The one with the Murphy's Law

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"Se algo pode dar errado, dará." Esse é o princípio da Lei de Murphy, e podemos dizer que também é, basicamente, um resumo da minha vida.

Tudo começou numa ensolarada manhã de quinta-feira:

─ Shouyou, pegou o seu guarda-chuva? Hoje o tempo está com jeito de chuva! ─ ouvi minha mãe gritar da janela da sala, enquanto eu saia correndo para o colégio, atrasado, como de costume.

─ O céu 'tá azul, mãe! Não vai chover! ─ gritei de volta, da melhor forma que consegui, ainda com a metade restante do sanduíche do inacabado café da manhã de hoje.

Estava correndo o mais rápido que podia para conseguir chegar, ao menos, no segundo período. Meu despertador havia estragado e eu acabei acordando meia hora atrasado para a aula. Além do despertador estragado, o universo decidiu me presentear com o sumiço do meu tênis. Foram longos minutos gastos até eu achar o maldito, que estava embaixo do fogão. Você deve estar se perguntando: "O que um tênis faz de baixo do fogão?" Pois bem, eu também gostaria de saber!

O universo estava claramente me dizendo: "Ei, hoje não é seu dia de sorte, amigo.", mas eu estava disposto a mudar isso. Não vai ser uma manhã ruim que vai estragar todo o meu dia!

•••

Ok. Talvez hoje não seja mesmo meu dia de sorte.

Já quando estava me aproximando dos portões da escola ─ dando graças a Deus, pois provavelmente chegaria a tempo do segundo período ─, o mundo desabou; ou melhor, os céus. O que inicialmente era uma pequena e fina gota cristalina caindo do céu em direção ao meu rosto, logo, em questão de segundos, se tornou um temporal, com direito a raios e trovões.

Entrei correndo para o colégio, com a mochila virada para a frente do meu corpo, numa tentativa ─ um tanto falha ─ de proteger meus materiais com meus braços.

Suspirei cansado. Deveria ter ouvido a minha mãe, mas quem me garantiria que aquele belo e ensolarado céu azul se tornaria cinza e nebuloso em questão de minutos? Moral da história: sempre ─ SEMPRE ─ ouçam a mãe de vocês, crianças.

Fui ao banheiro para me secar, afinal, acabei me molhando apesar do curto tempo que fiquei fora da escola durante a chuva. Após terminar, rumei a sala de aula, pois o sinal indicando o segundo período já iria tocar.

Depois de ser ignorado durante toda a quarta-feira, estava decidido a roubar a atenção de Kageyama na quinta, nem que fosse só um pouquinho.

Tínhamos que fazer logo a droga do trabalho de matemática, mas o que o bonito estava fazendo? Nada! Não mexeu nem um dedinho para fazê-lo. Ah, eu não vou carregar esse bastardo nas costas!

Então, assim que entrei na sala de aula, rumei direto a mesa de Kageyama, sem me importar que seus amigos idiotas ─ que, infelizmente, também são meus colegas de classe ─ estivessem ali.

─ Na minha casa ou na sua? ─ Sem cumprimentos, fui direto ao ponto, acabando com a conversa que acontecia ali segundos antes da minha chegada.

─ Quê?! ─ Kageyama perguntou de súbito, provavelmente assustado com a minha aparição repentina. ─ Do que diabos você 'tá falando?

─ Do trabalho, oras! Ou você acha que eu vou fazer sozinho? ─ Falei com um tom mal humorado, afinal, meu dia até agora estava sendo uma droga.

Kageyama suspirou.

─ Quanto você quer?

─ An?

─ Quanto você quer para fazer o trabalho sozinho? ─ ele perguntou com a cara mais deslavada do mundo.

Meio clichêOnde histórias criam vida. Descubra agora