LIAM POV
São exatamente oito horas da manhã, é segunda-feira e estou, neste momento, a entrar na escola. E, como em todos os outros dias, lá esta ele, o motivo dos meus olhos brilharem, a razão pela qual o meu coração bate mais forte, como sempre ele está sozinho, às vezes fico triste por ele...com todos os problemas que enfrenta em casa ele devia permitir que as pessoas se aproximassem, ou então elas deviam insistir mais ao invés de desistir quando ouvem o primeiro "vai embora" dele. No fundo, ele é apenas um rapaz de 17 anos com demasiados problemas para conseguir aproximar-se das pessoas, não percebo como é que ele gosta de sofrer sozinho.
Nós somos vizinhos, andamos no mesmo ano e turma, eu até já tentei ser amigo dele no ano passado, mas ele sempre me disse que não e, mesmo quando saiamos ao mesmo tempo de casa e o tentava acompanhar, ele simplesmente se fechava no seu mundo, não me mandava embora mas nunca respondia a nenhuma das minhas conversas, parece que ele tem medo de se aproximar de alguém. Ao princípio não percebia porquê, até ao dia que ele deixou a janela do quarto aberta e vi o seu próprio pai mal tratá-lo. O seu próprio pai, dá para imaginar algo pior? Eu acho que um pai devia agir como um exemplo para o filho, e amá-lo acima de tudo. Olhei perplexo para cada chapada e cada empurrão contra o chão. Ele atirava o filho com toda a força contra o chão e depois puxava-o para cima pelo cabelo e gritava que ele tinha de ser homem e que enquanto ele não aprendesse como o ser continuaria a levar.
A mãe dele apenas observava tudo com um olhar vazio, não mostrava nenhuma preocupação com o filho. Numa das vezes que o ... pai ... - posso chamar aquele monstro assim? - o estava a tratar dessa forma, reparei que o seu lábio já sangrava e que tinha um grande corte por cima de um olho, e tinha o mesmo meio fechado, ele estava praticamente perdendo as forças e os sentidos e aquele homem não parava e eu não conseguia ajudar, porque simplesmente os meus pés colaram ao chão com aquela cena. Mas que poderia eu fazer mesmo? Se eu tocasse a campainha de certeza que não me deixariam entrar, e se pedisse para falar com o Zayn inventariam uma desculpa qualquer. Quando o monstro se cansou levantou Zayn pelo pescoço e empurrou-o com brutalidade contra a parede, fazendo o mesmo bater com força e cair novamente. Não se dando por satisfeito, ainda deu alguns pontapés na barriga do garoto e só depois saiu do quarto, batendo a porta com força e deixado o próprio filho a chorar encostado à parede. De repente, ele olhou para a janela e quando me viu ali parado, encontrou força, não sei onde, para se levantar rápido e fechar a janela.
Isso aconteceu à mais ou menos três meses, e desde esse dia os nossos olhares cruzam-se diariamente e ele tenta sempre dispistar-me na escola, até começou a sair mais cedo de casa para não se encontrar comigo.Bom, já contei a história triste, e que eu odeio, da pessoa que amo...sim amo, sem querer acabei por me apaixonar por alguém que mal conheço, mas a maneira como ele é e a força que ele tem para enfrentar tudo, fazem-me ficar completamente fascinado, eu só queria poder salvá-lo, traze-lo para junto de mim e nunca mais largar..
Agora posso apresentar-me. O meu nome é Liam Payne, tenho 18 anos e já reprovei um ano - confesso que nessa altura não queria saber da escola e simplesmente me queria divertir o máximo que podia - sou de Wolverhampton, mas mudei para Bradford à dois anos quando o meu pai arranjou um trabalho melhor aqui, estavámos com problemas de dinheiro e então ele aceitou mudar toda a sua vida e da minha família apenas para podermos ter melhores condições.
Os meus melhores amigos são também da minha turma, o Niall, que veio da Irlanda para cá quando era pequeno, os pais dele separaram-se e o pai quis sair de lá. O Harry, que nasceu cá, e é gay assumido e namora com o meu outro melhor amigo, Louis que também nasceu cá.
O Harry e o Louis andaram sempre na mesma turma e começaram a apaixonar-se, mais ou menos à três anos, o Harry finalmente ganhou coragem e pediu Louis em namoro, à frente do pai dele, é preciso coragem...quando eles se assumiram na escola algumas pessoas se afastaram deles, mas quando eu cheguei aqui tanto eles como o Niall deixaram-me completamente à vontade no grupo deles, foram super queridos comigo...eu acho que eles foram muito corajosos em enfrentar todos apenas para ficarem juntos. Nunca soube qual é a sexualidade do Niall, ele aprecia garotas e garotos e já esteve com algumas garotas mas também já esteve comigo - um dia estávamos sozinhos em minha casa, eu fiquei com curiosidade e resolvi experimentar com ele, não passou de beijos e amassos, se algum dia a minha primeira vez com um rapaz acontecer quero que seja com alguém que eu ame e me ame também. Ele diz que não gosta de rótulos e acha que quando amamos uma pessoa nao importa a sexualidade mas sim o sentimento, e eu concordo completamente com ele. Aliás ele ja admitiu que está com alguém agora que é da escola, mas que não quer apresentar como namorado até ter a certeza que é realmente algo sério, deve ser um daqueles que tem imenso medo de enfrentar a escola e não quer ser alvo de piada por ser gay, só espero que o Niall não saia magoado dessa história.
Chego à beira deles e Niall, como sempre, me abraça e beija a minha bochecha. Sinceramente, acho que há rumores sobre eu também ser gay, não apenas por ser melhor amigo do Harry e do Louis, mas também por este hábito que eu e o Niall temos.
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RomanceHistórias que eu adoro escrever! 💜 © 2015 All Rights Reserved. 🖤V☆