O breu me cega os olhos, isso me angústia. Não sei a quanto tempo estou aqui nem por quanto tempo vou ficar, só quero sair desse lugar frio. Aqui é indescritível, na verdade nem sei se posso dizer que "aqui" não é "lá" ou "cá", é simplesmente um lugar qualquer do qual não consigo sair.
As vezes ouço passos, mas não vejo nada nem ninguém, esses passos as vezes vem seguidos de vozes, vozes que não falam nada, só murmúrios soltos e vagos. As tormentas não param por ai, coisas passam por mim, me tocam, me puxam, e eu imóvel.
Não sinto medo, somente nojo, repulsa, o fato deu não poder me mexer é a única coisa que me preocupa. Não sinto mais sono, ou fome, raiva ou felicidade, na verdade nem sei mais quem sou, tudo o que eu tenho em minha mante está se deteriorando, aos poucos estou esquecendo de mim, do que vivi, tudo.
Por um momento sinto como se fosse um nada, não existe mais chão, cima ou baixo, estou flutuando no vazio, meus longos cabelos negros caíram, minha pele se desfez, ossos, órgãos, nada más, só o Eu. Uma luz que sou Eu, um ser de luz, que não fala só pensa.
Um grande sentimento de felicidade tomou conta de mim, o breu que antes me angustiava agora não está mais presente. Esta tudo claro, porém ainda vazio. Esse vazio não ficou vazio por muito tempo, um outro ser de luz, com uma enorme luminosidade azulada se aproximou de mim, vinda do além.
Eu --Quem é você?
- -- Sou Emanoel!
Eu -- Quem é você para mim?
Emanoel -- Sou o nada e o tudo, seu passado e seu futuro, no momento, sou seu presente. Te acompanho desde sempre, e hoje venho lhe fazer a cobrança.
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AMIS
Genç KurguNormalmente quando se vai viajar com os amigos, se espera que seja legal e inesquecível assim como American Pie, mas nem sempre isso é o que acontece. Quando alguma coisa inesperada acontece... o que se faz?