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Pov Eduarda- Sexta-feira

OK, eu sei que eu acabei saindo muito cedo, porém não tenho estruturas para assumir algo se eu não sinto quase nada. Não posso dizer que eu não sinto, porém o que eu sinto, não é o bastante. Não quero sustentar um relacionamento de migalhas.

Preciso sair para desopilar, quem sabe ir para uma boate ou algum pub. Porém calouradas é impossível, só me faz lembrar da professora. Não sei se fiz bem em deixar os meninos sozinhos na Uf, só que eu estava no meu máximo. Já não suportava mais nada. Desço do 99 pop e sigo entrando na minha casa.

Ainda está muito cedo, acho que irei para algum barzinho, quem sabe bebendo crio coragem e ligo para a Amélia falando a verdade. Prefiro não nos enganar.

Ligo para a Mel depois de duas rodadas de caipirinha, é agora ou nunca!

-Amélia...

-Oi, duda..

-olha.. eu acho melhor a gente se afastar, estamos com conflitos de interesses e eu não estou pronta para isso...

-você está ligando para acabar o que você não tem coragem de começar, é isso mesmo?

Sinto sua raiva de longe, ela suspira e pondera a sua voz.

-bem, se é isso o que você quer... Tô tranquila!- ela fala tentando deixar sua voz calma, porém ela segue meio trêmula.

-A gente se encontra por ai, Mel. Eu realmente não estou pronta para começar nada, você sabe que eu não consigo nem lidar com meus conflitos...- Falo respirando fundo.

-Por isso o namoro, Eduarda! Para você não lidar com isso tudo sozinha...- Ela fala irritada.

-Não, eu não posso fazer ninguém de muleta emocional. - Falo segurando o choro que do nada inventa de se fazer presente. 

-Você quem sabe, não posso namorar sozinha. Enfim, a gente se esbarra por ai..- Ela fala com a voz trêmula encerrando a ligação. 

Respiro fundo e pego mais bebidas, hoje a noite vai ser longa e solitária, pelo visto. Acho que nunca terei nada sério com ninguém, não é possível.

Bebo mais duas rodadas de caipirinha e sinto meu corpo aquecendo, preciso sair desse bar e ir para minha casa. Chego na minha casa e com o álcool nas minhas entranhas decido dançar, é meia noite e meia, de uma sexta para sábado, logo não deu muito certo. A vizinhança pediu para que eu diminuísse o volume.

Abaixo o volume e sigo indo mexer no meu celular, observo que Luana havia postado no seu status "vizinha barulhenta", oh mulher louca! 

Respondo o status "incomodada, vizinha?"

ela prontamente me responde em seguida "não, imagina, estou até dançando" em seguida ela manda uma foto com um sorriso de ladinho deitada.

respondo com o toda a coragem que o etanol me proporciona "nossa, quanto ânimo, vizinha. Vamos animar esse sábado!"

ela responde "como? Mais animada que isso, impossível!"

respondo no impulso final "já, já te mostro..."

Abro a minha geladeira e pego uma garrafa de vodka, limões, pitu, vinho e cerveja. Não é possível, que ela não beba um desses. Os coloco na minha bolsa e saio da minha casa já bebendo um pouco de vodka.

Chego na frente de sua casa e bato na porta.

Escuto seus passos até a porta e ela abre com cara de susto.

-você é louca! - ela fala ainda me olhando e tentando entender a situação.

-louca? não era barulhenta?- falo rindo - posso entrar?- falo ficando bem próxima a ela.

Mi tormentoOnde histórias criam vida. Descubra agora