QUARTO

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1. Dedicado à Bia, por ser a melhor patroa e por ter as melhores ideias. Espero que  lhe agrade.

O dia era dezenove de janeiro, o dia do aniversário dela. Capricorniana, cheia de nuances e histórias boas para contar e também bastante arisca, características que os que sabem sobre astrologia dizem até que Jesus não pode ser de Capricórnio, ele é muito legal para isso. Mas enfim, expectativas lá nas alturas, Rodrigo não tinha preparado nada, mas quis dedicar seu dia todo para ela, e que ela fizesse o que mais tinha vontade e ela fez, virou a noite com seus melhores e mais queridos amigos, passou o dia com os seus familiares, e durante a tarde foi comemorar com os amigos na praia, a fim de admirar o por-do-sol.

Porém no meio desse dia tão importante e especial, ela sabia que estava acontecendo também uma comemoração de aniversário, de outra pessoa que nem se quer faria aniversário no mesmo dia que ela, mas sinceramente ela não se importou, estava com quem queria estar e isso era o mais importante. Por um momento passou por sua cabeça que Rodrigo poderia querer estar com os amigos na outra comemoração, porque para um baladeiro nato como ele, passar a tarde ouvindo pagode e comendo dentro de casa poderia ser ocioso.

— Rod, você não quer ir encontrar o pessoal? - Inquiriu.
— Não! Hoje não é dia do pessoal, hoje é o dia da minha namorada, nada mais justo que eu fique com ela. Sabe? Você conhece? Uma tal de Agatha... Agatha Moreira. - Ela riu e deu um abraço nele.
— Acho que eu conheço sim, já ouvi falar.

O dia foi se passando e eles sequer estavam acompanhando as coisas que aconteciam nas redes sociais aquela tarde, uma atitude louvável, afim aproveitar o aniversário era o melhor que poderiam fazer.

Já no cair da tarde, Agatha estava reunida com os amigos e parte da sua família em um quiosque na praia, as comemorações ainda não tinham acabado, e ela já estava com um alto nível de álcool em seu sangue. Nada que a impedisse de dançar, pular e beber mais e ele estava ali junto com ela, não tinha arredado o pé, pelo contrário quando percebeu que ela já estava bastante alcoolizada, se manteve mais perto ainda da namorada. Zelando pela sua segurança e bem-estar.

Quando a noite já se fazia presente, outras pessoas foram chegando até o quiosque a fim de comemorar com ela, o seu dia, algumas dessas pessoas vindas da outra festa da tarde, a festa no barco. Chegaram todos juntos e foram até a parte do local em que ela estava, para cumprimenta-la.

— Porra! Caralho! Vou sair do barco e vou beber mais, né? Vou beber mais! - Exclamou aos gritos para os amigos recém chegados. E deu um abraço na dona da outra festas - antecipada -.
— Parabéns bebê! - Falou quem filmava esse encontro.

Os recém chegados, se juntaram aos que ali já estavam desde cedo comemorando com a aniversariante, que estava achando que realmente a bebida era diluída em água, porque quanto mais bebia, mais beber queria. Rodrigo quando percebeu que talvez ela tivesse chegado no limite, perguntou se a mesma não queria ir para casa.

— Amor, vamos embora? - Perguntou ao pé do ouvido dela.
— Ah! - Fez uma careta - Eu não quero ir agora, Rod.
— Está bem, mas só porque é seu aniversário a gente fica mais dez minutos, você precisa descansar amanhã a festa continua. - Beijou o topo de sua cabeça e lhe segurou a mão.

Ainda ficaram no quiosque cerca de quarenta minutos mais, entre risadas e mais bebida até que Rodrigo sem mais perguntar foi caminhando com ela pendendo em seu ombro até o carro dele, para seguirem para casa.

Não tardou para que já estivessem no prédio deles, no elevador, aguardando ansiosamente para que o andar desejado chegasse. Durante o esperar dos andares, Agatha insinuou-se por várias vezes para Rodrigo, que apenas sorria e a continha, talvez por se tratar de ter mais três pessoas junto com eles na caixa de ferro.

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