Quando tudo estiver bem

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"Faz meia hora que você está encarando aquele cara." Julia falou próximo ao ouvido de Bruno; o som da balada não estava muito alto, mas ela achou melhor não arriscar qualquer chance do amigo se dar bem.

"Acho que conheço ele de algum lugar" Ele respondeu e virou outro shot de tequila.

"Seus sonhos talvez, vai falar com ele."

"Muito engraçado."

"Estou falando sério, se não for você, outra pessoa vai."

"Ele está usando camisa polo na balada, isso diminui bastante as chances de ele ser gay."

"Mas não está com um grupo de amigos com três baldes de cerveja, eu diria que cinquenta por cento de chance."

"Não importa, ele já está indo embora."

"Pena, preciso ir ao banheiro, vem comigo."

Os dois saíram do bar e começaram a se espremer no meio das pessoas indo em direção ao banheiro, no meio do caminho Julia encontrou um amigo, Bruno sabia que os dois já tinham ficado ou namorado, os detalhes da relação eram desconhecidos.

"E aí cara." Bruno não se lembrava do nome dele.

"E aí." Ele respondeu e o cumprimentou.

"Lembra dele?" Julia perguntou.

"Claro." Bruno mentiu.

Os dois começaram a conversar no meio das pessoas, Bruno não sabia o que eles estavam falando, mas em menos de um minuto a mão do cara já estava na cintura dela e isso não era um bom sinal para a suposta noite apenas amigos curtindo o fim das provas. Bruno pegou o celular, sem sinal e nenhuma notificação.

"Bruno, ele sabe de outra festa, vamos?" Julia perguntou enquanto segurava a mão do amigo, aquilo era a versão olhos de cachorrinhos da amiga quando pedia algo.

"Lembrei que preciso levar minha mãe no hospital amanhã cedo, mas vocês dois podem ir."

"Sério, está tudo bem com ela?"

"Sim, apenas exames de rotina."

Os três saíram da boate, eram por volta das duas horas da manhã e ainda havia uma fila de pessoas querendo entrar. Além disso algumas pessoas sentadas na calçada, talvez estivessem na fila ou apenas se cansaram de ficar em pé lá dentro e queriam ficar mais confortáveis.

"Bruno, vou indo, mande um beijo para sua mãe." Julia falou já indo embora.

"Pode deixar. Não beba muito." Os dois riram e continuaram andando.

"Seus amigos te abandonaram?" O alguém perguntou e quando Bruno se virou reconheceu a camisa polo amarela, era o cara da balada. Por um segundo ele ficou sem saber o que responder, como uma pessoa conhecendo seu ídolo.

"É..." Ele limpou a garganta "Eu que abandonei ele, não quero atrapalhar o casal."

"Não pareceu isso." Ele tinha um sorriso de quem parecia estar se divertindo pelo fato de ter pego Bruno de surpresa, agora próximo um do outro Bruno percebeu que o cabelo dele era curto, mas bagunçado só que não de propósito. "Vai ter que acreditar na minha palavra."

"Então, porque estava me encarando lá dentro? Tem alguma coisa no meu rosto?" Ele colocou a mão em vários locais do rosto enquanto ria.

"Não, apenas achei que te conhecia de algum lugar, mas agora que dei uma boa olhada em você percebi que nunca te vi." Assim que Bruno falou "uma boa olhada" se arrependeu e considerou seriamente em sair dali sem dar nenhuma explicação.

Ponto de EncontroWhere stories live. Discover now