Capítulo Dois

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Seis meses antes do massacre

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Seis meses antes do massacre

Liza afundou a cabeça em um dos livros espalhados em sua cama, fazendo um lápis ao lado rolar e cair. Aquilo só piorou seu humor, como era possível alguém gostar de matemática? Ela suspirou e esticou a mão sem olhar na tentativa de pegar o objeto, mas seus dedos encontram a pelagem fofa de Rudolph no lugar. Ali era o cantinho favorito do cachorro gigante, bem ao lado de sua cama.

"Nossa, que bagunça."

A menina ergueu a cabeça e encontrou Ian parado na porta do quarto, seu equipamento esportivo em mãos. Provavelmente o jovem estava indo para o treino. Ele jogava no time da escola, e a família sempre ia em todos os seus jogos. O filho mais velho dos Hales até tentava não se gabar, mas era um fato que ele era um dos melhores atletas em campo.

Elizabeth murmurou algo não entendível e voltou a afundar o rosto nos problemas de matemática impossíveis de se resolver. Ian deixou seu material na porta e foi se sentar na cama com a irmã, antes pegando o lápis no chão. Ele observou o problema e, segundos depois, este estava resolvido.

"Aqui, João precisa de cento e vinte maçãs para fazer três baldes de cidra."

A menina olhou incrédula para a conta e depois para Ian. Seu irmão apenas sorriu, divertido com a situação. Como os outros irmãos, se parecia bastante com a mãe, mas o cabelo era mais claro; quando no sol, tinha um brilho castanho, ao contrário do preto carvão dos gêmeos. E não era liso escorrido como o dela, tinha certo volume e vivia meio bagunçado, como naquele momento.

"Ninguém liga pras maçãs nem pra cidra idiota dele." Liza resmungou.

Ian encarou a irmã com surpresa, mas depois se desatou a rir. "Nossa, você deve odiar matemática mesmo." O rapaz sorriu ao fazer carinho em Rudolph, que tinha a cabeça apoiada no colchão enquanto os observava. "Mas não acho que você odeie a matéria, você só odeia não conseguir resolver. Eu sou assim com geografia, é normal. Algumas pessoas têm mais facilidade do que outras."

A menina ficou pensativa sobre o assunto, fazia um pouco de sentido. "Tanto faz, é chato. E geografia é tão fácil, não sei como você não sabe."

Ian se deitou preguiçosamente ao lado dela e ergueu os cantos dos lábios, metade de seu cabelo geralmente levantado na frente agora esmagado pelo travesseiro. "Igual você não sabe matemática?"

Liza abriu a boca, mas a fechou logo em seguida. O irmão mais velho achou graça na reação dela, depois se levantou um pouco e olhou para os livros. "Posso te ensinar se quiser, que tal? Eu que ensinei o Ben e o Lucas naquela época, e olha como eles são bons agora."

"Acho que não tenho escolha." Elizabeth suspirou com um ar de derrota ao ver Ian se sentar na cama já pegando um caderno e várias canetas, parecendo animado. Enquanto se perguntava em qual enrascada tinha se metido daquela vez, Liza notou o equipamento abandonado na porta. "Ei, você não tem que ir pro treino?"

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