Capítulo 9 - Juramento falho

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"O Enrico chega aí em 20 minutos."

Visualizei a mensagem do Tony e optei por ficar olhando minhas redes sociais para que o tempo passe mais rápido.

O detetive Charles passou por mim logo depois e se despediu novamente.

Rolando pelo feed do Instagram, vi uma foto de Estela, Serena, Carina e Felipa, que foi posta por Carina, eu reconheci o apartamento da Felipa, na foto elas estavam segurando copos com bebida nas mãos. Tenho dúvidas se elas lembram de ter tirado essa foto, haha. Curti e comentei "Piranhas lindas", que foi logo respondido por Estela: "Você perdeu, amiga".

Mais para baixo um vídeo que nos primeiros segundos tudo estava preto, apenas se ouvia uma voz masculina doce e suave cantando uma das minhas músicas preferidas, "When I was your man" do Bruno Mars, em perfeita tonalidade.

"Same bed but it feels just a little bit bigger now
Our song on the radio but it don't sound the same
When our friends talk about you, all it does is just tear me down [...]"

Segundos mais tarde uma imagem ainda um pouco escura de um homem loiro surgia, e quando a imagem finalmente ficou nítida eu vi de quem se tratava. O dono daquela linda voz que cantava uma das minhas músicas favoritas era Raul.

- Admirando o novo "casinho"? - disse Enrico ao se aproximar sem eu perceber.

- Que susto! - bloqueei o celular e guardei na bolsa.

- Ele canta bem. Não sabia que cantores melosos faziam o seu tipo.

- É, tem muita coisa que você não sabe sobre mim. - caminhei até o carro que estava do outro lado da rua e esbarrei em seu ombro de propósito.

O trajeto foi silencioso e nem o rádio se podia ouvir, além de o trânsito estar um caos. Eu alenas olhava para janela, evitando qualquer possível contato com meu querido irmão. Aquilo estava ficando constrangedor, então resolvi quebrar o silêncio, mas Enrico pensou o mesmo.

- Olha... - falamos ao mesmo tempo.

- Pode falar. - eu disse.

- Não, você fala primeiro. - respondeu enquanto fazia uma curva.

- Ok. Enrico, eu não sei o porquê que você sente tanto desgosto de mim, eu não sou a primeira e nem serei a última mulher independente no mundo, e o seu machismo só complica ainda mais as coisas. Se eu decidi não depender mais dos meus pais para viver o problema é meu.

- Dakota... - paramos em um sinal vermelho.

- Não! Eu falo primeiro, lembra?

Assentiu.

- Quando o papai me expulsou de casa você não moveu um dedo sequer para me ajudar, e depois do ocorrido só trocávamos algumas poucas palavras nas festas de família. Isso quando você ia. - o tom da minha voz ficou um pouco mais firme.

Enrico furou o sinal vermelho e encostou o carro no acostamento poucos metros à frente.

- Você foi um covarde e não me ajudou quando eu mais precisei. Você é meu irmão, Enrico. Deveria me apoiar independente das minhas escolhas, me defender em qualquer situação. Mas não, você escolheu me crucificar junto ao nosso pai. Acho que deve ter sido mais fácil do que ser julgado por todos por estar ao meu lado, não é mesmo?

- Como você ousa? - segurou meu braço com força.

- Uma vez, uma pessoa me jurou nunca sair do meu lado, me proteger de qualquer mal, e acima de tudo, me amar independente da minha escolha.

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⏰ Última atualização: May 05, 2020 ⏰

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