Capítulo 1

24 5 0
                                    

  Eles mentiram-me... 

   Idiotas.

   Eu pensava que as lendas podiam tornar-se reais... Queee... esta fantasia podia ter sido real. Mas não. Tudo era mentira desde do começo.

   Talvez... eu possa consertar isto.  Não, é tarde de mais.

   Estas vozes controlaram-me. Possuíram-me.

   Não consigo perceber, porque elas fizeram-me isto.

   Agora já não sou humano. Mas sim, um coelho metade humano. Com pelo branco, cabeça e orelhas de coelho e uma estrutura de humano, com mãos de humano, e patas em vez de pés. Continuo a usar a mesma roupa de sempre, uma camisola de padrão xadrez branco e preto.

    Ás vezes, parece que nada mudou, mas não consigo olhar-me ao espelho. Estou tão perdido. O que faço agora?

Passado alguns dias:

   Depois de muita pesquisa, eu finalmente encontro a resposta. Tudo o que tenho a fazer é viajar para o Reino dos Assassinos e matar Rainha dos Assassinos. Bem, é agora ou nunca. 

   Acho que vou precisar de um nome.

  De repente, umas das minhas vozes, a que eu ouço mais vezes, diz:  Coelho das Cartas, este vai ser o teu novo nome.

   Coelho: Coelho das Cartas?

    Voz: Sim, confia em mim.

    Coelho: Hmmm... Como posso confiar em ti?

     Voz (com tom tranquilizante): Faz o que eu te digo e tudo vai dar certo.

    Coelho (inquieto mexendo as mãos): Tens a certeza?

    De repente, aparece nas minhas mãos um baralho de cartas.

    Voz: Estás a ver esse baralho de cartas? Elas vão te servir como uma chave para entrares no Reino dos Assassinos.

    Coelho das Cartas (Animado): Incrível! Talvez sejas útil.

     A Voz dá uma pequena risada.

     Coelho das Cartas: Mas como elas funcionam?

     Voz: Bem, é simples. Atiras uma das cartas ao ar e imaginas como seria o portal para Reino dos Assassinos.

      Com toda a determinação, faço o que a Voz pede. E não é que Ela tem razão. À minha frente aparece um círculo azul de energia a flutuar e eu pulo para dentro do portal.

     Tudo parece estranho naquele mundo. Está tudo tão escuro, que não vejo nada. No ar paira o cheiro típico de mortes em série. Eu estou com medo, mas ao mesmo tempo eu sinto-me tranquilo.

    Aos poucos, os meus olhos acostumam-se à escuridão.

    Há sangue em quase tudo o lugar. Corpos de coelhos mortos veêm-se no chão. Claramente, um genocídio aconteceu aqui.

    Eu não aguento e dou uma risada psicopata. As vozes na minha cabeça acompanham-me e dão risadas iguais.

     Corro para tentar fugir desta loucura. Sei que é idiota o que 'tou a fazer. Eu nunca vou conseguir fugir desta loucura. Paro de correr e, sem perceber, encontro-me no meio de uma floresta. Cá está mais escuro do que lá. Começo a andar, para tentar encontra uma maneira de sair desta floresta insana. Mas só há escuridão... Quanto mais eu ando, mais escuro fica.

    Pergunto-me como vou sair daqui. 

    De repente, uma das minhas vozes fala para eu saltar. Eu corro para dar balanço e salto. Dou um pulo tão alto, que chego às nuvens e vou para cima de uma.

     Do nada, ouço uma voz a cantar ao som de uma caixinha de música.

     Uma voz doce e suave ecoa, mas esta não vêm da minha cabeça. A voz vêm de longe e sinto-a a aproximar-se. É uma voz tão calma, tão relaxante. Eu sinto-me calmo, relaxado. Os meus olhos tentam fechar-se, apesar de eu lutar contra isso. A voz é tão linda, tão melodiosa, tão simples, tão...

    Adormeci, sem me aperceber.
    Depois daquela soneca, eu acordo e a primeira coisa que eu vejo é uma Anja, sentada ao meu lado. Ela tem cabelos castanhos alourados, longos e ondulados. O sol batia nos seus fios de cabelo tornando-os ainda mais brilhantes. Os seus olhos são verde-água e a pele branca como porcelana. As suas asas de anjo são corrompidas por tinta, possuindo buracos. Contudo, ao contrário de outros da sua espécie, ela não tem uma auréola em cima da sua cabeça.

   Ela dá-me um pequeno sorriso. Eu sinto-me inquieto, talvez um pouco receoso, mas encantado pela sua beleza.

   Anja: Chamo-me Phantasy.

    Ela dá-me um beijo na bochecha e eu fico courado.

    Phantasy: Tu pareces que precisas de ajuda. Eu consegui ouvir as vozes da tua cabeça. Elas comunicaram comigo. Contaram-me tudo. Tem cuidado ao matar a Rainha do Assassinos.

   Coelho das Cartas: Como é que eu posso confiar ti, se te conheci há pouco tempo?

     Do nada, os olhos dela ficaram vermelho, mas tão vermelhos como a cor do sangue.

    Phantasy: Simplesmente confia em mi e tudo vai dar certo.

    Coelho das Cartas (um pouco assustado): Bem, acho vou ter de continuar a minha jornada.

    Phantasy (com olhar assustador): Boa sorte Coelho das Cartas, pois vais precisar e muito.

    Mal ela acaba de falar, pulo de nuvem em nuvem.

    
    Passado um tempo a pular de nuvem em nuvem

     Sem querer, eu caio de uma nuvem e vou para a uma montanha de almofadas. Com tudo o cuidado, eu pulo da montanha de almofadas para o chão. Depois de andar muito, encontro um vale cheio de coelhos.

    Olho para eles e dou um carinho em um. Mas algo dentro de mim não acha aquilo certo. Parece que aquilo não era natural.

   Memória começam a surgir. Várias imagens dos meus coelhos mortos aparecem. Não aguento mais. Ponho as mãos na cabeça, entro em desespero e começo a rir e a chorar.

Então, os meus instintos assassinos ativam-se. Eu começo a matar coelho a coelho, sem nenhuma piedade. Eu não consegui parar. Eu não queria parar. Matei todos os coelho.

Estou cheio de sangue pelo meu corpo, com medo do futuro outra vez.

Lágrimas vêm aos meus olhos e pena vêm aos meus sentimentos, assim como tristeza.

EU SOU UM MONSTRO!?!

Um começo para um assassinoOnde histórias criam vida. Descubra agora