Pov Duda
Aparentemente eu não sou a única fodida com isso de ter interesse em professor. Rafa está completamente interessada por Malu e eu sigo pagando de doida com relação a Luana, não possuo psicológico. Penso enquanto vou andando em direção ao laguinho (local na UFPE, onde os alunos vão para relaxar em grupo, olhar a tarde passar e uns vão para transar ou usar drogas).
Estou indo ao laguinho para fumar um pouco, preciso relaxar, pois essa manhã definitivamente foi bem corrida. Ainda são 15hrs e eu já dei três aulas. Depois preciso ir no CAP (Colégio de aplicação) para pegar uns livro didáticos.
Observo como o laguinho está abandonado, porém não perde seu ar de conforto. Me sento na grama e sigo lendo o amor da minha vida, vulgo Clarice Lispector. A paixão segundo G.H é um dos meus favoritos, me sinto no emaranhado de estar em realidades de realidades. Faz sentido quando um livro te faz esquecer totalmente onde você está e lhe deixa inserido na realidade dele. A loucura da Clarice é uma das mais lindas e intensas que ouso conhecer, mas nunca desvendar. Afinal, o ato de desvendar é impor um limite e um rótulo, a arte dela e nem a de ninguém merece ato tão abrupto.
Termino meu último trago e só me dou conta quando sinto o cigarro queimar parcialmente meu lábio. Eu havia esquecido que adoro essa puta sensação de ter meu lábio inferior aquecido e um nó na garganta que eu nem sabia da sua existência se desfaz. Me sinto leve. A nicotina é seus prazeres!
Agora, sim!
Entro no CAP e como sempre a sua biblioteca encontra-se deserta. Sigo indo nas sessões e me dou conta de que não estou sozinha, meu demônio, vulgo Luana está aqui toda centrada estudando e a filha da puta segue extremamente sexy. É foda, parece que tem uma força de tração no universo que me leva a ela.
Pego os livros e sigo, porém ela está no meu caminho e droga, ela me olhou. Sorrio de lado e tento fingir naturalidade.
-Hola, Eduarda!- droga, só de ouvir falando o meu nome sinto um arrepio nos ossos.
-Hola, bem?- COMO ASSIM ESSE BEM????
-bem..Só um pouco atarefada. Imaginei que as pessoas pensassem que o CAP estava ainda fechado, a reforma ainda não acabou..- ela fala tirando seus olhos e se esticando.
-Está me expulsando?- Pergunto me aproximando.
-Não ousaria, afinal é um ambiente público. -Ela falando com desdém.
-para falar a verdade, eu vim na sorte. Só queria um livro didático. -respondo deixando minha bolsa em cima da mesa enquanto tiro a minha garrafa. ESSA MULHER ME DEIXA SECA.
-hummm. - Ela responde voltando a sua atenção ao computador e aos seus materiais.
-vou indo...- falo guardando a minha garrafa.
-ah, certo!- ela levanta por impulso e vem me dar um abraço? EU NÃO SEI COMO REAGIR.
Retribuo o abraço e fico sem jeito.
-ei, tudo bem. Depois da nossa última tentativa de conversa eu já entendi que você me quer longe. -Falo sorrindo com o jeito socado no cú.
GENTE EU NÃO ESTOU ENTENDENDO NADA.
-não, você entendeu errado, eu.. eu não posso...- ela fala, aparentemente tentando manter a calma na sua voz grave.
Me aproximo dela e fico travando uma batalha interna com seus olhos e em seguida falho na batalha quando decido olhar sua boca, aquele bendito sinal. Eu não sei lidar..
Ela dá um sorriso de lado e morde os lábios se aproximando. Não era ela quem não podia? ela já deveria ter se afastado.
-estou me segurando para fazer uma coisa...- Ela fala suspirando.
-o que? - pergunto mordendo os meus lábios.
Luana se aproxima e me encosta na mesa (nera hétero), respiro fundo e sorrio a encarando. Ela aproxima seu nariz do meu, sinto sua respiração e me arrepio. Ela encosta lentamente seus lábios nos meus e começa brincar com meu lábio inferior. Sinto o aroma de café em seu hálito e correspondo roçando seus lábios nos meus.
Escutamos o barulho de alguém entrando e subitamente nos afastamos uma da outra. Pego a minha bolsa e saio dali.
Entro no Centro de Educação e me sento em um banco afastado. Tento repor minhas forças, mas não rola. Como um sanduíche natural que eu havia guardado e retorno para encontrar Rafa, para melhorar tudo hoje é quinta e terei aula dela. Pelo menos será a última aula.
Nesse meio tempo a minha amiga de infância foi me encontrar passar a noite comigo, logo em seguida ela ia viajar com seu namorado. Acabei a atualizando sobre tudo e para variar ela disse que eu vou me foder e não da melhor forma. Ela ficou curiosa sobre como a Lua é e ficou para a última aula.
A primeira aula de fundamentos da educação tivemos apresentações de seminários. Todos estavamos meio dispersos, Rafa seguia dividida entre Malu e Maju. A aula passou rápido.
Fomos para a aula de espanhol e Luana estava lá, intacta. Minha amiga ficou sentada ao meu lado mexendo na minha mão enquanto eu respondia atividades em sala de aula. Para variar ela foi meio ríspida e me ignorou metade da aula. Parecia irritada, o que fez a minha amiga rir.
Me despedi ela seguiu encontrando o seu namorado.
Vou para a minha casa e me entrego a um fodido banho maravilhoso. Sinto o peso do corpo sendo totalmente liberado. Coloco um pijama e sigo fazendo os planejamentos das minhas aulas.
Levanto para pegar uma maçã e escuto uma batida na minha porta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mi tormento
RandomBem, minha oratória será breve. Me chamo Eduarda, tenho 20 anos e curso letras espanhol. Estou no segundo período e apesar do desespero em ter o contato com essa vida acadêmica, estou amando. Possuo o cabelo na medida dos ombros, sou descendente de...