PRIMEIRO

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Rio de Janeiro, dezembro de 2018.

Muito coisa havia acontecido durante aquele ano que se passou, muita novidade, muita surpresa, eles viveram tudo tão intensamente que nem tiveram tempo para pensar, mas a verdade era que - agora - não era necessário pensar, só queriam viver e só viver tudo juntos. Desde os meados de junho suas vidas mudaram e eles tiveram que se acostumar com o fato de que o sentimento que tinham um pelo outro não era só amizade. Se deixaram ser flagrados aos beijos em uma festa, e depois disso só se permitiram viver e mais nada, foram se refazendo para aproveitam cada instante juntos.

A lua estava absurdamente linda naquela noite, e ela não podia estar mais iluminada, estava radiante! Solar, falante, risonha e o motivo era um só, amor. Por que ele estava igual, pareciam flutuar de amor e plenitude. Nunca havia sido tão fácil e ao mesmo tempo complexo amar alguém para os dois, e no caso deles era muito daquilo que as pessoas chamam de "tinha que ser", pois após se conhecerem por anos, se envolverem com outras pessoas, o destino ou como eu gosto de chamar Deus, o caminho deles se cruzou e era como se agora fosse a pessoa certa, isso para ambos. Seus amigos os tinham chamado para uma noite de queijos e vinhos, na casa do Igor, mas eles resolveram ignorar esse feito e aproveitar o calor carioca para tomar uma cerveja em um barzinho de beirada de rua, coisa mais carioca que isso não há.

Eles ficaram por ali boa parte da madrugada, ignorando os vídeos do instagram da galera que mandava indiretas para os dois, a fim de saber do sumiço. Encontram por acaso já no meio da madrugada dois conhecidos e o chamaram para sentar junto, dando continuidade no papo anterior.

Quando a noite quase estava se fazendo dia, eles se deram conta de que era hora de ir, não sabiam dizer como que conseguiram ficar ali a noite toda, sem que tivessem sido notados, o que na verdade foram, mas nada que os incomodasse tanto.

— Eu estou morto! Exausto, não tenho mais idade pra beber. - Reclamou ele sorridente no ouvido dela, enquanto caminhavam de volta para casa dele, que era perto dali e como iriam beber, não saíram de carro.
— Claro que não! Realmente, para e deixa que eu bebo por você. - Respondeu e o olhou de canto.
— Tá piadista você né? Incrível tinha palhaços na cerveja? - Riu e parou subitamente no meio da rua para abraça-lá. - Agatha...
— Que meu Deus? Vamos logo, já estamos chegando! - replicou e viu que não adiantou porque ele não saia do lugar. - Fala logo!
— Amo você. Você fica tão mais linda misturada com as primeiras luzes do sol. - Disse e passou o nariz pelo pescoço dela, sem sair do abraço.
— Ah! Eu também te amo, mas eu realmente quero chegar logo, estou muito cansada Rod, estou precisando dormir 15 horas, o que não vai dar nem 2 horas. Vamos. - Miou e saiu do abraço dele voltando a caminhar de mãos dadas.
— Amanhã depois da sessão de fotos, você vai fazer o que? - Perguntou quando finalmente pararam em frente ao prédio dele.
— Dormir. - Entraram no hall dos elevadores e cumprimentaram o porteiro ali presente. - A pergunta certa seria, o que eu quero fazer, eu quero dormir, mas eu vou dar uns passa na minha mãe, tem uns dias que não vou lá.
— Hm... - Anuiu. Já estavam no andar dele e ele procurava as chaves de casa nos bolsos da calça que usava.
— Tem alguém com problema aí? - Perguntou já com as chaves nas mãos. - Licença meu bem. - Ele saiu para que ela pudesse enfim abrir a porta. - Você vai tomar banho agora! - Praticamente gritou quando ele fez menção de sentar no sofá.
— Eita! Tá bom, estou indo tomar banho. Faz um café? - Ela assentiu e ele tomou a direção do quarto.

No tempo do banho dele, ela fez o café e também tomou seu banho no banheiro do corredor, vestiu uma camisa dele que estava no pequeno armário do cômodo e voltou a sala encontrando um Rodrigo completamente sonolento e aos cochilos no sofá. Aproveitou a distração dele para sentar em seu colo de frente, pondo uma perna de cada lado das dele e a cabeça na curva de seu pescoço.

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