Sincerely, yours.

Capítulo V - Reality (Parte 2)

OI MORES VOLTEI, nem sei se lembram de mim, me perdoem a demora, mas tive que dar uma organizada na minha vida, desculpa o capítulo meio merda, vou melhorar nos próximos, não desistam de mim.
apenas enjoy...

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Gabie POV

Eu estava extremamente nervosa. Acordei mais cedo do que o necessário no domingo, quer dizer, eu mal dormi na última noite pensando sobre o dia de hoje. Tinha medo de tudo dar errado e só acabar piorando as coisas com a Thalita.

Antes de sair de casa pedi a Deus umas 100 vezes, pra não me deixar dizer ou fazer alguma merda muito grande. Fui o caminho inteiro perdida em pensamentos e quando chegamos eu nem mesmo havia percebido, o que levou o motorista do uber chamar minha atenção mais de uma vez até que eu saísse do meu transe.

- Desculpa mesmo e obrigada - disse me despedindo do senhor assim que sai do carro. Respirei fundo e fui em direção ao prédio que eu tanto frequentava - Fica calma Gabriela, respira fundo e não pira - falei comigo mesma assim que o porteiro liberou minha passagem para ir até o apartamento.

Thalita POV

- Thalita, minha filha, a Gabie está subindo - minha mãe disse ao abrir a porta do meu quarto e colocar apenas a cabeça pra dentro.

- Tudo bem Mãe, segura ela ai que eu já estou acabando - disse enquanto terminava minha maquiagem.

Eu fingia não me importar com esse almoço ou com a presença da Gabie, mas toda vez que ouvia seu nome meu coração faltava sair pela boca. Eu estava extremamente nervosa e ansiosa, mas não daria o braço a torcer.

Terminei de me arrumar passando um perfume e checando minha imagem no espelho. Eu estava linda e digo sem medo. Tirei uma foto e postei em meu stories antes de pegar minha bolsa e sair do quarto.

Quando estava chegando na sala meu celular toca e eu atendo sem ver quem era.

- Alô? - digo enquanto procuro a chave do carro dentro da bolsa.

- Thalita? Sou eu, hm... - ela parecia nervosa.

- Oi Catarina, aconteceu algo? - encontrei a chave e continuei andando até a sala, encontrando ela vazia.

- Nada, só queria ouvir sua voz antes que saísse de casa, não liguei tarde demais né? - disse me fazendo suspirar.

- Na verdade, ligou na hora certa, estou saindo agora - caminhei até próximo a cozinha ouvindo as vozes de quem estava procurando.

- Eu sabia que se atrasaria, você sempre se atrasa - riu fraco.

- Ligou para me ofender? Eu tô aqui lembra? - disse rindo fraco enquanto ouvia sua risada um pouco mais alta dessa vez.

- Me perdoa, inclusive não vou te atrasar mais - vi minha mãe sair da cozinha seguida pela Gabie - tenha um bom almoço. Nos falamos depois? - virei de costas para as duas para terminar a ligação.

- Sim, mais tarde te ligo, tudo bem? - ouvi ela concordar com um som nasal e se despedir, finalizando com um "amo você". Mordi meu lábio inferior contendo o sorriso que queria aparecer nos meus lábios - Beijos, até depois - não consegui dizer que a amava de volta, eu não estava preparada e eu espero que ela me entenda.

- Aconteceu alguma coisa filha? - minha mãe perguntou enquanto guardava meu celular na bolsa.

- Não, nada. - olhei para ela - Era a Catarina. - dei de ombros - Oi Gabriela - sorri fraco olhando finalmente para ela que parecia nervosa.

- Oi Thalita - sorriu de volta da mesma maneira.

- Mãe, estou saindo, já tô cheia de fome - caminhei até a porta a destrancando - Vamos? - perguntei para a loira que assentiu e se despediu da minha mãe. Fechei a porta mandando um beijo no ar para a mulher mais velha e então, caminhamos até o elevador.

O caminho todo até o restaurante foi um completo silêncio. Gabriela não falava nada e às vezes eu até duvidava de que ela estivesse respirando, isso já estava me irritando, mas não tinha nada pra dizer, então só me restou permanecer focada no trânsito.

- Ok, nós já viemos o caminho inteiro em silêncio, será que agora você pode dizer alguma coisa? - disse quando nos acomodamos em nossa mesa e fizemos nossos pedidos.

- Desculpa, eu estou nervosa - ela me olhou e mordeu o lábio inferior, como um sinal do nervosismo, mas isso mexeu com meu cérebro de outra forma - Me conta como está a sua vida? - suspirei e assenti antes de responder.

- Eu mal estou tendo tempo pra respirar, são tantos projetos novos pra pensar, outros antigos pra concluir... - me ajeitei na cadeira - Sei lá, eu nunca pensei que viveria assim, mas eu gosto disso - sorrio - Gosto de não poder ficar parada, porém estou um pouco cansada - vejo o garçom deixar nossos pedidos na mesa e agradeço antes de continuar a conversa.

[...]

Durante todo o almoço nós falamos apenas sobre nós, sobre nossas vidas no momento atual e até mesmo alguns momentos antigos juntos. Eu havia me esquecido o quão bom era ter ela por perto, me fazendo companhia e me fazendo rir como apenas ela consegue.

- Então quer dizer que você aprendeu a andar de bicicleta? - disse enquanto entrávamos novamente no carro - Essa eu só acredito vendo com meus próprios olhos - ligo o carro saindo dali rumo ao meu prédio - Topa passear pela beira mar comigo, agora, nesse momento?

- Mas com essa roupa Thalita? - revirei os olhos.

- Não né Gabriela, a gente passa em casa, te empresto uma roupa e então partiu - sorri animada. Como eu amava passear por aquele lugar.

- Então vamos, quero ver a sua cara me vendo pedalar melhor que você.

Não demoramos muito para chegar até o nosso destino final. Paramos em um estacionamento próximo, alugamos duas bicicletas e fomos andando até um ponto mais vazio.

- Preparada pra passar vergonha? - perguntei pra loira ao meu lado de forma divertida.

- Preparada pra arrasar sim - respondeu jogando o cabelo pra trás e eu ri subindo na bicicleta.

- Cuidado pra não cair Gabie - sai pedalando na sua frente e olhei pra trás vendo ela pedalar rápido pra me alcançar.

Gabie POV

Estava sendo tão bom passar esse tempo com a Thalita, era como se nada tivesse mudado e eu percebi o quanto ela fazia falta na minha vida. Ela parecia tão feliz e eu pude sentir a felicidade que eu não sentia a muito tempo surgir no meu peito.

- Acho que a melhor parte é poder melhorar o dia de alguém, não sei, essa coisa de inspirar e fazer o bem pras pessoas é o meu lance entende? Eu gosto disso - sorrio e bebeu um gole da sua água de côco. Ela estava me contando mais sobre a vida dela e parecia encantada demais com o momento que ela estava vivendo.

- Se lembra de quando falávamos sobre criar um canal, ou sobre escrever uma peça juntas? - ela assentiu - Às vezes eu paro pra pensar como teria sido se isso tivesse acontecido.

- Eu acho que seria melhor do que qualquer coisa que a gente pudesse imaginar, acho que somos incapazes de ter noção ou dimensão do quão longe nossos sonhos podem ir - ficamos em silêncio por alguns minutos olhando uma para a outra até ela quebrar nosso contato visual - Vamos indo? O tempo passou tão rápido que já está escurecendo e eu ainda tenho que arrumar minhas malas. - disse se levantando.

- Vai viajar? - que pergunta idiota Gabriela, pra que mais ela arrumaria as malas?

- Sim, vou pra São Paulo, tenho algumas coisas pra resolver por lá - concordei e seguimos até a casa dela em um silêncio mais confortável do que mais cedo e eu só queria que aquele dia durasse pra sempre.