Capitulo I - Hold On

694 58 8
                                    

20 de junho de 2019

Thalita POV

- Tchau migo, até amanhã - disse me despedindo do Cadu antes de sair do estúdio.

- Tchau miga, até - joguei mais um beijo antes de fechar a porta e esperar o elevador.

Mais um dia concluído com sucesso, eu estava tão feliz com esse novo projeto e tenho certeza que meus fãs vão amar. Caminho até meu carro rapidamente e coloco em minha playlist antes de dar partida no carro. Assim que saio do estacionamento ouço meu celular tocar e o nome que brilha na tela me faz sorrir.

- Oi tia - atendo a ligação enquanto presto atenção no caminho.

- Oi meu amor - a voz dela soa alto pelos auto falantes do carro - Tais muito ocupada agora?

- Não, na verdade acabei de sair do estúdio, estou no caminho de casa - paro no farol e checo minha aparência no pequeno espelho - Precisa de algo?

- Só da tua presença aqui, faz tempo que não vem me ver e fiz aquele bolo que você gosta - sorrio com aquela informação.

- Em 10 minutos eu tô ai e tô cheia de fome - ouço sua risada com a minha fala e volto a andar com o carro.

- Quando você não tá cheia de fome Thalita?

- Até tu tia? - ela riu mais ainda.

- Agora presta atenção no caminho e toma cuidado. Estou te esperando. Beijos.

- Beijos - desligo a ligação sorrindo. Eu amava o cuidado que ela tinha comigo mesmo depois de tudo.

Ela sempre foi como uma segunda mãe pra mim e toda vez que eu fazia merda era pra ela que eu corria antes de qualquer outra coisa e ela sempre estava disposta a me ajudar.

Estacionei o carro em frente ao prédio e peguei minha bolsa no banco do passageiro, colocando o celular no bolso de trás da saia jeans que eu usava. Comprimentei o senhor na portaria, que liberou minha entrada de bom grado dizendo que era bom me ver ali de novo. Subi pelas escadas mesmo logo depois de agradecer o senhor e em questão de segundos já tocava a campainha daquele apartamento tão bem conhecido por mim.

- Oi tia - disse sorrindo abertamente ao ver ela na porta.

- Oi sumida - me abraçou e puxou pra dentro de sua casa - Quem é vivo sempre aparece né! Agora que ficou famosa nem liga mais pra mim - disse fingindo tristeza e eu sorri ainda mais negando com a cabeça.

- Sabe como é né tia - dei de ombros - Mas pode ter certeza que sempre vai ter um espaço pra senhora na minha agenda e outro pro seu bolo de chocolate na minha barriga - mordi meu lábio inferior à olhando como uma criança.

Ela me puxou para a cozinha rindo e me fez sentar à mesa enquanto colocava os pratos para comermos juntas. Ela me perguntou várias coisas sobre meu trabalho, se eu estava gostando, o que estava fazendo e se estava me alimentando bem mesmo com a correria. Eu sabia o motivo de toda a sua preocupação com minha alimentação e apenas a assegurei de que nunca passaria fome, meu bom humor precisa daquilo. Assim que terminamos de comer ela me levou até a sala e bateu em seu colo como um pedido mudo para que eu deitasse ali, e sem pensar duas vezes eu o fiz, sentia saudade daquilo.

- Agora me conta da sua vida - ela disse enquanto iniciava leves carícias em meu cabelo.

- Mas eu já contei tia - a olhei confusa.

- Não minha linha, você me contou do seu trabalho - ela disse me dando um leve sorriso - Quero saber a outra parte da sua vida.

- Ah - desviei meus olhos de seu rosto e comecei a encarar minhas mãos que brincavam entre si enquanto estavam apoiadas em meu peito - Não tenho nada pra dizer, ultimamente eu tenho estado mais focada na minha carreira.

- E o seu coração como está? - ela tentava a todo custo arrancar algo de mim.

- Batendo tia - disse sorrindo como uma criança e ela negou com a cabeça soltando um riso fraco - Tudo bem, eu estou saindo com uma pessoa, mas não é nada sério. Quero estar 100% focada em meu trabalho apenas.

- E você não gosta nem um pouquinho dela? - ela parecia curiosa sobre essa parte da minha vida.

- Eu gosto, ela me faz bem e feliz - dei de ombros.

- E por que acha que isso vai atrapalhar o seu trabalho meu amor? - suas caricias permaneciam leves em meu couro cabeludo.

- Eu só não estou pronta pra isso - suspiro - Eu... - antes que pudesse concluir minha frase ouço seu celular tocar e me levanto de seu colo para que ela pudesse se levantar para atender. Salva pelo gongo, não acredito que ia dizer a ela que ainda pensava em sua filha.

- Alô - disse caminhando o sofá novamente.

Peguei meu celular em meu bolso e comecei a olhar algumas coisas nas redes sociais. Estava jogada de qualquer jeito no sofá completamente concentrada na mensagem que eu escrevia até ouvir algo que não queria.

- Gabie, não se preocupe com isso minha filha - ela nem parecia se lembrar de minha existência ali, mas aquele nome fez meu coração errar uma batida. É claro que seria ela, como eu não pensei nisso?

Me ajeitei no sofá e peguei minha bolsa, pronta pra levantar e ir embora. E quando assim eu decidi fazer a voz da mulher me faz parar no meio do caminho.

- Thali, já vai? - ela tirou o telefone do ouvido e veio até mim.

- Eu... É... Sim tia, está ficando tarde, minha mãe fica preocupada e amanhã tenho que ir cedo para o estúdio - sorri sem jeito, mordendo o lábio inferior em seguida.

- Filha, daqui a pouco eu te ligo - disse desligando a chamada logo em seguida - Não fuja de mim mocinha - ela se aproximou me abraçando - Fim de semana é meu aniversário - concordei com a cabeça - Emmanuel insistiu para que eu convidasse algumas pessoas próximas para comemorar com a gente - disse me soltando do abraço - Se não estiver ocupada quero que venha e traga sua família e a tal pessoa com você - ri de sua fala - Faz isso por mim?

- Faço qualquer coisa pela senhora tia - sorri - Estarei aqui com todos eles e ainda trarei o Du comigo, tudo bem? - ela concordou e então eu resolvi me despedir para ir - Preciso mesmo ir agora - a abracei novamente.

- Não se prenda ao passado dessa forma minha menina, viva sua vida, seja feliz, sei que era tudo que ela queria - disse dando um beijo em minha testa e sorrindo em seguida. Ela sabia, ela sempre sabia. Sorri fraco em sua direção e apenas acenei antes de sair pela porta e descer correndo as escadas até a saída. Entrei no meu carro ofegante como se alguém estivesse tentando roubar todo o meu ar. Era ela. Eram todos aqueles efeitos que ela ainda tinha sobre mim.

Sincerely, yours.Onde histórias criam vida. Descubra agora