Tu dizes que vês algo em mim, eu returco afirmando que é a minha timidez. Tu dizes que vês um brilho no meu olhar, um brilho de inteligência sarcástica que diz que sei exatamente o que se está a passar, eu contrario afirmando que tenho demasiadas incertezas para saber o que se passa.
Tu munida de paciência e simpatia explicas que eu sou só um rapaz perdido que conhece o mundo mas o mundo não te conhece. Concordo contigo, afinal, sempre ouvi os outros sempre os percebi, mas nunca me quiseram ouvir, compreender. Tu continuas com o teu jeito direto" Eu já te percebi". Uma frase tão simples, mas tão poderosa. O que já percebeste? Como é q me percebeste se nem eu me percebo?
Tu continuas és um rapaz perdido que procura alguém em quem se apoiar, um rapaz que está lá para todos, mas ninguém está lá para ele.
Eu tenho de concordar, eu só quero um amigo que me oiça que me aplaque as incertezas e que me deixe ser eu. Preciso de um amigo que conheça os meus segredos e que possamos compartilhar tudo sem medo.
Estou cansado de me esconder respondo-lhe. Aqueles olhos castanhos com tanta tornura olham para o fundo da minha alma e como se me tivesse ouvido ela chegasse e sussura, como uma brisa de verão " Eu vou ser a tua amiga, para o que der e vier, estarei aqui e serei o teu caminho de volta para casa. As tuas incertezas deixaram de ser coisas tolas, mas coisas que eu te ajudarei a lutar contra."
E com estas palavras afastou-se, qual fantasma do passado, e deixou-me ali sozinho para decidir se queria continuar a ser um menino perdido.
A minha decisão tinha sido tomada mesmo antes de ela acabar de falar. Eu preciso de um amigo e ela era tudo o que queria, mas temia que eu não seria o que ela precisava.
Confrontei-a mais tarde e ela sorriu placidamente e respondeu-me "Tu fazes-me bem, tu incitas-me a escrever, a ser eu mesma. Tu és tudo o que preciso num amigo."
E, naquela tarde, de fim de Outono iniciamos a nossa amizade, uma amizade cheia de altos e baixos, mas uma amizade para durar. Uma amizade real que ainda prometia muita coisa.
Obrigada, minha amiga por seres tudo o que preciso e por garantires que eu sou tudo o que precisas.
Com felicidade,
O teu amigo perdido
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Cartas de amor nunca escritas
PoetryAlguma vez se perguntaram como seriam aquelas cartas que não conhecemos? Cartas de paixão, arrependimento ou reflexão. Uma viagem pelas cartas de amor das mais diversas personagens ( todas com uma coisa em comum- a intensidade do amor que sentiram)
