estão funcionando mais. — Eu havia tomado tantos remédios diferentes que estava a uma aspirina de ter uma overdose.

—Chega de remédios, levanta dessa cama e se vista, vamos ao médico! — Disse minha mãe puxando minhas cobertas descobrindo meus braços.

—Já disse que não é caso para médico.

—E eu já disse que se não melhorar Amélia Hall, você não vai em viagem nenhuma!

Bufando e morrendo de dor fui obrigada, por força maior, a levantar de minha cama naquela manhã de sábado, nada me faria perder a viagem que tanto esperava.

***

Derry era uma cidade pequena onde eu conhecia praticamente todo mundo. Minha vida toda estudei lá, tinha amigos desdo maternal e sabia todas as ruas melhor que o Google maps. Eu e meus amigos tínhamos o sonho de viajar o mundo e sair dessa cidade pequena expandir os horizontes, mas estávamos aguardando a maioridade e agora ela chegou para todos nós.     

          Eramos um grupo de 5, eu com certeza era o Elo, que unia todos, conseguia fazer tudo ficar nos conformes, sempre fui bem aberta e espontânea, completamente o oposto de Ângelo.

         Ângelo Dellacqua era quieto, extremamente tímido, bonito sem ser demais, engraçado nas horas certas e com um excelente gosto musical, graças ao Ângelo nossa viagem foi adiada para o final do ano, pois era o mais novo da turma e tínhamos que esperar-lo. Ele conversava muito comigo, eu sabia de tudo sobre ele, era um diário ambulante. Ficávamos no telefone e eu só escutava chegando a passar horas sem dar um piu.

         Bom eu era o elo... Ângelo era o paranoico, estranho, boa pinta!

         Tinha a Rose Eymor, aah bela Rose. Só seu nome já dizia tudo, um doce de pessoa, um sonho de padaria, considerávamos ela nossa mãe, uma por ser a mais velha e outra por agir como uma, podíamos contar com ela para tudo, tudinho mesmo, talvez esse seja o defeito dela, não conseguir dizer "não". Era o tipo de pessoa que chama os amigos para passar protetor solar neles sempre preocupada com o câncer de pele. Rose era a mais ansiosa pela viagem, há um ano sua mala estava arrumada só esperando o grande dia chegar.

          Lis Summer era o oposto ruim de Rose. Enquanto Rose era politicamente correta, Lis não curtia seguir regras e tentava ser diferente. Foi presa a primeira vez aos 13 anos, por furtar um pacote de biscoito do mercadinho do Seu Juan, brigamos com ela por dias, mas um mês depois fez de novo. Até hoje penso que Lis fazia essas coisas para ter mais atenção dos garotos, pelos quais ela estava disposta a fazer o impossível. Lis era a "Rebelde sem causa".  Ela detestava conversas longas e se irritava facilmente com lições de moral, ou seja, era bem difícil a comunicação com ela. 

           Ela sempre nos levava aos melhores passeios, grande parte de nossas memória foram construídas graças a ela. Uma vez tentamos ficar presos dentro de um mercado grande perto de casa, chegamos cedo, esperamos o mercado fechar e saímos dos "esconderijos" sem lembrar que haviam câmeras por todo o mercado. Essa foi a primeira vez de todos na delegacia, exceto, é claro, da Lis. 

AMISOnde histórias criam vida. Descubra agora