Capítulo 4 - parte 1

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Aniversários nunca foram importantes para Rise, mas quando se tratava do dia de Nic, ela ficava extremamente feliz. Seu irmãozinho estava completando 17 anos. Por alguma estranha coincidência, também era o aniversário de Elle, que já estava morando na casa desde seus 6 anos de idade e agora, como se estivessem destinados, os dois estavam fazendo 17 anos no mesmo dia.

A mãe de Rise preparara um banquete de aniversário para os dois. Um banquete grande o suficiente para toda a vila. Até chamaram os habitantes, porém Rise tinha certeza que ninguém viria por causa de seu pai. Tinha que ser ele.

Quase na hora do jantar, Rise tentava esconder suas cicatrizes com um pouco de maquiagem que Elle a emprestara. Seu pai que havia dado. Seu pai presenteou Elle com maquiagem. Ele nunca nem se importou com o aniversário de Rise.

-- Rise, está ocupada?- Um Nic extremamente nervoso aparece na porta de seu quarto. Na verdade, no quarto de Elle.

-- Diga, meu irmão.

-- Finalmente me confessarei, Rise.

O sangue dela gelou. Por um segundo, seu coração esqueceu de bater.

-- Vai se confessar?- Sua respiração ainda estava um pouco descompassada.

-- Jurarei meu amor eterno à Elle.

Tudo. Rise queria que fosse tudo, menos isso. Menos isso.

-- E se ela não gostar de você, Nic? Já viu como os garotos da vila a olham?- Tinha acabado de passar a maquiagem em seu rosto e, finalmente, estava pronta.

Deu o braço à Nic e, juntos, saíram do quarto.

-- Tenho certeza que ela gosta.- O irmão disse mais em um sussurro.

Mas Rise não precisava se preocupar. Confiava em Elle, sua melhor amiga e irmã adotiva. Confiava? Melhor amiga?

A noite estava sendo perfeita. Perfeita demais para ser verdade. Havia chegado o momento da confissão de Nic. A confissão da noite. Era o que achavam.

Não demorou muito para que seu pai mandasse parar aquela vergonha. Elle não estava gostando nada e fugiu apressada para o quarto.

-- Quero conversar com você meu jovem.- A voz grossa do pai ecoou pela sala.

Nic, que se encontrava chorando pelo seu amor, obrigou-se a escutar aquele homem. Não tinha escolha.

-- Criamos Elle para ser uma outra irmã para você. Uma irmã melhor, ele quis dizer. E, mesmo assim, você confessou seu amor eterno?

-- Não foi minha intenção ofendê-lo e nem deixá-la envergonhada. Só queria dizer a verdade de uma vez por todas.- O garoto não olhava para os olhos de seu pai. Medo.

-- Então aqui está uma verdade. Você é insolente, feio, magricelo, covarde e chora com muita facilidade. Às vezes, não acredito que é meu filho.

Rise não estava mais aguentando a situação e simplesmente explodiu.

-- E quem você acha que é para falar dele assim? Algum tipo de Deus? Porque tudo que eu vejo é um homem caquético e bêbado.

-- Quer que eu repita?- Interrompendo-a, seu pai disse com um tom de voz bem mais frio que o normal.

De primeira, ela não tinha entendido do que se tratava.

-- Quando você quebrou minha garrafa favorita e eu a arrastei no vidro. Sabe, foi uma experiência relaxante. Quer que eu repita?- O pai repetiu a pergunta, sem muita paciência sobrando.

-- Não será necessário. Pretendo presenteá-lo do mesmo jeito antes. Ou talvez até pior.- Rise disse com o mesmo tom frio.

O pai já estava quase em cima dela quando uma voz feminina, vinda do corredor, começa a ficar mais perto.

-- Não faça isso, Josh.

Todos pensaram que era a mãe mas... A mãe nunca o chamara de Josh.

-- Vão para seus quartos, agora. Você fica Elle.- Ainda chocado, o pai sibila.

-- Não possuo um quarto, papai.- Diz Rise com deboche.

-- Fique no meu minha irmã. Por favor, só vamos.- Nic puxou a menina para seu quarto antes que ganhasse uma nova cicatriz.

Mais tarde daquela mesma noite, Rise e Nic foram acordados por um barulho estranho vindo da sala. Barulho estranho? Será mesmo? Saíram do quarto e encontraram sua mãe também querendo saber a origem do que atrapalhara seus sonos.

Desejaram não saber. Elle se encontrava em cima do pai, nua, e assim que viu que tinham plateia, tratou de puxar qualquer pano que tivesse no sofá para tentar se cobrir.

-- Elle... - Nic tentara sibilar algumas palavras, mas o nome da menina que acabara de partir seu coração era a única coisa que pensava no momento.

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Primeiramente, este capítulo terá uma parte dois, pois ficaria MUITO grande se eu colocasse tudo junto. Além disso, seriam MUITAS informações jogadas e isso é a última coisa que eu quero!

Feliz Natal, galera! Já vou desejar um feliz Ano Novo também!

O que acharam do capítulo de hoje? É o começo de algo BEM intenso, se posso dizer assim kkkk.

Sem mais spoilers, deixarei vocês. Nos vemos na semana que vem!

Beijos da Anna:)

Chess- A vida é um jogoOnde histórias criam vida. Descubra agora