Capítulo 3- Inveja

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Inveja
"Desejo exagerado por posses, status, habilidades e tudo que outra pessoa tem e consegue. Existe também na forma de ciúme"

Maria treme e arrepios percorrem todo o corpo dela. A antecipação do que vai acontecer a está matando por dentro. Ela ouve um barulho, então se encolhe no momento que a porta à sua frente se abre e ela tem o vislumbre de uma silhueta de um homem alto. Ela não consegue ver mais nenhum detalhe, pois o cômodo, que ela não sabe se é uma sala ou um quarto, está um breu total.

A silhueta percorre o cômodo até o outro lado, mexe em um pequeno armário e ela se assusta quando ele se aproxima dela com uma tesoura.

- Não, não, por favor - Maria começa a gritar em desespero

- Ah então a mocinha não estava dormindo não é mesmo?

- Por favor, eu não te fiz nada - lágrimas começam a escorrer, mas isso não adianta de nada. O homem à sua frente não aparenta nenhuma compaixão ou pena.

Ele continua se aproximando, se abaixa ao seu lado e com a tesoura corta uma mexa de seu cabelo.

Maria o encara, sem entender nada

-Apenas um pequeno presentinho que enviarei para sua família

- Por...porque está fazendo isso ? - Ela gagueja a pergunta que está rondando a sua cabeça desde que acordara nesse cômodo escuro

Ele entende que ela não está falando só dá mecha de cabelo cortada.

- Não é da sua conta. Agora trate de ficar bem comportada e quieta, se não nem irei trazer seu almoço

        E então ele se vai, misteriosamente, da mesma forma que entrou. Maria começa a repensar toda sua vida, e preocupa-se com o que será dela. Está tão absorta em pensamentos que nem ouve os barulhos de passos, só escuta quando a porta se abre em um estrondo e leva um susto. Ela então se senta rapidamente, e quando ouve seu nome ser gritado, imediatamente reconhece a voz

- Lucas? – Maria pergunta em meio ao breu, ansiando que ele responda e não seja mais uma alucinação sua. Ela tem sonhado tanto ultimamente que tem dificuldade de separar o real do irreal

-Maria- Lucas encosta em seu braço e o calor de sua mão traz imediatamente um alívio para ela.

- Como, como você me achou? - Ela pergunta confusa, não achou que a encontrariam

- Eu... - Maria nunca iria saber como ele a encontrou, pois a voz de Lucas trava no momento em que uma tesoura atravessa seu peito, acertando em cheio sua artéria.

A camisa dele imediatamente fica encharcada, e no escuro, Maria tateia e implora em vão que isso que escorre pelas suas mãos não seja sangue. O sequestrador retira a tesoura e acerta o corpo de Lucas mais cinco vezes.

Atordoada, Maria só consegue gritar e tenta em vão empurrar o homem misterioso, mas os um metro e meio dela não impedem o cara de quase dois metros.

- Quem mandou seu namoradinho vir tentar bancar uma de herói? A culpa é sua que agora ele esteja morto. Está feliz? Vai me dar mais trabalho por ter que me livrar do corpo dele

Um grito angustiado sai da garganta dela.

Não, não, não

Isso não podia estar acontecendo

Lucas, seu melhor amigo, namorado e noivo.

Não caia a ficha de que ele estava ali, deitado no chão sem vida e que nunca mais iria se levantar. Ela nunca mais iria encarar aqueles olhos verdes que tanto ama

Os pecadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora