Sweet and Sugary

You Were Beautiful

Glossário

Soju: bebida destilada originária da Coreia feita de arroz.

Ahjussi: modo de se referir à um homem mais velho, geralmente entre 35 e 50 anos.

Aish: expressão usada para demonstrar descontentamento.

Aigoo: expressão usada para demonstrar surpresa.

Agassi: senhorita.

Ye: sim.

Caramel macchiato: se trata de uma bebida quente feita com café, leite, caramelo e extrato de baunilha.

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Park Myung Soo acordou sobressaltado. Sua testa, assim como todo o rosto, estava encharcada de suor, e seus batimentos cardíacos mantinham um ritmo acelerado, só não podendo ser ouvidos por conta da respiração pesada e irregular do rapaz e o barulho suave da chuva caindo do lado de fora.

Myung Soo corre os olhos puxados pelo quarto escuro, embora não enxergasse algo de fato, fechando-os logo em seguida. Respirou fundo, tentando se acalmar, mas flashbacks do seu recente pesadelo invadiam sua mente sem pedir licença, o deixando mais perturbado.

Os sonhos, como o que tivera naquela madrugada de segunda-feira marcada por uma fina garoa, se mostravam mais presentes, tirando várias de suas noites de sono. Ele estava beirando um colapso.

Quando abriu os olhos novamente, tendo a certeza de que não voltaria a adormecer tão cedo, resolve se arrastar para fora da cama, em direção à cozinha. Sua garganta arranhava e seus lábios estavam secos, sinais de que precisava de um copo com água.

Pôs os pés descalços em contato com o assoalho gélido, sentindo o frio subir pela espinha e se espalhar pelo corpo. Seguiu tateando as paredes do dormitório com a luz apagada, tomando um cuidado extra para não se esbarrar em nada e se estabacar no chão, até abrir a porta e sair pelo corredor igualmente escuro.

Chegando na cozinha, procurou pelo interruptor, dessa vez acendendo as luzes e se deparando com uma bagunça que causaria uma crise em qualquer maníaco por limpeza. Pratos, copos, panelas e potes sujos e engordurados, todos sobre a pia, implorando para que os lavassem. Myung Soo até mesmo jurou ver uma barata passeando por ali.

A verdade era que o jovem não dava a mínima para aquela completa desordem. Ele dividia o apartamento - o qual era ridiculamente pequeno - com Jung Young Nam, e o tal Young Nam era, definitivamente, um porco, daqueles que dormem em meio à sujeira sem parecer se importar. E quando Myung Soo inventava de ser "faxineiro por um dia", tinha seus esforços para deixar tudo limpo e arrumadinho jogados no lixo, já que Nam voltava a desorganizar tudo novamente, seja jogando restos de comida e pacotes de salgadinho no chão ou tirando qualquer coisa de um lugar e pondo em outro.

Deplorável.

Ah, e pra ficar mais perfeito ainda, Young Nam tinha um cachorro, e toda vez que o animalzinho peludo fazia cocô sobrava para o pobre Myung limpar as fezes de um canino que nem era seu. Injusto, não?

Myung Soo sacode a cabeça, se livrando dos devaneios. Foi até o armário, procurar por um copo que não estivesse sujo, mas encontra outra coisa. Uma garrafa de soju.

Ele batera seu recorde, tendo ficado cerca de um mês sem colocar uma gota de bebida alcoólica na boca. Detestava ficar bêbedo e sair descontando suas mágoas em qualquer infeliz que cruzasse seu caminho, mas graças aos recorrentes pesadelos, estava ficando cada vez mais difícil se conter.