Maid-Cafe

O festival

Esperto? Tinha superestimado a sua habilidade de raciocínio...Ou melhor, subestimado a capacidade de percepção de seus amigos. Falava isso ao perceber que fora encurralado por aqueles que seriam seus melhores amigos. Tenya e Ochaco agora o estavam arrastando do dormitório rumo ao prédio principal do colégio, mesmo sobre os protestos de Izuku.

– Eu já disse... Estou com uma tremenda dor de garganta. Minha cabeça esta latejando. Posso estar com alguma virose. Altamente contagiosa! Então, não seria uma atitude heroica de minha parte comparecer ao festival, pois eu faria diversos cidadãos inocentes ficarem doentes! Como também heróis e aprendizes de heróis! Seria uma crise de proporções épicas! – Dizia isso enquanto, amparado pelos dois amigos, flutuava rumo ao referido festival. Flutuando? Isso ocorreu porque Ochaco utilizou seus poderes para imobiliza-lo. Midoriya era como um balão verde flutuante, sendo segurado por uma corda na barriga. Se ele a desfizesse, sairia voando por ai, sem controle!

– Admirável tentativa, Deku. Ate mesmo quando tentas formular um plano para não vir ao festival, fazes algo bem criativo. Contudo, recomendo na próxima vez treinar técnicas de atuação. – Aconselhou Tenya.

– Isso mesmo! – Assentiu Ochaco toda risonha – Quando você apareceu para nos contar que estava doente. Suando, gaguejando e nem tendo coragem de nos encarar nos olhos, foi fácil concluir que estava mentindo!

Izuku mordeu o lábio inferior. Eles estavam certos... Não conseguia mentir, ainda mais quando sentia culpado por faze-lo, afinal, o fato de não querer participar do Maid Café era por temer o que Bakugo e Todoroki iriam pensar ao vê-lo de vestido e não pelo a atividade em si de ser maid. Era um motivo tolo e fútil...Por isso, sua consciência não o deixou mentir! Sua consciência era uma grande idiota!

Pelo menos, flutuando podia ter uma visão do festival que se desenvolvia. Ainda era cedo, mas os alunos e professores já estavam alvoraçados em suas funções. Tendas estavam sendo armadas. Placas sendo feitas. Decorações sendo armadas. Pelo visto, seria um evento bastante animado... E Izuku tinha planejado ficar trancado no seu quarto o dia todo? Iria ser um grande desperdício.

– Uraraka. Você pode me liberar, juro que não irei fugir. – Disse por fim.

– Se arrependeu já? – Provocou a menina unindo as pontas dos dedos e assim desativando o efeito de sua individualidade, fazendo com que Midoriya caísse no chão, ou teria caído se não fosse amparado por Tenya.

– Momento perfeito. Temos que entrar no prédio e você flutuando seria um contratempo desnecessário.

Izuku rolou os olhos com aquela justificativa e se deixou ser colocado delicadamente no chão.

– Deku, você não precisa ficar tão nervoso, tipo...Existem muitos caras por aí que usam vestido, veja os escoceses, por exemplo! Os homens de Kilt são muito atraentes! – Tranquilizou a sua amiga.

– Mas, não somos escoceses, muito menos usarei uma saia e sim um vestido. – Resmungou.

– Roupas são apenas isso, roupas. Elas representam algo, isso é verdade, afinal, se não o fosse não teríamos que nos preocupar tanto com a aparência de nosso uniforme de heróis. Contudo, um vestiário não deveria definir o seu gênero ou mesmo ser justificativa para praticar certos atos...Como por exemplo, assedio, tentativas de estupro ou algo do tipo. O vestido que usaremos será apenas uma peça de roupa a ser utilizado para um objetivo nobre de entreter nossos clientes e nos divertir no processo. Não deveríamos sentir vergonha e sim orgulho. – Tenya fez um verdadeiro discurso motivacional, Izuku e Ochaco o encararam boquiabertos.