Anos mais velho.

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Essa, é a minha aparência ao começar o ensino médio.

Pode parecer mentira, mas após eu sair do carro, recebi uma mensagem

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Pode parecer mentira, mas após eu sair do carro, recebi uma mensagem.

PERIGO:

Ah! Tae, você está lindo.

E esse daqui é você, após receber essa mensagem.

Está com medo meu amor?

Por quê? Eu sempre fui um bom tio para você.

Vai me dizer que eu não cuidei bem de você durante esses 11 anos?             

                TAEHYUNG P.O.V

Foi como se nada tivesse mudado, minha vida inteira.

Meu tio me ameaçando. Me estuprando. Me vigiando.

Com certeza, deve existir alguém me vigiando nessa escola também.

Soltei o ar que possuía no meu pulmão.

Eu certamente não sou alguém feliz.

Talvez eu já não sentisse mais nada.

Felicidade. Tristeza. Medo. Amor. Fome. Sono.

Mas havia uma coisa que eu sentia dentro de mim.

O desespero vagando pela minha alma sem cor.

Mas! Eu precisava me enturmar. Já não basta eu não ser feliz.

Agora ter que aguentar fofoca sobre algum garoto que não deu nem um olhar sequer para ninguém?

Bom, eu até podia.

Só não estava afim.

...

Eu já estava em sala de aula quando o professor chegou e observou a sala que tinha todos os alunos em pé. Me olhou e disse:

— Você é, Kim Taehyung? — Perguntou para mim.

— Sim. — Minha voz rouca deve ter sido um marco. Pois, todos olhavam em minha direção e eu apenas continuei olhando para o professor.

— Venha colocar seu nome na lousa. — Eu concordei e reverenciei.

Chegando perto da lousa, desliguei por quatro segundos.

Eu literalmente desliguei.

Eu não senti meu coração batendo.

Eu não escutei nada.

Eu nem vi nada.

Só lembrei de uma frase.

"Eu sempre estarei te vigiando."

Acordei de meu transe e vi o professor me encarando com preocupação.

— Está tudo bem, Kim? — Sussurrou.

— Sim, está. — E sorri como forma de agradecimento pela preocupação.

"김   태   형"

— Bom, nasci dia 30 de dezembro. A matéria que eu mais simpatizo é História.

— Bem Vindo, Kim Taehyung!-A sala toda disse sincronizada.

— Obrigado. — Reverenciou o professor e foi se sentar.

Foi meio difícil continuar sentado por muito tempo naquela cadeira.

Já que hoje, meu tio foi nos visitar na minha casa.

Um menino que senta atrás de mim me questionou:

— Está tudo bem, Kim Taehyung? — A voz dele era suave.

— Oh! está sim. — Sorri quadrado pra ele e ele retribuiu com um sorriso doce. Parece que sorria com os olhos.

— Aliás, meu nome é Park Jimin.

— Muito prazer, Park Jimin.

Virei o rosto novamente para a lousa e notei um garoto me observando. Parecia um psicopata.

Quando notou que estava me observando por muito tempo, virou a cabeça e colocou a mão na frente do rosto e olhou novamente para a lousa.

Fofo.

...

No intervalo, fui para o banheiro lanchar.

Não tinha amigos, por enquanto.

Então não tem problema eu comer aqui, certo?

Na verdade, tinha dois.

Apenas dois.

A solidão e a falta de fome.

Sou magro até demais para o esteriótipo coreano.

Era esses momentos que os sentimentos voltavam como uma avalanche.

A angústia, a tristeza, o desespero, o medo, a solidão.

E eu chorava.

Eu não suportava esses sentimentos.

Sufocava até não ter mais onde ficar. E eu extravasava.
Lágrima por lágrima.

— Eu não suporto mais isso.

— Falou quase que sem som.

— E-eu não quero mais viver isso.

— Eu não suporto me olhar no espelho.

— Não suporto minha voz, tudo por consequência daquilo.

Eu chorava até não conseguir mais aguentar os gritos de angústia silenciosos.

— Eu não me suporto.

— Eu me sinto sujo.

— Me sinto sem mais nada.

— Eu não aguento mais viver.

Foi aí, que uma ideia suicida veio em sua cabeça. E logo foi pegar seu celular para marcar uma data.

"Dia 30 de Dezembro, 2018"

-Vai ser amanhã.

"Se matar com a arma do meu pai." "Escrever uma mensagem aos meus pais."

-Vou dar um fim nisso tudo.

E abriu a porta do banheiro.

ᴄᴏɴsᴇǫᴜᴇɴᴄᴇs - ᴋᴛʜ + ᴊᴊᴋOnde histórias criam vida. Descubra agora