Capítulo 7 - Sonhos e pesadelos

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A rua estava escura e totalmente deserta. Já deviam passar da meia noite quando eu voltava da KissMe. O Antony sempre me alerta sobre os perigos da rua em horários como esse, mas como sou teimosa nunca o ouço.

O semáforo abria e fechava enquanto nenhum carro passava, e as luzes de um velho letreiro do bar piscavam vezes sim, vezes não. O cenário é realmente assustador e remete à um filme de terror onde um monstro aparece do nada e mata a mocinha indefesa.

Meu salto fazia um barulho alto enquanto tocava as pedras irregulares da calçada. Passava ao lado de um beco escuro quando uma mão forte e gelada segurou meu braço com força me causando calafrio.

- Me solte agora! - exigi.

Não consegui enxergar o rosto do indivíduo, sua cabeça estava coberta por um capuz que seguia de um moletom escuro.

Por mais que eu tentasse a sua mão não soltava meu braço e aquilo já estava me machucando. Ele queria me levar para o lugar mais escuro do beco, e então eu gritei, gritei como uma louca desesperada, pois era assim que eu estava.

- Me larga! - gritei mais uma vez, mas era inútil.

Peguei a bolsa que carregava no ombro, e achei estranho o homem não a ter pego. Mas se não era um assalto só poderia ser uma tentativa de abuso, que horror. Meu desespero só aumentou, e com a bolsa em mãos, a bati com força na cabeça do homem que soltou o meu braço rapidamente, mas lento o suficiente para eu observar um detalhe que até então estava sendo coberto pelas mangas do moletom. Era um relógio. Um relógio não, "o" relógio. Era o mesmo que eu havia dado no último aniversário do Hugo, e é inconfundível. As pedras cravejadas por toda lateral do relógio e os detalhes em sua pulseira de coro não me deixaram dúvidas. A atendente da joalheria que eu comprei me disse que era uma coleção limitada, apenas com pouquíssimos iguais por todo o país. Hugo nunca mais tirou o presente de seu pulso desde que eu o dei.

- Espera... eu conheço esse relógio. É do...

•••

- Hugo!

Levantei - me assustada e agradeci aos céus por tudo ainda estar escuro, meu olhos não aguentariam alguma luz a essa hora. Então apenas me deitei novamente e fechei os olhos.

A história do relógio não sai da minha cabeça. Minha mãe sempre dizia que todos os sonhos possuem seus devidos significados, e que alguns podem até ter relação com algo que aconteceu ou que pode vir a acontecer. Desde que ela me disse isso, busco significados em todos os sonhos que tenho. Mas esse em especial eu não consegui entender.

Então apenas deixei o sono me envolver, de manhã tenho assuntos para resolver.

•••

A cama macia insistia em me puxar para si, mas o perfume que emanava dela não era o mesmo. Mas apenas ignorei.

Espreguicei e virei de lado, finalmente abri os olhos, lentamente.

- Bom dia!

- Ahh!! - gritei assustada e acabei caindo no chão.

- Tá tudo bem? - perguntou preocupado.

- S-sim! Eu acho que sim. - levantei-me e só então percebi que estava sem roupas, puxei o lençol que estava em cima da cama rapidamente e me cobri.

O que Raul Morales está fazendo no meu quarto?

Espera aí, esse aqui não é o meu quarto!

- Ah! Tá bom então. - olhou espantado.

- Eu tô indo preparar alguma coisa pra gente comer. - vestiu uma cueca boxer branca e andou até a porta do espaçoso e luxuoso quarto.

Apenas assenti.

DAKOTA - Irmãos Adams | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora