Ela é encantadoramente sombria. Dinah tem um passado triste e luta diariamente para superar seus traumas de infância.
Com vinte e dois anos a garota tem tudo o que acha ser suficiente. Até um chefe insuportável que a levará a loucura.
Talvez seja ó...
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Eu não era capaz de falar naquele momento.
Ela estava estirada no chão. Na minha frente.
Sua mãe estava ao lado dela gritando por socorro.
Eu havia acabado de chegar ao endereço ao qual ela deixou no meu escritório quando não a encontrei e eu estava procurando por ela na praia.
Eu vi tudo.
Eu não consegui impedir.
Lucas logo foi puxado pelo braço pelo namorado da sua mãe que o agarrou como se fosse proteger ele.
Proteger.
Eu não pude protegê-la.
-CHAMEM UMA AMBULÂNCIA!- Eu escutei alguém gritar e corri para onde ela estava.
Dona Maria chorava sem querer solta-la.
-Dona Maria, olha pra mim. - eu tentei conter meu desespero ao chegar perto do seu corpo desfalecido.- olha para mim dona Maria, ela está grávida. Fique calma. Por favor. Se acalme.
-Grávida? Meu Deus! - e foi aí que ela chorou ainda mais.
Olhando para Dinah eu fiquei apavorado.
Apavorado pela ideia de perdê-la. Apavorado pela ideia de não ter o seu perdão. Por talvez nunca mais a ver.
E com esses pensamentos nós ficamos ali tentando fazer parar de sangrar a região da barriga.
O motorista do carro que a atingiu ficou por um tempo e depois foi levado para a delegacia.
Nós não queríamos sair Dali então Joss foi até lá.
...
Após ambulância chegar tudo passou muito rápido como um raio.
A mãe de Dinah também foi levada pois passou mal.
Eu estava esperando por notícias sozinho no corredor. Dona Maria havia sido sedada, e iria dormir por algum tempo a base de calmante.
Dinah havia sido levada a quatro horas para alguma sala de cirurgia e não havia notícias dela nem do bebê.
Tomei um copo com água e olhei para a minha roupa suja de sangue.
Eu precisava avisar a minha irmã e o Pedro, mas não tinha forças. Eu estava com medo.
Algum tempo depois a médica que atendeu Dinah sai de uma sala.
Ela retira sua touca descartável e me olha.
-Doutora... A minha... Como ela está?
Ainda olhando nos meus olhos ela me pede que eu a acompanhe até uma outra sala.
