Capítulo Três

391 79 755
                                    

[⚠ GATILHO: violência física ⚠]

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

[⚠ GATILHO: violência física ⚠]

Noite do massacre

Liza ainda gritava quando mãos firmes a seguraram e a levaram para longe. O mundo parecia estar fora de foco, um constante ruído soava em seus ouvidos. No fundo havia barulhos abafados de tiros e gritos, ordens e súplicas. Ela queria se soltar e ficar ali com o pai, mas quando sentiu suas pernas tocarem o chão, elas falharam.

"Elizabeth, sou eu."

Demorou alguns segundos para a menina processar o que estava acontecendo. Conhecia aquela voz: era Ian. Seu irmão estava agachado e a segurava com força. Mesmo sem conseguir enxergar direito devido às lágrimas, Liza virou o rosto na direção de Ethan e teve um vislumbre de outra pessoa caída um pouco atrás do pai.

Ao notar a direção em que a irmã olhava, Ian engoliu em seco e puxou o corpo magro e pequeno de Liza para si, seu corpo trêmulo. O ato que geralmente a fazia sentir segura, naquele momento, a amedrontou mais ainda. Olhando para o cômodo no andar inferior, Liza viu diversos corpos caídos pelas brechas na grade de madeira, os quais eram pisoteados por pessoas que corriam em desespero.

Se agarrando em Ian na tentativa de fugir da realidade, Liza ouviu a voz pesada do rapaz. "Você precisa sair daqui."

"M-mas o papai..."

"O papai está machucado agora, ele não pode ir com a gente." Ian se desvencilhou de Liza e a fitou com pesar. Ela nunca tinha visto aquela expressão no rosto do irmão; era uma mistura de dor, ódio e desespero. "Tem uma saída escondida nos fundos que você pode usar, mas nós precisamos chegar lá primeiro."

Sem entender o que acontecia, a garota considerou o único motivo plausível para que que ela deixasse seus familiares ali. "Eu vou chamar ajuda?"

Ian a encarou em silêncio, e as feições em seu belo rosto jovial suavizaram por um breve momento. "Isso aí, você é mesmo muito esperta. Se você conseguir sair em segurança, vai poder chamar ajuda e todo mundo vai ficar bem, incluindo o papai." Vendo que agora tinha a total atenção de Liza, o rapaz sorriu melancolicamente antes de continuar. "Mas você precisa me prometer que vai fechar os olhos e só abrir quando chegarmos lá, tudo bem?"

Liza o olhou como se aquilo fosse a coisa mais importante do mundo e assentiu enquanto fechava os olhos, se agarrando nos ombros do irmão. Ian respirou fundo e a abraçou novamente enquanto a pegava no colo e começava a correr. Apesar dos gritos e barulhos horrendos, Liza manteve sua promessa e afundou o rosto no pescoço do irmão.

De repente uma pancada; alguma coisa acertou Ian de cima e os dois caíram juntos. Liza havia rolado um pouco para o lado, seu corpo estava dolorido mas sentia que o irmão amenizara sua queda. Se levantou um pouco com um dos cotovelos procurando por ele quando avistou um homem alto de preto que estava de pé com uma arma apontada para a cabeça do primogênito Hale. Os olhares de ambos se encontraram por um momento; Ian estava com aquele mesmo olhar doce que só fazia para a irmãzinha mais nova, e nesse exato momento Liza se lembrou da promessa de não abrir os olhos. Foi quando o homem atirou.

PrevailOnde histórias criam vida. Descubra agora