~ Carta IV (PR) ~

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Como eu poderia começar esta carta?

Vejamos...

Jjong, JongHyun, Kim JongHyun...

Eu venho pensado sobre o que escrever nesta carta a bastante tempo e a verdade é que eu ainda não sei muito bem que palavras usar.

Tudo parece estranhamente pouco para o que eu realmente gostaria de expressar.

Vamos começar pelo nosso nebuloso início.

Não me pergunte quando, mas acho que foi aos meus onze anos de idade, lá em 2011, em que comecei a me entediar fácil com as coisas. Todo dia as mesmas pessoas, todo dia o mesmo som de vozes descontentes com a vida, todo dia o barulho da cidade, todo dia o mesmo sol e a mesma lua, todo dia sonhando acordada acreditando estar em um lugar diferente, todo dia uma bagunça sem fim...

Um loop eterno de vários nadas.   

Não me entenda errado, eu sempre tive uma vida nada menos do que ótima e me dou até como privilegiada sob as condições pelo quais vivi e ainda vivo. Mas talvez tenha sido por esta exata razão que tenha aprendido com o passar dos anos a ficar calada. Acho que acabei amadurecendo cedo demais para certas coisas e terminei parada no tempo para outras. O mais engraçado é que a primeira coisa que você pensa ao se deparar com este tipo de situação é acreditar que a culpa é sua, principalmente sendo apenas uma criança.

Foi em um desses dias tediosos que dei de cara com um grupo que você conhece muito bem.

Girls Generation.

Eu não tenho palavras o suficiente para agradecer a essas nove garotas, ao MTV e ao youtube por isso. Eu estava praticamente dando autorização ao meu cérebro a passar os próximos sete anos cantando "Gee Gee Gee baby, baby Gee Gee Gee". Deus me livre não ter tido a oportunidade de conhecer a primeira história de amor da Tiffany e ver o rosto de Choi MinHo em seus plenos anos como um idol rookie.

Eu me lembro de ter terminado aquele vídeo pensando...
"Esse tipo de coisa existe?"

Somando minha intensa curiosidade sobre o que havia acabado de assistir + o recente vício de uma das minhas melhores amigas em música Coreana = conhecer você.
Você e mais meio milhão de pessoas na verdade, um mundo extremamente novo e bizarro se encontrava através da tela do meu computador.

Completamente diferente de tudo o que as pessoas já haviam me apresentado todos aqueles anos e um tanto quanto bizarro.

Eu não vou dizer que o kpop foi alguma espécie de "salvação" ou porta para alguma espécie de liberdade para mim na época porque não foi. Mas era algo que valia bem mais a pena do que eu imaginava levando em conta que estamos falando de uma garota entediada de onze anos de idade.

E vendo agora sete anos depois...eu digo que poderia ter valido mais.

Eu ainda me lembro de ter terminado de assistir Ring Ding Dong e pensado: "Então esse tipo de coisa REALMENTE existe."

Eu me pergunto agora o que devo ter pensado assim que terminei de assistir Lúcifer. Talvez aquele cabelo raspado do KiBum.

Agora, eu gostaria, de todo o meu coração poder dizer que isso durou por muito tempo e que eu acompanhei a trajetória de vocês todos esses anos, e vi vocês amadurecerem como um grupo e vi a premiação de 2013 e vi o debut solo do TaeMin e vi você começar uma das melhores sagas envolvendo plagiarismo que poderia ter acontecido nesta indústria e vi o MinHo correr mais rápido para se transformar no ator em que ele é hoje em dia e vi o KiBum sair de uma falsa autoconfiança para uma verdadeira e vi o JinKi se transformar em um dos melhores e mais dedicados líderes que tive o prazer de ver debutar como artista solo e vi o TaeMin crescer e ver ele se tornar o homem que hoje ele é.

Mas isso não aconteceu.

Porque a verdade é que depois que 2012 passou, minha mente se transformou em um verdadeiro inferno. Nada nunca mais deu certo e a cada ano que passava menos parecia dar, e a verdade é que eu nunca vou admitir isso em voz alta porque eu tenho muito medo que as pessoas digam que tudo isso não foi nada e elas estejam certas no final.

Me parte o coração enquanto escrevo essa carta admitir que eu apenas reencontrei, não apenas você, mas todas as pessoas que fizeram uma parte da minha infância vivendo o pior dia da vida delas, final do ano passado. 

[ The Shining Moon ] Cartas en españolDonde viven las historias. Descúbrelo ahora